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CORUMBÁ E LADÁRIO

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Investimento de mais de R$ 103 milhões vai modernizar orla do Rio Paraguai

Obras estavam engavetadas há cerca de 10 anos e governo federal liberou verba; portos foram inaugurados em 1956 e 1980

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Para modernizar os portos de Corumbá e Ladário, a previsão é de que o governo federal destine investimento de R$ 103 milhões, que corresponde a fatia considerável do orçamento de ambas as prefeituras, para a execução de projeto de modernização da orla do Rio Paraguai.  

As regiões portuárias de Corumbá e Ladário estão com suas estruturas para embarcações defasadas há décadas. O porto da Capital do Pantanal tal qual existe hoje, por exemplo, foi inaugurado em 1956, enquanto na Pérola do Pantanal a estrutura foi entregue em 1980.  

A liberação mais recente de recursos para as intervenções ocorreu para obras em Corumbá. A prefeitura local, sem conseguir recursos de bancada, recorreu a financiamento do governo federal e conseguiu aprovação da Proposta Técnica nº 84 no Programa de Desenvolvimento Urbano (Pró-Cidades) do Ministério do Desenvolvimento Regional.  

Foram solicitados R$ 87.561.306,91, e os termos da proposta aprovada concederam a liberação de R$ 83.183.241,54 de recursos disponíveis no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O restante do valor do projeto, R$ 4.378.065,37, deve ser de recursos próprios.

A portaria que concedeu a autorização para o empréstimo à prefeitura de Corumbá foi assinada por Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, atual ministro do Desenvolvimento Regional. Conforme estabelecem as bases desse contrato, o governo municipal consegue acesso aos recursos milionários de dinheiro depositado por trabalhadores no FGTS.  

A prefeitura terá de pagar os valores obtidos com juros de 6% ao ano, e a carência para a operação de crédito é de 48 meses, contados a partir da data de assinatura do contrato.  

O prazo máximo para ocorrer a quitação é de 20 anos, período que começa a ser contado no mês subsequente ao término do prazo de carência.  

Para este ano, o orçamento que o governo federal disponibilizou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para obras de infraestrutura urbana soma R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,4 bilhão foi direcionado para mutuários do setor público, enquanto o restante foi para mutuários do setor privado. 

Com isso, Corumbá obteve quase 6% do que estava previsto para ser liberado neste ano.  

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, o projeto oferecido tem alcance que vai além da obra portuária e também ajudará a regularizar casas que estão há décadas em terrenos invadidos, às margens do Rio Paraguai e também no Canal Tamengo, que dá acesso à Bolívia.  

Nessas regiões, são mais de 20 residências que estão em situação irregular e ocupam faixa que chega a ser inundada em períodos de cheia, algo que não ocorre há quatro anos.

“Os recursos serão usados para requalificação da orla do Porto Geral de Corumbá. As obras previstas são a organização de acessos das embarcações e dos banhistas e a criação de espaço para comercialização de pescados, além de preservar o patrimônio histórico, melhorar os serviços urbanos na região e remover as habitações irregulares. A proposta ainda considera a elaboração de projetos técnicos e estudos executivos e obras de urbanização e infraestrutura de pavimentação e drenagem, contenção de encosta e moradia habitacional”, definiu a Pasta, em nota.

Apesar de envolver uma conta futura para o caixa da prefeitura, o chefe do Executivo corumbaense, Marcelo Iunes (PSDB), pontuou que a obra vai ser um divisor de águas para o município. 

“O Distrito Turístico, além de qualificar, garante maior estrutura para o turismo corumbaense, que é um forte propulsor da economia da cidade. Quase 30 mil turistas visitaram Corumbá somente no primeiro semestre deste ano. Dados coletados pelo Observatório de Turismo mostram que a cidade acolheu 29.852 pessoas em 2022. Comparado ao mesmo período de 2021, o crescimento no fluxo de turistas foi de 285%. Naquele ano, Corumbá recebeu 10.441 turistas no primeiro semestre”, contabilizou.

O Distrito Turístico corumbaense estava adormecido na gaveta desde 2011. O projeto executivo foi feito em 2015, porém, não se transformou em obra porque na época não houve liberação dos R$ 36 milhões, que era o orçamento previsto para sua execução.

PROJETO  

A proposta está dividida em seis módulos, que correspondem a 943,29 m² de construção, entre área de convívio de pescadores, capela, estação de transbordo de carga e feira de pescadores.  

Está previsto a realização de um aterro de parte do Rio Paraguai na região da Praia Vermelha, que fica quase em frente do Moinho Cultural. Essa obra é semelhante ao que já ocorreu no Porto Geral.

PORTO DE LADÁRIO

Na Pérola do Pantanal, o recurso para remodelação portuária saiu primeiro do que em Corumbá. A obra terá custo de R$ 19.989.315,01, sendo R$ 18.251.743,92 em repasses de emendas parlamentares e R$ 1.737.571,09 de contrapartida da prefeitura.  

O estágio dessa intervenção também está burocraticamente mais avançado, e a ordem de serviço foi assinada em 28 de maio deste ano, porém, ainda não começaram grandes alterações no local.  

No projeto de modernização consta que serão construídos um parque linear de 700 metros de extensão, academia ao ar livre, espaço para caminhada, prainha de banho, píer para embarque e desembarque e local para construção de estaleiros.  

Também haverá posto de atendimento ao turista, espaço para eventos culturais, estacionamento de veículos e embarcações, pista de skate, passarela de madeira sobre o rio e chafariz.  

Será implementado um espaço destinado à vigilância, que será feita pela Guarda Municipal. A movimentação turística será ampliada, pois a obra deve atrair barcos-hotéis para a região.  

O cronograma de execução prevê que a obra será concluída e entregue à população em 30 meses, ou seja, cerca de 2 anos e meio.  

Quando os atuais portos foram construídos, ainda no século 20, as obras se arrastaram por muito tempo. Em Corumbá, as intervenções foram iniciadas em novembro de 1947 e só em junho de 1956 é que acabaram, quase 10 anos de construção.  

O porto de Ladário começou a ser feito em fevereiro de 1973 e sua finalização se deu em maio de 1980.

R$ 87,5 milhões para Corumbá

Valor para a obra de requalificação em Corumbá

R$ 19 milhões para Ladário

Custo da reforma do Porto de Ladário.

 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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