Cidades

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Invencionice?

Invencionice?

Redação

07/08/2010 - 06h15
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A partir do dia 26 de agosto, todas as empresas com dez ou mais funcionários que adotam a marcação eletrônica do horário de trabalho terão de instalar equipamentos que emitem cupom ao trabalhador na hora de entrada e saída do serviço. A justificativa das autoridades é de que haverá mais transparência à relação empregado-empregador, já que os dados do novo equipamento não podem ser manipulados e serão mais confiáveis para serem utilizados como prova em possíveis ações trabalhistas relativas a horas extras, por exemplo. Embora não seja um custo que possa levar qualquer empresa à falência, são necessários até R$ 5 mil por equipamento e a estimativa é de que somente em Mato Grosso do Sul haja em torno  de 49 mil empresas que têm mais de dez funcionários e, em tese, são obrigadas a fazer o investimento caso queiram controlar o horário eletronicamente.
    Crítico explícito da medida, o presidente da Federação das Indústrias (Fiems), Sérgio Longen, disse que a iniciativa é "totalmente desnecessária, o trabalhador foi tratado como incapaz, que não consegue administrar seus horários; 99% deles vão pegar esse papelzinho e jogar no lixo". Para o presidente da Federação do Comércio, Edison de Araújo, a medida é positiva, entre outras razões, porque confere mais agilidade ao trabalho do departamento de pessoal.
    Polêmicas à parte, o fato é que o novo equipamento precisa ser adotado antes do fim do mês e simplesmente não há disponibilidade de máquinas. Os fiscais do trabalho prometem tolerância de pelo menos três meses antes de começar a multar. Sem entrar no mérito do assunto, está claro que a decisão foi tomada por técnicos do Ministério do Trabalho, por meio de  uma portaria. Porém, por ser um tema que afeta diretamente milhares de empresas e milhões de trabalhadores, o assunto é demasiadamente abrangente para ser decidido por meia dúzia de burocratas de Brasília. Deveria ter sido debatido aberta e amplamente tanto por entidades patronais quanto por aquelas que representam os trabalhadores.
    Recentemente, milhares de famílias brasileiras viram-se na obrigação de equipar seus veículos com cadeirinhas de segurança para crianças com até sete anos. O acessório acabou no comércio e a obrigatoriedade foi adiada. Agora, depois que milhões de proprietários adquiriram o equipamento, ninguém  sabe se algum dia a medida realmente será implantada. Anos antes, milhões de motociclistas foram obrigados a colocar selos ou a trocar de capacete. O preço do acessório disparou e mais adiante chegou-se à conclusão de que a segurança dos motociclistas não dependia de medidas burocráticas. Outro episódio fresco na memória foi o famoso kit de primeiros socorros, que em certa época chegou a ser obrigatório em todos os veículos. Não demorou muito para virar arma na mão de bandidos, que utilizavam as faixas para amarar suas vítimas.
    É certo que os roubos seriam concretizados com ou sem o tal do kit. Porém, o fato é que aos poucos ele começou a ser ridicularizado e concluiu-se que sua eficácia seria mínima em caso de prestar socorro a vítimas de acidentes. Além disso, motoristas mais precavidos nunca haviam sido proibidos de portar o material. Daí a torná-lo obrigatório, porém, existe grande distância. Agora, ao que tudo indica, esta pode ser mais uma destas ideias mirabolantes gestadas em algum gabinete e que tem tudo para ser engavetada no meio do caminho, não, sem antes, gerar incontáveis transtornos e despesas para milhares de empresas.

Apoio Emocional

Projeto oferece abraço no Dia de Finados em Campo Grande

Um grupo independente esteve oferecendo apoio com gestos simples, na manhã deste sábado (02), em frente ao cemitério Santo Amaro

02/11/2024 12h15

Marcelo Victor / Correio do Estado

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Em frente ao Cemitério Santo Amaro, voluntários do Projeto Help da  Força Jovem Universal (FJU) ofereceram abraços e cartinhas para os populares que prestaram homenagens a familiares.

Não demorou muito tempo para que as pessoas que deixavam o cemitério cruzassem com uma das voluntárias que estava com os olhos vendados, segurando uma placa com os dizeres: "Se precisar de um abraço, estou aqui".

O abraço veio de homens e mulheres de diversas idades que, no silêncio, receberam o acalento.

Crédito: Marcelo Victor / Correio do Estado

"Uma Palava Pode Salvar Uma Vida"

Em conversa com uma das voluntárias que fazia a distribuição das cartinhas, Daniele Maciel do Carmo explicou ao Correio do Estado que a ação faz parte do Projeto Help, com o lema “Não te julgo, te ajudo”.

“É um projeto independente que foi criado com o intuito de ajudar todas essas pessoas que têm um vazio, que têm uma saudade imensa, principalmente neste dia de hoje, de Finados, em que a pessoa está precisando de alguém, está enterrando alguém, ou seja, sente uma tristeza maior, e o Help está aqui como um ombro amigo”, contou Daniele.

A voluntária explicou que todos os envolvidos estão disponíveis como suporte emocional para quem precisar desabafar, recebendo acolhimento ou somente um abraço.

No entorno, havia a distribuição da cartinha em que a pessoa é abordada com “Eu tenho uma carta para você”, tornando a abordagem pessoal.

Dentro, há uma mensagem especial de carinho que, muitas vezes, para quem perdeu alguém, faz toda a diferença.

A cartinha ainda vem com um código QR, por onde é possível acessar informações sobre o projeto.

Escreva a legenda aqui

HELP FJU

O projeto da  Força Jovem Universal (FJU), com atuação em todo o Brasil, foi criado em 2017 com o intuito de ajudar jovens que têm depressão, ansiedade e desejo de tirar a própria vida.

O grupo presta acolhimento com mensagens positivas por meio das redes sociais, orientações e ações, como ocorreu neste dia de Finados.

Os voluntários oferecem o suporte que eles mesmos precisaram em algum momento da vida.

Siga o Projeto Help nas redes sociais pelo Instagram clicando aqui e no Facebook clicando aqui.

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valory company

"Empresa de invstimentos" aplica golpe milionário no sul de MS

Dupla prometia juros mensais da ordem de 6% e conseguiu coletar ao menos R$ 5,3 milhões em duas cidades do Estado. Investigação policial está só começando

02/11/2024 11h40

Elisvaldo dos Santos e Murilo Coelo de Souza Filho pagavam juros da ordem de 6%, mas depois de alguns meses sumiram

Elisvaldo dos Santos e Murilo Coelo de Souza Filho pagavam juros da ordem de 6%, mas depois de alguns meses sumiram

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O sonho de ganhar dinheiro fácil, com juros da ordem de 6% ao mês, virou pesadelo para um grupo de investidores das cidades de Anaurilândia e Ivinhema, na região sul de Mato Grosso do Sul. Só em Ivinhema, um grupo de oito pessoas levou prejuízo de R$ 4,33 milhões. Em Anaurilândia, um médico diz ter perdido mais de R$ 1 milhão.

Conforme uma série de boletins de ocorrência registrados na delegacia de Ivinhema, os investimentos na empresa Valory Company, de Palhoça (SC) começaram em outubro do ao passado.  Até março deste ano todos vinham recebendo os juros e alguns deles até reaplicavam o dinheiro. 

Porém, a partir de abril os pagamentos foram interrompidos e os proprietários da empresa desapareceram. Por conta disso, resolveram procurar a polícia, contrataram uma empresa de cobrança e um advogado para tentar recuperar judicialmente o dinheiro que investiram. 

De acordo com uma das vítimas, o comerciante Evanilson da Silva Castilho, que entregou uma caminhonete de R$ 300 mil e investiu mais de um milhão de reais de suas economias, os proprietários desta Valory afirmavam que o dinheiro estava sendo investido em ações em diferentes bolsas de valores e por conta disso o rendimento era tão alto. 

E, diferentemente das pirâmides financeiras tradicionais, neste caso os investidores recebiam como garantia as escrituras de terrenos em um loteamento na cidade de Anaurilândia. Porém, depois que o dinheiro dos juros parou de cair na conta, as vítimas descobriram que as matrículas destes terrenos eram falsas e não valem para nada. 

Na cidade de Ivinhema são pelo menos oito vítimas. Todas alegam que foram convencidas a fazer o investimento por Luiz Maziero, médico antigo e muito conhecido na região, e por Francisco Sérgio Catarino, ambos de Anaurilândia. 

O médico, segundo o comerciante Evanilson, dizia que fazia investimentos desde 2017 e por conta disso acabou convencendo os demais. Para outra vítima, Juliano Peixoto da Silva, dono de uma ótica em Ivinhema, que investiu R$ 100 mil, o médico chegou a afirmar que era sócio da Valory. 

Francisco Catarino, por sua vez, é proprietário de uma incorporadora e uma imobiliária de Anaurilândia, além de ter ao menos 23 imóveis urbanos na cidade. Pelo fato de dar terrenos de sua empresa como garantia, também acabou levando muita gente a acreditar que o negócio era seguro e que o dinheiro realmente era aplicado na bolsa de valores. 

Agora, as oito vítimas de Ivinhema estão querendo acionar judicialmente o médico e o dono da imobiliária para que cubram os prejuízos. Segundo Evanilson Castilho, dono de uma conveniência, o médico tem patrimônio milionário e de um ano para cá teria repassado tudo para o nome de herdeiros. Isso, segundo ele, mostra que ele está fugindo de sua responsabilidade no golpe.

O Correio do Estado falou com o médico e ele afirmou que também caiu no golpe, conforme já declarou à polícia. Ele diz não ter o valor exato, mas o prejuízo “com certeza é de mais de um milhão de reais”. 

 “Eu sou a vítima com maiores prejuízos, porque além dos prejuízos eu tive o uso indevido do meu nome,  causando mais prejuízos ainda. O próprio investigador, ao contactar a empresa,  entendeu que eu sou mais uma vítima. Eu só emiti uma mera opinião. Mas, o negócio e o contrato eram feitos entre o investidor e a empresa, sem o meu conhecimento. Conclusão eu sou um investidor mais lesado que os demais investidores. Esta que é a pura verdade”, declarou, por watsapp. 

Porém, nos boletins de ocorrência registrados em Ivinhema, as vítimas declaram que o médico recebia uma espécie de bônus (típico de pirâmide) para cada cliente novo que entrasse no negócio. Prova disso é que ele próprio mandava mensagens para Juliano Peixoto para que ele convidasse conhecidos seus para fazerem novos investimentos. 

OSTENTAÇÃO

Os proprietários da Valory, que se identificaram como Murilo Coelho de Souza Filho e Elisvaldo Rodrigues dos Santos, visitavam pessoalmente os investidores em Anaurilândia e em Ivinhema. Para impressionar, apareciam em um veículo Jaguar ou de Dodge Ram. 

Nas redes sociais, assim como ocorre com todos os “vendedores de sonhos”, ostentam carrões, condomínio de luxo (em Balneário Bomboriú), vizinhos famosos (como Falcão, do Futsal), passeios de helicóptero, de lancha e viagens a locais paradisíacos.

Em suas postagens também não poderiam faltar atividades físicas em academias, bebidas caras e até charuto supostamente cubano. Isso tudo é possível, segundo eles, porque o dinheiro aplicado na bolsa estava trabalhando por eles. 

Em uma de suas publicações no Instagran , no dia 9 de outubro, Murilo (murilo.economista) diz ter criado uma fórmula especial ao longo dos últimos dois anos, com uso de inteligência artificial e mais de 30 programadores, que lhe garante rendimento mensal médio de 7,11% ao mês. “Essa é uma ferramenta que trabalha exclusivamente para mim, para que eu possa alcançar minha independência financeira”, fala, em um vídeo gravado dentro de um carro de luxo. 

Elisvaldo, que se apresentava domo proprietário da Valory, porém, desapareceu das redes sociais depois que começaram as cobranças dos investidores de Mato Grosso do Sul. Ele nunca mais apareceu em Ivinhema ou Anaurilândia.

 

 

As vítimas destas duas cidades acreditam que a ostentação de Murilo seja um indicativo de que atualmente a dupla esteja buscando “vítimas” em alguma outra região do País.  

Vários investidores entregaram seus carros para a dupla. Os veículos, porém, foram repassados para o nome de uma outra pessoa (Yan Ariel Ferreira de Souza), que seria filho de Murilo. Como os boletins de ocorrência foram registrados todos nos últimos dez dias, a polícia ainda não conseguiu mandados de busca para tentar recuperá-los. 

 

 


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