Nos últimos dias o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), recebeu denúncias de notícias falsas que estavam sendo espalhadas nas aldeias próximas ao município de Nioaque a região, gerando temor infundado na comunidade.
A implantação de um chip na cabeça de quem se vacinar ou o fato de os indígenas estarem sendo usados de “cobaias” para testar se a vacina funciona ou se pode matar alguém com o vírus implantado, eram os principais boatos.
Além de líderes religiosos das aldeias de Nioaque que estariam "proibindo" indígenas de tomarem a vacina.
Com a situação, a promotora de justiça de Nioaque, Mariana Sleiman coordenou uma reunião, na última quarta-feira (27), com objetivo de esclarecer a importância da vacinação contra Covid-19.
Com medo da vacina, apenas metade da população indígena havia sido vacinada, desde o lote destinado ao grupo ter sido disponibilizado nos postos de saúde.
A reunião durou quatro horas, e contou com a participação do Procurador da República Luiz Eduardo Camargo Outeiro Hernandes, que reafirmou a segurança e procedência da vacina, a fim de que os indígenas, perdão o medo de tomá-la.
E alertou sobre as possíveis consequências àqueles que propagarem informações falsas no intuito de evitar que seus pares indígenas sejam vacinados.
O antropólogo do Ministério Público Federal Marcos Homero Ferreira Lima igualmente contribuiu na reunião, sanou dúvidas de caciques e pastores presentes.
A médica da Unidade Mista de Saúde 24h de Nioaque, Dra. Amanda do Valle, por sua vez, também ressaltou a eficácia da vacina.
Participaram do encontro, ainda: a enfermeira da saúde indígena, Josiane Ribeiro; o cacique da Aldeia Cabeceira, Joel Marques; o cacique da Aldeia Água Branca, Joaquim Cotocio; o cacique da Aldeia Taboquinha, Ramão da Silva; o vice-cacique da Aldeia Brejão, Adelvar Pereira Barbosa, representando o cacique Namir Marques; e todas as lideranças indígenas das quatro aldeias (pastores, padres, presidentes de conselho e líderes).