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No Maranhão

Índios instalam câmeras com sensores para flagrar desmatamento ilegal

Índios instalam câmeras com sensores para flagrar desmatamento ilegal

FOLHAPRESS

13/09/2015 - 13h07
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Amanhece no último pedaço de Floresta Amazônica que resta no Maranhão. A neblina cobre a terra vermelha, o sol forte ainda não apareceu, e os Ka'apor se preparam para uma novidade na rotina de proteger seu território: pela primeira vez usaram câmeras com sensores de movimento, instaladas na mata, para flagrar possíveis invasores.

A verificação do equipamento gera expectativas, todos se aglomeram para ver o que foi registrado, mas apenas o vento e as a plantas balançando aparecem nos vídeos.
A proposta é que as gravações, feitas com apoio financeiro do Greenpeace, sirvam de prova contra a extração ilegal de madeira. A organização forneceu tanto suporte técnico como treinamento.

A atividade continua. Eles usam uniformes: camisa verde de gola amarela com listras pretas. No peito, o bordado 'Ka Usak Ha', que significa 'Guardas Florestais'. É assim que se autodenominam os Ka'apor que fazem o trabalho de vigiar seu território.

Normalmente o grupo de vigilantes tem entre 30 e 60 índios - ao todo a etinia tem 2.200 integrantes- para 530 mil hectares (quatro vezes e meia o tamanho da cidade do Rio de Janeiro). Nos dias em que a reportagem esteve na região, porém, apenas 12 acompanham a reportagem. O motivo: o medo de mostrar o rosto, já que grande parte diz estar ameaçado de morte pelos madeireiros.

No trajeto, várias e pequenas trilhas em meio à mata fechada. Elas levam a troncos de árvores cortados ilegalmente. 'Dá raiva, a gente sente também', reclama o líder Miraté, apoiado sobre uma tora cortada de árvore que demora mais de 500 anos para crescer.

Próximo aos limites da terra indígena, mais madeira é encontrada. Eles amontoam tudo e derramam um líquido inflamável sobre as toras. Em pouco tempo, todas estão em chamas -um esforço para intimidar a extração ilegal, o mesmo adotado no combate oficial.

Nos últimos meses, só em decorrência da ação de defesa, oito novos acampamentos foram construídos, beirando a TI (terra indígena). É o método é 'ocupar para defender'. Uma delas é a Jaxi Puxi Rendá, onde há um ano, no mesmo lugar, funcionava um pátio de madeireiros.

A tensão entre os Ka'apor e madeireiros, grileiros e fazendeiros se prolonga por mais de 25 anos. A TI Alto Turiassú, homologada em 1982, que fica no Estado com o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, já tem 103 mil hectares do seu território desmatados. Toda área ao redor foi convertida em pastos e campos de arroz.

Em setembro de 2014, a etnia ficou conhecida no mundo com as fotografias divulgadas pela agencia Reuters, de índios cercando madeireiros imobilizados e seminus.
O Ministério Público move uma ação desde de 2013, determinando que a Funai e o Ibama instalem postos de vigilância. Nada foi feito até agora.

Segundo o Superintendente do Ibama no Maranhão, Pedro Leão Soares, a ação ainda sob avaliação da Justiça, e a implementação teria um alto custo. 'É uma atitude louvável [a dos índios], porém muito perigosa'. Procurada, a diretoria regional da Funai informou que o responsável estava em viagem.

Assim, sem ajuda das entidades competentes e sem suporte financeiro do governo, os Kaapor decidiram proteger seu território sozinhos. Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), a violência se intensificou desde então.

Em março deste ano, os índios fecharam todos os ramais (estradas abertas por madeireiros). Pouco depois, em abril, o líder Eusébio Kaapor, 42, foi morto a tiros.
De acordo com a PF (Polícia Federal), tratou-se de um caso de latrocínio -homens encapuzados estariam interessados na moto em que ele estava. Para os índios, foi uma morte executada pelos madeireiros.

Soares endossa a posição de que a morte tem ligação com a máfia local. 'Eles estão dispostos a tudo nessa região', diz o superintendente.

Imunização

Confira os pontos de vacinação neste sábado em Campo Grande

O mutirão será no shopping, no Parque das Nações Indígenas e em uma unidade de saúde; veja os horários

23/05/2025 16h00

Marcelo Camargo / Agência Brasil

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Para quem está atrasado e ainda não se imunizou contra a gripe, neste sábado (24) haverá três pontos de vacinação em diferentes locais de Campo Grande.


Cabe ressaltar que a melhor forma de evitar casos graves de gripe, que têm provocado lotação nos postos de saúde, é tomar a vacina.


Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), o Shopping Norte Sul Plaza terá mais um mutirão de vacinação neste final de semana: no sábado (24), das 10h às 17h, e no domingo (25), das 11h às 17h.


No mutirão anterior, a procura foi grande, e mais de 1.700 doses foram aplicadas, no entanto, algumas pessoas deixaram para ir no último horário, o que acabou gerando tumulto. Portanto, vale se programar para chegar um pouco mais cedo e garantir a vacina no braço.

Outro ponto de vacinação será o Parque das Nações Indígenas, na entrada Guarany, que fica na Avenida Afonso Pena.


Além desses locais, a USF Tiradentes, que fica na Avenida José Nogueira Vieira, irá participar do mutirão, assim como o shopping, tanto no sábado quanto no domingo.

Sábado (24)

  • USF Tiradentes: das 7h30 às 16h45
  • Parque das Nações Indígenas: das 11h às 17h

Domingo (25)

  • USF Tiradentes: das 7h30 às 16h45
  • Norte Sul Plaza: das 11h às 17h

Quem pode tomar a vacina?


Podem se vacinar bebês a partir de seis meses de idade. A vacina foi ampliada para toda a população, como o Correio do Estado vem acompanhando desde o dia 2 de maio, seguindo recomendações do Ministério da Saúde.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, vem destacando a importância da vacinação como principal estratégia de proteção contra o vírus.

“A imunização é nossa principal aliada. Por isso, quero convocar todos os campo-grandenses para garantir essa proteção tão importante para a saúde coletiva. Estamos passando por um período de aumento de casos, e é fundamental que toda a população busque se vacinar”, destacou a secretária.

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CENSO

Mais de 29 mil pessoas foram diagnosticadas com autismo em MS, revela IBGE

Os dados foram divulgados hoje (23) na pesquisa do Censo e, pela primeira vez, foram incluídos dados e informações sobre o TEA.

23/05/2025 15h54

Foto: Reprodução/Governo Federal

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (23) os resultados preliminares da primeira pesquisa que traz informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ano de 2022. A publicação traz os perfis sociodemográfico e educacional das pessoas de 2 anos ou mais de idade das pessoas diagnosticadas por um profissional da saúde com autismo. 

Segundo os dados levantados, em Mato Grosso do Sul, 29.088 pessoas confirmaram ter o diagnóstico do Transtorno, o que corresponde a 1,1% da população total. Com esse número, o estado fica na 18ª posição no ranking entre os estados brasileiros. 

Entre os municípios de MS, o maior percentual foi o da cidade de Corguinho, com 2% da população diagnosticada, seguido por Bela Vista, com 1,7%. Os menores percentuais registrados foram nos municípios de Novo Horizonte do Sul, com 0,3%, e Rio Negro, 0,4%. Na capital, foram registradas 10.779 pessoas com o diagnóstico de TEA, o que corresponde a 1,2% da população total da cidade. 

Com relação à comparação por sexo, no Estado, 17.654 homens foram diagnosticados com autismo em 2022, o que corresponde a 1,3% da população total. O número de mulheres foi de 11.435, o que equivale a 0,8% da população total. Assim, o percentual de homens diagnosticados com TEA em comparação com a população total é 62,5% maior que o de mulheres. 

Toda a faixa etária de 0 a 19 anos apresenta percentuais altos para os diagnósticos, porém o maior percentual de pessoas com TEA é nas idades de 5 a 9 anos com 4.237 diagnósticos (2% da população total). 

O Analista Raphael Alves explica que o alto percentual nas idades menores pode estar relacionado ao aumento das iniciativas de busca por diagnósticos. 

"As iniciativas de busca por diagnósticos se intensificaram nos anos mais recentes e a identificação desta característica nestes primeiros anos ganhou importância devido à necessidade de esforços diferenciados no desenvolvimento das crianças e jovens com algum grau de autismo", comenta. 

Nacional

De acordo com o Censo 2022, foram identificadas 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com o TEA, o que corresponde a 1,2% da população total do país. A prevalência maior foi entre os homens, com 1,5% e entre as mulheres foi de 0,9%. Assim, 1,4 milhões de homens e 1 milhão de mulheres no Brasil foram diagnosticadas como autistas em 2022 por algum profissional da saúde. 

Transtorno do Espectro Autista

A inclusão do autismo no questionário do Censo Demográfico de 2022 foi determinada pela Lei nº 13.861, de 2019, que modificou a Lei nº 7.853, de 1989, para "incluir as especialidades inerentes ao transtorno do espectro autista - TEA, nos censos demográficos". 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o autismo é caracterizado por "déficits persistentes na habilidade de iniciar ou manter interações sociais e comunicação social recíprocas, e por uma gama de padrões de comportamento, interesses ou atividades restritos, repetitivos e inflexíveis, que são claramente atípicos ou excessivos para a idade e o contexto sociocultural do indivíduo". 

Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

Os sinais mais comuns do TEA são:

  • Apresentar atraso anormal na fala;
  • Não responder quando for chamado e demonstrar desinteresse com as pessoas e objetos ao redor;
  • Ter dificuldades em participar de atividades e brincadeiras em grupo, preferindo sempre fazer tarefas sozinho;
  • Não conseguir interpretar gestos e expressões faciais;
  • Ter dificuldade para combinar palavras em frases ou repetir a mesma frase ou palavra com frequência;
  • Apresentar falta de filtro social (sinceridade excessiva);
  • Sentir incômodo diante de ambientes e situações sociais;
  • Ter seletividade em relação a cheiro, sabor e textura de alimentos;
  • Apresentar movimentos repetitivos e incomuns, como balançar o corpo para frente e para trás, bater as mãos, coçar algumas partes do corpo (como ouvidos, olhos e nariz), girar em torno de si, pular de forma repentina, reorganizar objetos em fileiras ou em cores;
  • Mostrar interesse obsessivo por assuntos considerados incomuns ou excêntricos, como biologia, paleontologia, tecnologia, datas, números, entre outros;

Além disso, alguns autistas podem manifestar acessos de raiva, hiperatividade, passividade, déficit de atenção, dificuldades para lidar com ruídos, falta de empatia diante determinadas situações e aumento ou redução na resposta à dor e a temperaturas.
 

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