Cidades

Justiça

Juiz decreta prisão de Olarte e Amorim; prefeito afastado some

Desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva acatou pedidos feitos pelo Gaeco

ALINY MARY DIAS E GABRIELA COUTO

01/10/2015 - 07h35
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A Justiça decretou a prisão do prefeito afastado Gilmar Olarte e do empresário João Krampe Amorim. Por volta das 6h30 desta quinta-feira (1º) oficial de Justiça acompanhado de policial militar foi até a casa de Olarte, mas o ex-prefeito não foi encontrado. Os pedidos de prisão foram feitos pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em decorrência das operações Coffee Break e Lama Asfáltica.

A decisão de acolher pedido do Ministério Público foi tomada pelo desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, do Tribunal de Justiça. Ele decretou prisão temporária por cinco dias de Olarte e Amorim.

No início da manhã, oficial de Justiça e policial militar, em carro descaracterizado, foram até a casa de Olarte, no bairro Itanhangá Park, e permaneceram por 20 minutos na casa do ex-prefeito. Eles fizeram buscas na residência, mas não encontraram Olarte.

O advogado do prefeito, Jail Azambuja, estava na casa e disse ao Correio do Estado que não sabe do paradeiro do cliente, mas irá ingressar com pedido de habeas corpus.

Para Azambuja, o pedido de prisão feito pelo Gaeco e acatado pelo desembargador é “esdrúxulo”.

Apesar da prisão de João Amorim também ter sido decretada, até agora nenhuma movimentação foi vista na casa dele. A reportagem acompanha o caso.

VEREADORES

Sobre o pedido de afastamento de 17 vereadores, o desembargador Bonassini indeferiu, ou seja, não acatou o pedido.

Os vereadores na mira do Gaeco são: Vanderlei Cabeludo (PMDB), Carla Stephanini (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Paulo Siufi ​(PMDB), Coringa (PSD), Chiquinho Telles (PSD), Delei Pinheiro (PSD), Flávio César (PT do B), Eduardo Romero (PT do B), Otávio Trad (PT do B), Chocolate (PP), Jamal Salém (PR), João Rocha (PSDB), Airton Saraiva (DEM), Gilmar da Cruz (PRB), Carlão PSB) e Edson Shimabukuro (PTB).

INVESTIGAÇÃO

O Gaeco investiga o esquema montado por João Amorim para comprar votos de vereadores no processo de cassação do mandato de Bernal. Ele teria ao lado do outro empresário, João Baird, bancado financeiramente vereadores para deposição de Bernal do cargo. Mas, ainda, não há nenhum pedido de prisão de Baird.

As interceptações telefônicas feitas pelo Gaeco e as compartilhadas pela Polícia Federal apontam para direção de complexo esquema de corrupção, tráfico de influência com objetivo de atender interesses na execução das grandes obras do município por meio de licitações fraudulentas e direcionadas para empresas de João Amorim.

A concretização do plano do empresário só era possível com a troca de prefeito, porque Bernal decidiu excluir as empresas ligadas à administração de Nelsinho Trad (na época do PMDB) para abrir caminho às firmas com quem tinha relacionamento.

O principal prejudicado com Bernal na prefeitura foi João Amorim. Com a certeza de perder muito dinheiro, o empreiteiro partiu pra cima quando a Câmara Municipal instaurou a CPI do Calote, resultando em Comissão Processante e, consequentemente, na cassação do mandato de Bernal. Ele teria chamado os vereadores para negociar o afastamento do prefeito.

O Gaeco ainda não deve ter opinião formada sobre quantos milhões de reais foram gastos na compra de votos. A primeira medida do Gaeco, na Operação Coffee Break, foi afastar Mario Cesar (PMDB) da presidência da Câmara Municipal e suspender o seu mandato com autorização do Tribunal de Justiça até a conclusão das investigações. Além disso, levou coercitivamente (à força) nove.

Cidades

Clínica Veterinária é condenada por tratamento errado e morte de cachorra

A Justiça condenou a clínica a indenizar a tutora, após tratar leishmaniose como doença do carrapato e submeter o animal a duas cirurgias

18/06/2025 17h23

Crédito: Freepik

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Após contratar um plano de saúde para a cachorra, que recebeu um diagnóstico errado dado por uma clínica veterinária, a Justiça determinou que a tutora receba mais de 13 mil reais.

O caso ocorreu no município de Paranaíba, que fica a 406 km de Campo Grande.

Conforme a ação, a mulher contratou, em setembro de 2020, o plano de saúde na clínica. Exames iniciais descartaram a possibilidade de que a cachorra estivesse com leishmaniose.

No ano seguinte, o animal apresentou dificuldade para andar e perdeu o apetite. Uma série de exames foi realizada, assim como diversos tratamentos.

O médico veterinário descartou a hipótese de leishmaniose e iniciou tratamento para doença do carrapato.

Como a cachorra não melhorava, foi submetida a uma cirurgia nas patas traseiras para a colocação de placas metálicas. Algum tempo depois, a tutora procurou outro local para obter uma segunda opinião.

Os exames apontaram que a cachorra testou positivo para leishmaniose. Embora o novo tratamento tenha melhorado um pouco o quadro, devido à condição da cadela, as lesões não cicatrizavam.

Outra cirurgia acabou sendo realizada para a retirada das placas, mas o animal sofreu uma parada cardiorrespiratória e veio a óbito.

A defesa da clínica alegou ter utilizado os melhores equipamentos disponíveis e responsabilizou a tutora, afirmando que a recuperação não ocorreu adequadamente devido às condições em que a cachorra vivia em sua residência.

Sobre o óbito, justificou que ele ocorreu por complicações pós-cirúrgicas somadas à condição clínica do animal.

O laudo foi crucial para o desfecho do caso, ao demonstrar falha no diagnóstico precoce, uso de placas metálicas de tamanho inadequado e ausência de cuidados adequados no pós-operatório, tanto por parte da clínica quanto da tutora.

O juiz Plácido de Souza Neto, da Vara Cível de Paranaíba, reconheceu que as duas partes envolvidas tiveram culpa nos cuidados posteriores a cirurgia, conforme o artigo 945 do Código Civil.

“O dano moral é evidente, haja vista a angústia, o desespero e o sofrimento decorrentes da falha na prestação de serviço da clínica veterinária ao animal, que necessitava de tratamento adequado para minimizar o seu sofrimento”, analisou o magistrado.

Dessa forma, a clínica foi condenada a pagar R$ 8.796,81 pelos danos materiais (metade do valor total solicitado) e R$ 5.000,00 por danos morais, ambos com correção monetária e juros.

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Saúde

Pressão do "mais louco do Brasil" faz governo transferir pacientes de Ivinhema

Prefeito Juliano Ferro foi às redes sociais denunciar superlotação e falta de vagas; em menos de um dia, Estado de MS autorizou transferências para outras cidades

18/06/2025 17h12

Prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro

Prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro Reprodução

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Menos de 24 horas depois de o prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), ir às suas redes sociais queixar-se da superlotação do hospital municipal da cidade que administra e da falta de vagas em hospitais de referência, regulados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), os pacientes do hospital de Ivinhema conseguiram vaga em outras cidades, como Dourados, Campo Grande e Nova Andradina. Eles chegaram a esperar mais de 10 dias por um leito.

“Depois da live que eu fiz (no Instagram), eles atenderam o meu pedido”, afirmou Juliano Ferro ao Correio do Estado. 

O prefeito se autodeclara “o prefeito mais louco do Brasil” em suas redes sociais. Só no Instagram, por exemplo, ele tem quase 1 milhão de seguidores e já chegou a atingir, em apenas um mês, mais de 20 milhões de impressões com seu conteúdo.

Na live em que mostrou pacientes de sua cidade aguardando há dias por cirurgias ortopédicas e cardíacas, por exemplo, Juliano Ferro queixava-se do atraso de um repasse de R$ 4,5 milhões, que, segundo ele, teria sido prometido pelo governo de MS.

“Já saiu do mundo, mas eu temo que o problema se repita lá na frente”, afirmou. “Em fevereiro prometeram R$ 4,5 milhões, agora já estão falando em R$ 3 milhões”, disse.

A SES emitiu nota após a reclamação de Juliano Ferro. Afirmou que a regulação das vagas no município de Ivinhema cabe ao polo do município de Dourados. “Todavia, estamos apurando a situação real junto à macrorregião para adequação à necessidade do caso específico”, informou.

Na mesma nota, o órgão do governo de Mato Grosso do Sul informou que está em andamento o repasse de R$ 3 milhões, por meio de um convênio, para o município, e que, desde o início da gestão de Riedel, Ivinhema já havia recebido aproximadamente R$ 15 milhões para o hospital.

A live

Na terça-feira (19), Juliano Ferro, o “mais louco do Brasil”, gravou um vídeo dentro e fora do hospital e não poupou palavras para criticar a SES, culpando-a pelo caos na saúde do município.

“Chegou a um ponto que não tem como eu não falar mais”, declarou o prefeito, afirmando que sua atitude reflete a realidade de diversas outras cidades do Estado. Eu recebi ligação de mais de 20 prefeitos dizendo que estão com a mesma situação que Ivinhema. É que as pessoas às vezes não querem levar a sua cara e não querem se expor, mas eu não vou ficar apanhando da população por uma atribuição que não é do município”, afirmou.

 

 

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