O juiz titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Aluízio Pereira dos Santos, arquivou o processo de investigação da morte da médica Neide Mota Machado e autorizou a cremação do corpo, pedido que já havia sido feito pela família. Em novembro do ano passado, o corpo da médica foi encontrado dentro de seu carro, próximo a uma chácara no Jardim Veraneio, em Campo Grande. Na época, ela era investigada por ser proprietária de uma clínica que fazia abortos na Capital.
Como a Justiça considerava a importância do corpo para possíveis exames a fim de ajudar nas investigações, não permitiu que a família o levasse para São Paulo, onde pretendia cremá-lo, conforme desejo de Neide. Então, o corpo teve de ser enterrado no Cemitário Memorial Park, na Capital.
Na decisão, o juiz Aluízio Pereira dos Santos afirma que “com o fim das investigações, afirmando o suicídio, não há mais motivos para impedir a realização de sua última vontade, em respeito aos desejos dos mortos manifestados em vida. Ante o exposto, defiro o pedido de traslado e cremação do corpo”. O pedido teria sido feito pela médica três dias antes de sua morte, em uma espécie de documento que foi assinado por ela e mais três testemunhas.
Quando o corpo foi achado, havia uma seringa, que Neide segurava na mão esquerda, dois frascos de lidocaína e uma carta, escrita à lápis. Em um dos trechos, ela dizia que “deveria garantir que já estaria dormindo quando sobreviesse o fim” e “que não houvesse pânico, nem trauma, nem dor”, condições que fizeram a polícia acreditar na hipótese de suicídio. (BG)