As obras dos corredores de transporte público em Campo Grande continuam e avançam para novos trechos, nas avenidas Marechal Deodoro e Gunter Hans. Segundo o diretor-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Janine Bruno, apesar da reclamação de alguns moradores da região, os corredores são irreversíveis e as multas serão cobradas daqueles que não cumprirem as novas regras de trânsito.
No início deste ano, a Prefeitura de Campo Grande deu início às obras do corredor de transporte público na Avenida Marechal Deodoro. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), a previsão é de que a intervenção seja finalizada em janeiro de 2022.
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Questionado sobre a opinião pública referente às obras, Janine Bruno diz que elas serão, sim, concluídas. “Tudo o que vai mudar tira as pessoas da zona de conforto e incomoda. E isso serve para todos os setores da vida”, afirmou o diretor-presidente.
As obras fazem parte de um conjunto de reestruturação do transporte público da Capital, que vem sendo desenvolvido desde 2016 e que nesta fase compreende a drenagem e a remoção do pavimento na avenida.
A via é o último braço do Corredor Sudoeste do transporte coletivo e fará a ligação do terminal Aero Rancho ao centro da cidade, passando pelo Terminal Bandeirantes.
O projeto prevê a implantação de 1,1 km de drenagem e a execução de 5,5 km de recapeamento. De acordo com a Sisep, a previsão é de que as obras sejam terminadas em um prazo de um ano, que se encerra em janeiro de 2021.
O corredor também terá quatro estações de pré-embarque, que serão implantadas na faixa exclusiva, entre as ruas Tabira e Visconde de Suassuna; entre a Avenida Panambi Vera e a Rua Guaraí; e entre as ruas Roney Paim Malheiros e Tenente Antônio João Ribeiro. A última estação será entre as ruas Eduardo Contar e Túlio Alves Quito.
Com a finalização de algumas obras previstas para este primeiro semestre, Janine de Lima Bruno disse que multará os motoristas que não respeitarem os corredores.
De acordo com ele, as multas começarão a ser aplicadas ainda neste semestre, após a finalização do corredor da Rua Brilhante.
TRECHOS
De acordo com a prefeitura municipal, os outros dois trechos do Corredor Sudoeste do transporte coletivo já estão quase finalizados. Na região das ruas Guia Lopes/Brilhante, foram instaladas sinalizações e semáforos e a partir de março deve ser concluída a implantação das estações programadas para o trecho.
Para Francismar Gomes, 31 anos, coordenador de uma loja de ferramentas localizada no trecho que passa por intervenção na Avenida Marechal Deodoro, as obras são positivas. “No começo, infelizmente, as obras acabam interrompendo um pouco o fluxo no comércio, mas é preciso entender que elas são para o benefício da própria população. Quando for tudo sinalizado, com placas, semáforos e lombadas, assim como vi na Brilhante, vai ficar bom”, acredita Gomes.
Por outro lado, comerciantes da Rua Brilhante e da Avenida Bandeirantes reclamam dos corredores desde o início da obras.
Antônio Sérgio, que é comerciante na região da Rua Brilhante, diz que os estabelecimentos comerciais já sofriam com o recapeamento da via executado pelo Exército Brasileiro, em 2018. “Agora, não pode nem colocar os carros que vendemos na via porque o estacionamento público será retirado. Se eu não fosse dono do terreno, eu já teria fechado o negócio”, lamenta.
Antônio diz que os prejuízos são enormes em relação ao funcionamento da garagem da qual é proprietário. Daqui para frente ele nem tem planos. “Vou avaliar. Se não der certo, talvez eu monte um estacionamento privado ou feche”, sentencia.
CORREDORES
A implantação dos corredores de transporte na Capital foi planejada ainda em 2012 e é vista pela gestão municipal como uma melhor opção para agilizar o transporte em Campo Grande.
O diretor-presidente da Agetran afirma que o projeto atende 80% dos usuários de ônibus da cidade. “A infraestrutura é para melhorar a qualidade de vida das pessoas que precisam se deslocar até o Centro”, afirma.
Os corredores de transporte estão previstos no Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana, o investimento corresponde à implantação de quase 69 quilômetros e vai reduzir em até 20% o tempo de viagem dos ônibus, tanto centro/bairro quanto bairro/centro.
A redução do tempo de viagem será possível porque a velocidade média dos ônibus aumentará de 16 quilômetros por hora para 25 km/h. Os ônibus vão circular em faixa exclusiva e terão trânsito livre, com semáforos funcionando de forma sincronizada nos cruzamentos onde haverá estações de pré-embarque.
Conforme a Agetran, a Avenida Bandeirantes terá sete estações nas esquinas com as ruas Campinas, Hermenegildo Pereira, Bélgica, Tenente Antônio João de Figueiredo, Argemiro Fialho, Salgado Filho e 26 de Agosto.
Na Rua Brilhante serão três estações, nas esquinas com as ruas Ciríaco Maymone, Mario Quintanilha e Manoel Proença e Avenida Marechal Deodoro. As estações maiores terão 15 assentos e as menores seis bancos, além de uma estrutura de concreto na qual os usuários também poderão se acomodar.
Já a Rua Bahia, que integra o Corredor Norte do transporte, terá quatro estações, nas esquinas com as ruas da Paz, Antônio Maria Coelho, Rua das Garças e Amazonas, facilitando o tempo de viagem entre o centro da cidade e os terminais General Osório e Nova Bahia. As estações terão 10 metros de comprimento e 2,5 metros de cobertura.
Em 2019, a Prefeitura de Campo Grande autorizou a contratação de empréstimos de R$ 91,3 milhões para bancar os outros corredores: Sul e Norte. O Corredor Norte contemplará ruas como Bahia, 25 de Dezembro e Alegrete, além das avenidas Coronel Antonino e Cônsul Assaf Trad, e fará a ligação dos terminais General Osório e Nova Bahia.
O Corredor Sul abrangerá as avenidas Costa e Silva, Gury Marques e Calógeras e fará a conexão dos terminais Morenão e Guaicurus. Essas vias terão trânsito livre, com semáforos funcionando de forma sincronizada nos cruzamentos onde haverá estações de pré-embarque.
De acordo com a prefeitura, ainda neste ano será licitada a obra do corredor da Avenida Calógeras, orçada em R$ 11 milhões e que abrange drenagem, recapeamento, estações de pré-embarque e ciclovia.