O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), declarou na manhã desta quinta-feira (25) que o isolamento social é a única alternativa para frear o crescimento da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Ele também criticou as aglomerações.
“O isolamento [social] é a melhor arma e não temos outra alternativa. Criou-se uma polêmica sobre qual o melhor remédio para o tratamento, mas não temos evidências suficientes”, explicou o governador, em referência à cloroquina e hidroxicloroquina.
Azambuja pediu ainda que as pessoas evitem aglomerações. “Vejo nas ruas rodas de tereré e aglomerações. Peço uma reflexão a essas pessoas. Precisamos diminuir essa contaminação”, alertou.
Ontem, quarta-feira (24), a taxa de isolamento social foi de 36%, segundo o Governo do Estado. Campo Grande teve o terceiro pior índice entre as capitais, de 35,7%. Epicentro da pandemia, Dourados registrou 39,5% da população em casa.
NOVAS MORTES
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou ontem mais quatro mortes pela doença, além de registrar outra na terça-feira (23). O total de óbitos chegou a 61.
A 57ª morte foi de uma mulher de 55 anos, que morava em Naviraí. Portadora de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e diabetes, ela foi diagnosticada no dia 13, foi transferida para Dourados na segunda-feira (22) e faleceu no dia seguinte.
Outros três óbitos ocorreram em Dourados. Sem comorbidades, uma mulher de 32 anos apresentou sintomas no dia 7, passou pelo drive-thru no dia 15 e teve resultado positivo no dia 20. Em isolamento domiciliar, ela deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade com parada cardiorrespiratória e morreu ontem.
Diagnosticado por meio de teste rápido, um idoso de 66 anos faleceu na noite de ontem no Hospital Evangélico Dr. e Sra. Goldsby King. Ele também não tinha nenhuma comorbidade.
Na manhã de hoje, outra mulher de 32 anos morreu no Hospital da Vida. Ela estava internada desde 14 de junho após sofrer um acidente de trânsito e acabou infectada na unidade.
Ainda na noite de ontem, uma idosa de 73 anos, moradora de Fátima do Sul, faleceu em Dourados. Renal crônica, diabética e hipertensa, ela havia sido internada no dia 15 e transferida para a segunda maior cidade do Estado no último sábado (20).
Sendo assim, o Estado contabiliza 16 óbitos em Dourados (sendo 1 que morreu em Tocantins), 8 óbitos em Campo Grande, 6 em Corumbá, 5 em Três Lagoas, 3 em Itaporã, 2 em Batayporã, 2 em Paranaíba, 2 em Rio Brilhante, 2 de Brasilândia, 2 em Ponta Porã, 1 em Vicentina (também ocorrido no Estado de São Paulo), 1 em Iguatemi, 1 em Sidrolândia, 1 em Douradina, 1 em Itaquiraí 1 em Deodápolis, 1 em Anastácio, 1 em Glória de Dourados e 1 em Fátima do Sul.
DADOS
Hoje, Mato Grosso do Sul chegou a 6.523 casos. Entre ontem e hoje, mais 322 casos foram confirmados. Desses novos casos, 108 foram registrados em Campo Grande, 97 em Dourados, 24 em Rio Brilhante e 16 em São Gabriel do Oeste.
Chapadão do Sul e Corumbá confirmaram mais nove casos cada. Três Lagoas registrou novos sete casos e Paranaíba mais seis. Itaquiraí, Ivinhema e Sidrolândia confirmaram cada um quatro casos.
Batayporã, Nova Andradina, Ponta Porã e Vicentina registraram três novos casos cada. Já Amambai, Bonito, Caarapó, Corguinho, Douradina, Fátima do Sul, Glória de Dourados e Naviraí registraram dois novos cada. E Bataguassu, Brasilândia, Coxim, Guia Lopes da Laguna, Itaporã, Jardim, Eldorado, Maracaju e Sonora confirmaram um novo caso cada.
Procedimento que já é comum, Costa Rica e Selvíria eliminaram um caso cada da base de dados. Isso acontece quando as autoridades locais identificam que o paciente apenas recebe atendimento na cidade e reside em outro local.
Mais 257 pessoas se recuperaram da Covid-19, totalizando 3.191. 163 pacientes estão internados, sendo 85 em leitos clínicos e 81 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Portanto, em 24 horas, sete pessoas receberam alta no Estado. Há ainda três pacientes de outros estados sendo tratados em Mato Grosso do Sul, mas não contabilizadas oficialmente pela SES.
Dessas 85 pessoas em leitos clínicos, 56 estão em leitos públicos. As outras 27 estão em hospitais privados, e outros dois paranaenses ocupam vagas em unidades particulares.
Entre os 81 internados em UTI, 53 ocupam leitos públicos e 28 pessoas estão em hospitais privados. Com isso, a taxa de ocupação de leitos clínicos exclusivos para Covid-19 é de 18% e dos de UTI é de 36%.
Considerando o total geral de leitos e internações por outras doenças, a macrorregião de Corumbá está com 75% da capacidade ocupada. Dos 20 leitos, metade tem pacientes em tratamento contra outras doenças, 15% foram diagnosticados com Covid-19 e 10% estão com suspeita.
Já a macrorregião de Campo Grande está com 73% dos leitos ocupados. São 212 unidades, sendo 60% com pessoas com outras doenças, 10% contaminados pelo vírus e 3% com suspeita. A região de Dourados tem 102 leitos e 55% estão ocupados. E a macrorregião de Três Lagoas tem 49% de leitos ocupados, de um total de 35.