Cidades

SÓ FOI AVISADO

Indígena defende demarcação
de terra e é demitido por governador

Indígena defende demarcação
de terra e é demitido por governador

FOLHAPRESS

17/04/2017 - 17h16
Continue lendo...

O secretário do Índio de Roraima, Dilson Ingarikó, 42, foi demitido na manhã desta segunda-feira (17) pelo governador interino Paulo Quartiero (DEM) sob a alegação de defender a demarcação de terras indígenas.

Quartiero assumiu o cargo após pedido de afastamento de uma semana da governadora Suely Campos (PP), que deve retornar à função na próxima semana.

Segundo Ingarikó, a demissão foi informada após ser chamado para uma reunião no gabinete do governador. Roraima é o único Estado do país a ter uma pasta exclusiva para a causa indígena.

"Ele me chamou hoje cedo só para informar. Já tinha feito a exoneração e só comunicou", disse o agora ex-secretário.

Ingarikó afirmou que, no encontro, ouviu críticas do governador à demarcação de terras indígenas e que a pasta estava defendendo as definições desses territórios.

Roraima tem cerca de 50 mil indígenas distribuídos em mais de 30 comunidades, para uma população total de 514 mil habitantes. Entre as terras indígenas mais conhecidas estão Raposa/Serra do Sol, São Marcos, Vaimiri-atroari e Ianomâmi.

"Disse que nós, na secretaria, estávamos dando aval para outras demarcações. Sou liderança indígena, não nego meu apoio à causa. O que tentamos fazer é organizar, fortalecer os indígenas. Aí vem uma pessoa que não gosta do índio mesmo [e faz isso]", disse.

DIA DO ÍNDIO

A demissão ocorre a dois dias do Dia do Índio, celebrado na quarta-feira (19), e no mesmo mês em que a governadora Suely Campos (PP) foi batizada numa comunidade indígena do Estado.

Na comunidade Nova Esperança, o tuxaua (líder) João Wapixana pintou o rosto da governadora com traços vermelhos e ela foi batizada como Kaikusi Sokoropan (que significa "onça valente").

A expectativa de lideranças indígenas ouvidas pela Folha é que a governadora reverta a decisão de Quartiero ao reassumir o posto.

Mas setores da administração criticam Ingarikó por posicionamentos recentes, como no imbróglio entre o próprio governo do Estado e os vaimiri-atroari, que fecham diariamente, por 11 horas, a BR-174.

LIBERAÇÃO DE VEÍCULOS

Enquanto a Procuradoria-Geral do Estado tenta judicialmente obter a liberação do tráfego de veículos 24 horas por dia no trecho da terra indígena, Ingarikó disse pregar negociação entre as partes, critica os que defendem o desenvolvimento "a qualquer custo" e diz que os vaimiri-atroari querem uma indenização que possa envolver a proteção da fauna e beneficiar a comunidade para liberar a rodovia.

"Alegaram até que fiz postagens em redes sociais comemorando agora. Não publiquei nada, mas não negaria nunca meu apoio para demarcações indígenas. Há muitos anos, publiquei a frase 'vamos à luta, a luta continua', que foi usada para nossa exoneração."

Além dele, o secretário-adjunto, Hugo Cabral, também foi demitido nesta segunda por Quartiero, que é produtor rural -categoria que vive em conflitos com indígenas devido ao uso da terra.

A Folha procurou a Secretaria de Comunicação do governador, mas ainda não obteve resposta. A assessoria de Quartiero informou que ele falará sobre o assunto na tarde desta segunda.

Acerte seu relógio

Paraguai entra para o horário de Brasília e fica uma hora à frente de MS

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, assinou um decreto nesta quarta-feira (15) para que a população aproveite melhor a luz natural; medida causa confusão na fronteira

15/10/2024 17h45

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras Reprodução/

Continue Lendo...

Enquanto os brasileiros discutem a possibilidade de retornar o horário de verão devido à crise hídrica que preocupa especialistas, no Paraguai, o presidente Santiago Peña (Partido Colorado) decretou, nesta terça-feira (15), a adoção do horário de verão de forma oficial durante todo o ano.

Buscando fortalecer o comércio no país e aproveitar melhor a luz natural para reduzir o consumo de energia elétrica, o Paraguai adotou o horário de verão em outubro deste ano. Agora, o país terá o mesmo fuso horário de Brasília durante todo o ano.

A partir de agora, com a nova lei, o Paraguai está migrando do fuso horário -4 GMT (quatro horas atrás do Meridiano de Greenwich) para o fuso -3 GMT, o mesmo adotado em Brasília, na Argentina e no Uruguai.

A mudança de horário pode desorganizar ainda mais o comércio na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, uma vez que ambos os municípios operam de forma integrada, separados apenas por uma rua.

No lado brasileiro, a discussão é semelhante. A reinstauração do horário de verão ajudaria a reduzir a conta de luz dos brasileiros, especialmente em um momento em que o país enfrenta uma severa crise hídrica devido às ondas de calor extremo e à falta de chuvas em diversas regiões.

O horário de verão no Brasil foi extinto em 2019, quando o presidente Jair Messias Bolsonaro revogou a prática por meio de um decreto. O texto justificava a medida com base em recomendações do Ministério de Minas e Energia, que indicou a pouca efetividade da prática na economia de energia.

O retorno do horário de verão será decidido a partir de amanhã (16). O tema se tornou um ponto de debate entre senadores e deputados, que argumentam a favor da reinstauração para aproveitar melhor a luz natural e também para alinhar os horários com os demais países do Mercosul.

Se o horário de verão for adotado novamente, Mato Grosso do Sul passará a compartilhar o mesmo horário do Paraguai. Caso a reinstauração do horário de verão não seja aprovada no Brasil, os horários entre os dois países funcionarão com uma hora de atraso em relação ao Paraguai.

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras

 

Assine o Correio do Estado

 

Mato Grosso do Sul

Tráfico: PF dá sequência à operação que respinga no "mais louco do Brasil"

Operação é desdobramento de investigação que respingou em "prefeito mais louco do Brasil"

15/10/2024 17h38

Polícia Federal desencadeou operação nesta terça-feira (15)

Polícia Federal desencadeou operação nesta terça-feira (15) Divulgação

Continue Lendo...

A Polícia Federal prendeu uma pessoa e cumpriou mais três mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (15) na cidade de Ivinhema. A ação policial, denominada Operação Defray, é um desdobramento da Operação Lepidosiren, deflagrada em 8 de agosto último. 

Os policiais federais combatem na cidade uma organização de traficantes internacionais, que transportam maconha e cocaína do Paraguai para o Brasil. Conforme os policiais federais existe na cidade “uma associação criminosa responsável pela organização, logística e financiamento do tráfico transnacional de entorpecentes local”.

Casa do prefeito apreendida

A operação que deu origem à ação desencadeada nesta terça-feira (15) respingou no prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), tucano que se autoproclama “o mais louco do Brasil”. A casa que o prefeito mora acabou “apreendida” (bem bloqueado) pela Justiça Federal. 

“Durante as diligências, foram identificados e apreendidos um imóvel no valor de R$ 458 mil e uma caminhonete avaliada em R$ 519 mil, além do bloqueio de bens totalizando R$ 100 milhões, pertencentes aos envolvidos”, informou a Polícia Federal.

Diante dos fatos, os investigados poderão responder pelos crimes de associação criminosa, tráfico transnacional de entorpecentes e financiamento ao tráfico.

A Operação Lepidosiren, que resultou na prisão de Luiz Carlos Honório ocorreu em 8 de agosto deste ano. Segundo a Polícia Federal, ele seria integrante de uma quadrilha e proprietário de um carregamento de  3,4 toneladas de maconha interceptado em junho de 2021.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).