A Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou queda de 2,4 pontos no Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) em junho. Com o resultado, o IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, chegou a 96,9 pontos, no segundo mês seguido de perdas.
"O recuo mostra que o aumento da incerteza na economia está reduzindo as expectativas quanto à contratação futura, como pode ser visto na queda do ímpeto de contratação nos próximos três meses pela indústria", disse em nota o economista da FGV/IBRE Fernando de Holanda Barbosa Filho.
O IAEmp mostrou que o indicador que retrata o ímpeto de contratações na indústria nos três meses seguintes caiu 10,3 pontos em junho sobre o mês anterior. O segundo maior peso veio do indicador que mede as expectativas com a tendência dos negócios do setor de serviços nos seis meses seguintes, com recuo de 6,8 pontos.
Já o Indicador Coincidente de Emprego (ICD), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, perdeu 0,7 ponto em junho e foi a 96,6 pontos.
"O recuo do ICD ocorre de forma consistente com os recuos recentes da taxa de desemprego, indicando que o mercado de trabalho teria passado pelo fundo do poço. Obviamente, uma possível perda da governabilidade por parte do governo, pode reverter esta tendência", completou Barbosa Filho
A incerteza política no país deriva da denúncia contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção passiva com base nas delações de executivos da JBS. Na quarta-feira, os advogados do presidente entregaram a defesa escrita dele contra a denúncia, pedindo que a Casa não autorize o STF a julgar a acusação criminal contra o presidente.
A taxa de desemprego no Brasil caiu a 13,3% no trimestre até maio diante do aumento da população ocupada, mesmo em ambiente de incerteza no país diante da crise política que vem afetando a confiança de forma generalizada, segundo dados do IBGE.