Fábio Dorta, Dourados
e MICHELLE ROSSI
Índios das aldeias Jaguapiru e Bororo bloquearam parcialmente, na tarde de ontem, a rodovia MS-156 entre Dourados e Itaporã. O trecho está sendo duplicado e eles exigem mudanças no projeto original da obra para facilitar a entrada e saída da reserva indígena. A manifestação começou por volta das 14h e só terminou no final da tarde.
Os indígenas alternavam o fechamento da pista nos dois sentidos, mas nenhum motorista precisou ficar mais que dez minutos parado. Mesmo assim, por causa do grande fluxo de veículos, formaram-se longas filas, gerando reclamações.
Os índios apreenderam um caminhão da empreiteira responsável pela obra, a CGR, que é sediada em Campo Grande. De acordo com os líderes da manifestação, a empreiteira teria se comprometido a construir uma rotatória em frente à entrada principal da reserva, mas a promessa não foi cumprida.
“Nós temos aqui muita gente que vai todos os dias à cidade para trabalhar ou estudar, e do jeito que a obra ficou será preciso dar uma volta muito grande para sair da reserva quando a duplicação estiver pronta. Queremos que isso seja revisto”, disse Isael Terena, que falou em nome dos manifestantes.
O Governo do Estado está duplicando a MS-156, entre Itaporã e Dourados. Além de duplicada, a pista está sendo iluminada em toda a extensão. A obra foi iniciada a partir de Itaporã e está praticamente concluída. No trecho ema que a rodovia corta a reserazzva serão construídas pistas auxiliares e também uma passarela para pedestres, mas os moradores também exigem uma rotatória.
MST ocupa
Cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocupam a Fazenda Guaçu, no distrito de Ipezal, em Angélica, localizada na MS-274. A invasão aconteceu nesta semana, mas há seis meses as famílias cercam a área. Esta é a única terra ocupada pelo MST em Mato Grosso do Sul, segundo informações da própria entidade. Mais 2 mil famílias estão nas redondezas de fazendas no Estado, nas cidades de Itaquiraí, Bela Vista e Japorã, mas não houve invasão.
Os acampados esperam a compra das terras pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).