Cidades

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Instinto coletivo

Instinto coletivo

MARCIO SOUZA DE ALMEIDA,

03/03/2010 - 05h42
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No dia 17 de fevereiro o Ministério das Cidades lançou campanha pedindo a preservação de obras públicas entregues à população, o custo desta propaganda aos cofres da União chegou nesta feita à casa de R$ 1,7 milhão. Todavia, campanhas publicitárias com igual objetivo têm-se tornado recorrente em diversos estados e municípios da Federação, conquanto a informação imediata que percebemos quando deparamos com estas notícias é que há uma sincronia entre as esferas do poder público voltada a uma mesma preocupação: “atos de vandalismo têm se tornado frequentes e ocorrem cotidianamente, seja nas metrópoles ou ainda nos mais longínquos rincões deste nosso país!”. Esta sã preocupação do poder público revela uma face obscura do comportamento humano nas sociedades, vez que a depredação dos equipamentos colocados à disposição do público gera incomensuráveis desperdícios econômicos, com ofensa à ordem social e ao meio ambiente urbano. Os motivos dessas ações deliberadas no sentido de danificar aquilo que a todos pertencem, permeiam desde a injustificada revolta, seja ela de caráter político, econômico, psicológico ou social, ou ainda para o mero deleite de alguns que encontram prazer em depredar equipamentos e prédios, dentre outros bens de uso coletivo, seja ele público ou particular. À guisa disto não se pode querer indicar que tais comportamentos sejam específicos desta ou daquela classe social, pois pelo que temos visto atitudes danosas como estas podem ser praticadas por qualquer um, indistintamente, basta que o cidadão não tenha o mínimo senso de coletividade e de respeito à vida, porque quem age desta maneira, age diretamente contra todos, incluindo a si próprio. Todavia, no estágio atual de desenvolvimento da humanidade, tão recrudescida pelo individualismo tacanho, não se pode esperar um mínimo ético de todos, é preciso que tenhamos ações públicas que deem conta de não só informar, mas como também efetivamente coibir atitudes transgressivas que visem prejudicar a melhor convivência neste meio ambiente que convencionamos chamar de cidade, de outro modo, continuaremos sempre a apontar a culpa das mazelas sociais neste ou naquele setor, sem refletir que também a outros gargalos que nos impedem de um dia realizarmos uma sociedade mais equilibrada. Neste mesmo sentido, não podemos nos equivocar, pois é preciso perceber que as consequências do vandalismo não se limitam ao mero prejuízo econômico, há de se notar que estas ações atuam contrariamente ao instinto gregário que habita em cada um de nós, e que a depredação deliberada das instalações e equipamentos deixa transparecer uma não aceitação ao interesse comum, e, cujo mesmo se vê rechaçado pelas vilezas do comportamento hostil dos depredadores, que agem de maneira sub-reptícia, esgueirando-se entre as sombras da escuridão e os olhos daqueles que fingem não perceber que atos como estes nada mais são do que o prenúncio de uma iminente e banalizada marginalização. Bem, dito isso, o que nos resta é sacudirmos de vez o pó que encobre a noção do que é ser social, é preciso redescobrir em nosso íntimo o instinto coletivo e cujo espírito nos faz solidários, recíprocos e afeiçoáveis aos demais, pois é este sentimento que se destaca e que impõe a afirmação humana através dos tempos, justapondo-se a outros atavismos, estes últimos, de caráter nocivo, violento e transgressivo, amplamente incompatíveis com a coexistência humana na Terra.

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Saiba como calcular a nota do Enem para o Pé-de-Meia Licenciaturas

Ingresso no programa de incentivo à graduação pode ser feito através do Sisu

21/01/2025 09h08

RAFA NEDDERMEYER/AGÊNCIA BRASIL

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Na última sexta-feira (17), o Ministério da Educação (MEC) regulamentou o Pé-de-Meia Licenciaturas, do programa Mais Professores para o Brasil, que oferece incentivo financeiro de R$ 1.050 para estudantes que escolherem ingressar em algum curso presencial de licenciatura por meio de um dos programas do MEC, através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Para saber se o participante do Enem 2024 atende ao critério da nota mínima para concorrer a uma das 12 mil bolsas do Pé-de-Meia Licenciaturas, o cálculo da nota é feito por meio de uma média aritmética simples, em que são somadas as notas do estudante nas cinco partes do exame – ou seja, o somatório das notas das quatro áreas de conhecimento mais a redação –, e o resultado é dividido por 5.

Para concorrer à bolsa, o participante do Enem deve ter o resultado da fórmula igual ou maior a 650 pontos ao se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025, para um curso presencial de licenciatura, e ser aprovado. Nesta edição do Sisu, o Ministério da Educação (MEC) oferta mais de 68 mil vagas para cursos presenciais de licenciatura.  

Por exemplo, confira como seria o cálculo da média aritmética se um estudante houvesse tirado as seguintes notas nas provas: 

  • Ciências Humanas e suas Tecnologias: 673 pontos 
  • Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: 680 pontos 
  • Ciências da Natureza e suas Tecnologias: 620 pontos 
  • Matemática e suas Tecnologias: 674 pontos 
  • Redação: 665 pontos  

Como resultado, a nota final seria 662,4 e o candidato estaria apto a concorrer ao Pé-de-Meia Licenciaturas.

Pé-de-Meia Licenciaturas

Se aprovado nos programas, o estudante deve manifestar interesse em receber a bolsa, por meio da Plataforma Freire, no período de 17 de fevereiro a 30 de março, conforme cronograma previsto no edital.  

Do total ofertado pelo Pé-de-Meia Licenciaturas, R$ 700 serão pagos mensalmente durante todo o período do curso, com prorrogação de um ano em casos excepcionais. Os outros R$ 350 serão depositados mensalmente em uma poupança de incentivo à docência, que se acumulará por até 48 meses.

Metade do valor poderá ser retirado ao se completar o primeiro ano como professor em escola da rede pública e o restante após dois anos de trabalho.

Sisu 

As inscrições para o Sisu 2025 ficarão abertas até as 23h59 (horário de Brasília) desta terça-feira, 21 de janeiro, pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

Ao todo, são ofertadas 261.779 vagaspara 6.851 cursos de graduação em 124 instituições públicas de ensino superior de todas as regiões do país que aderiram ao programa. 

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SEGURANÇA PÚBLICA

Cartéis do tráfico viram "terroristas" e fronteira deve voltar ao foco dos EUA

Administração de Trump deve concentrar esforços para combater as drogas não só no México, mas também na América do Sul

21/01/2025 09h00

Donald Trump tomou posse da presidência dos EUA nesta segunda-feira (20)

Donald Trump tomou posse da presidência dos EUA nesta segunda-feira (20) Foto: Reprodução

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A posse de Donald Trump como o 47º presidente da história dos Estados Unidos da América deve também dar uma guinada na política norte-americana de combate ao tráfico de drogas na América Latina.

O reforço no monitoramento de cartéis e organizações criminosas está diretamente ligado à política de combate à imigração e à epidemia de uso de drogas nos EUA.

A medida de Trump certamente deve ter efeitos práticos na América do Sul, sobretudo nas regiões de fronteira do Brasil com países produtores de droga e que também são rotas do tráfico, como Bolívia, Paraguai, Peru e Colômbia.

Mais especificamente em Mato Grosso do Sul, há a expectativa de que a Agência de Combate ao Narcotráfico dos EUA (DEA) volte a ter laços mais fortes com os países que fazem fronteira com o Estado e também com a Polícia Federal.

Ontem, em seu discurso de posse, Donald Trump foi enfático ao dizer que os cartéis de drogas serão designados como organizações terroristas estrangeiras e que também decretará “emergência nacional” para conter o fluxo de imigrantes que vêm do México.

Entre os cartéis que, em um primeiro momento, são alvo das autoridades norte-americanas estão os que abastecem aquele mercado ou os que usam o território dos EUA para lavagem de dinheiro.

Organizações mexicanas como Sinaloa, Jalisco Nueva Generación, Tijuana, Juárez e Los Zetas estão entre as que poderão ser classificadas como terroristas. 

Um cartel venezuelano chamado Tren de Aragua também está na mira do novo presidente dos EUA.

CARTEL BRASILEIRO

Do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina o tráfico de drogas no País e também no Paraguai e tem uma atuação fortíssima não apenas no consumo interno, mas também no tráfico de drogas para a Europa, poderá vir a ser um alvo secundário da política internacional de Trump.

Investigações do Ministério Público de São Paulo, por exemplo, já detectaram membros do PCC praticando imigração ilegal para os Estados Unidos para lavar dinheiro para a organização e atuar no tráfico de armas de lá para o Brasil.

Em maio de 2024, a Polícia Federal identificou um esquema de envio de cocaína dos países andinos para a América Central a partir do Brasil. Os chefões moravam em um condomínio de luxo em Dourados. Era a Operação Sordidum.

TRÁFICO NO MUNDO

Donald Trump tomou posse da presidência dos EUA nesta segunda-feira (20)

A América do Norte é a maior região consumidora de cocaína do planeta. Conforme relatório do Escritório das Nações Unidas contra as Drogas e o Crime (UNODC), publicado no fim de 2024, com dados de 2022, havia 6,4 milhões de consumidores de cocaína no subcontinente.

Na Europa Ocidental, há 5,08 milhões de consumidores. Depois vem o subcontinente sul-americano, com 4,85 milhões de consumidores de cocaína.

Após a legalização da maconha na maioria dos estados norte-americanos, os cartéis mexicanos, que antes traficavam principalmente maconha, passaram a ter a cocaína e o fentanil (medicamento que causa alta dependência) como seus principais meios de lucro.

Como o México não produz cocaína, a maioria do entorpecente que chega aos EUA vem dos três países produtores da droga: Colômbia, Peru e Bolívia, que, nesta ordem, são os maiores fabricantes do planeta.

O Brasil, assim como o México, é um país com alto nível de consumo, mas também uma rota para o tráfico.

Há pelo menos dois anos que a UNODC e também a imprensa mundial vêm alertando para a consolidação da hidrovia Paraná-Paraguai como um dos maiores corredores do tráfico do planeta.

Entre os países não produtores de cocaína, o Brasil é o segundo que mais apreende a droga no planeta, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Em 2022, foram 95 toneladas retidas só em território nacional. Também em 2022, segundo a UNODC, os Estados Unidos apreenderam 251 toneladas de cocaína.

A Colômbia, com mais de 700 toneladas apreendidas, lidera a lista. O Brasil, contudo, apreende mais cocaína que o Peru (51 toneladas), a Bolívia (20 toneladas) e o Paraguai (3 toneladas), conforme os dados do relatório.

A América do Sul é responsável por 59% das apreensões do planeta: 1,19 mil toneladas de cocaína.

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