Cidades

SANTA MARIA

Juiz espera concluir julgamento de réus do caso Kiss até o fim do ano

Ulysses Louzada se dedica exclusivamente ao processo criminal no RS

G1

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12/10/2015 - 20h00
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O juiz Ulysses Louzada, responsável pelo processo criminal referente ao incêndio na boate Kiss, espera concluir o julgamento dos quatro réus até dezembro deste ano. Até o último mês do ano, o magistrado tem dedicação exclusiva ao caso da tragédia ocorrida em 27 de janeiro de 2013 e causou 242 mortes na cidade da Região Central do Rio Grande do Sul.

"O tribunal nos deu até o dia 20 de dezembro exclusividade para este processo. E nós, agora com exclusividade, estamos empregando no sentido de ver se a gente consegue terminar", disse Louzada.

São réus no processo dois sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão. O próximo passo, segundo o juiz, é ouvir os acusados.

"Vamos marcar um interrogatório das pessoas que estão sendo acusadas. Depois, vou oportunizar ao Ministério Publico e para o assistente de acusação oferecerem as alegações finais. Depois, cada um dos defensores. Depois o processo vem para sentença", disse o magistrado.

Nesta semana, dois familiares de vítimas do incêndio recusaram uma proposta de acordo para suspender o processo movido contra eles pelo Ministério Público, por crime de calúnia. Adenúncia foi motivada por cartazes de protesto fixados em ruas de Santa Maria, relacionando um promotor à tragédia ocorrida em 27 de janeiro de 2013 e causou 242 mortes na cidade da Região Central do Rio Grande do Sul.

Os cartazes, espalhados pela cidade em maio, insinuam que o promotor Ricardo Lozza e o Ministério Público foram omissos, pois sabiam que a boate não tinha os alvarás necessários para abrir as portas, mas nada foi feito.

A Justiça determinou o recolhimento do material em maio deste ano. Previsto no artigo 138 do Código Penal, o crime de calúnia tem pena de detenção de seis meses a dois anos e multa.

"Calúnia é quando você levanta informações que são mentira. Mas o que você copia e cola, o que você pegou do processo, e dizer que eu cometi essa calúnia.... Eu não fui lá colocar [os cartazes nas ruas]. Espero que eles provem isso, que eu coloquei esse cartaz lá na frente da boate", defende-se o presidente da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Sérgio da Silva, um dos denunciados.

"Temos a absoluta certeza de que não cometemos os crimes pelos quais estamos sendo acusados. Em momento algum caluniei ou difamei o promotor. Colamos aqueles cartazes com ofícios de comunicação trocados entre eles e a prefeitura, e nesses ofícios ele recebia como resposta da prefeitura que a casa estava com alvará vencido há sete meses", reagiu Flávio Silva, presidente do movimento Santa Maria do Luto à Luta, que também foi denunciado.

O MP destaca que os promotores ingressaram na Justiça com advogados próprios e, como os demais promotores de Santa Maria se declararam impedidos de atuarem nos dois casos, o órgão é representado por Alexandre Salim, de Porto Alegre. Procurado por meio da assessoria de imprensa do órgão, Salim não quis se manifestar.

"Quando nos saímos de dentro do processo e vamos para praça pública, com cartaz, colocando a fotografia de um promotor e uma acusação explicita de omissão, se configura claramente um crime contra a honra", disse José Paganella Boschi, advogado que representa os promotores.

O advogado de Sérgio e Flávio, Ricardo Jobim, discorda. "Não consiste em crime. Não consiste em acusação de prevaricação. São apenas pessoas que têm sua razão de se manifestar, porque, afinal, viveram uma situação muito complicada e precisam de apoio social", argumenta.

Enquanto o processo tramita na Justiça, os mais de 600 sobreviventes do incêndio continuam lutando para voltar a viver normalmente. A sobrevivente Aline Maia conta que, além de gastar R$ 800 por mês em medicamentos, ainda enfrenta o trauma. "Não consigo sair em lugar que tem muita gente, não consigo sair em lugar fechado. Eu nunca mais fui a uma boate", lamenta.

ENTENDA

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos. O fogo teve início durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira e se espalhou rapidamente pela casa noturna, localizada na Rua dos Andradas, 1.925.

O local tinha capacidade para 691 pessoas, mas a suspeita é que mais de 800 estivessem no interior do estabelecimento. Os principais fatores que contribuíram para a tragédia, segundo a polícia, foram: o material empregado para isolamento acústico (espuma irregular), uso de sinalizador em ambiente fechado, saída única, indício de superlotação, falhas no extintor e exaustão de ar inadequada.

Ainda estão em andamento os processos criminais contra oito réus, sendo quatro por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio, e os outros quatro por falso testemunho e fraude processual. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada. Sete bombeiros também estão respondendo pelo incêndio na Justiça Militar. O número inicial era oito, mas um deles fez acordo e deixou de ser réu.

Entre as pessoas que respondem por homicídio doloso, na modalidade de "dolo eventual", estão os sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr (Kiko) e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão. Os quatro chegaram a ser presos nos dias seguintes ao incêndio, mas a Justiça concedeu liberdade provisória a eles em maio de 2013.

Atualmente, o processo criminal ainda está em fase de instrução. Após ouvir mais de 100 pessoas arroladas como vítimas, a Justiça está em fase de recolher depoimentos das testemunhas. As testemunhas de acusação já foram ouvidas e agora são ouvidas as testemunhas de defesa. Os réus serão os últimos a falar. Quando essa fase for finalizada, Louzada deverá fazer a pronúncia, que é considerada uma etapa intermediária do processo.

No dia 5 de dezembro de 2014, o Ministério Público (MP) denunciou 43 pessoas por crimes como falsidade ideológica, fraude processual e falso testemunho. Essas denúncias tiveram como base o inquérito policial que investigou a falsificação de assinaturas e outros documentos para permitir a abertura da boate junto à prefeitura.

Guerra

Rússia e EUA discutem proposta de paz para Ucrânia em conversa entre Lavrov e Rubio

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, abordaram os esforços para encerrar o conflito na Ucrânia

17/04/2025 20h00

Rússia e EUA discutem proposta de paz para Ucrânia

Rússia e EUA discutem proposta de paz para Ucrânia Divulgação

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Em conversa telefônica nesta quinta-feira, 17, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, abordaram os esforços para encerrar o conflito na Ucrânia, com Washington apresentando uma proposta de paz e Moscou mantendo sua disposição ao diálogo, segundo comunicados oficiais de ambos os países.

O Ministério das Relações Exteriores russo informou que Rubio, que está em Paris para discussões com aliados europeus e ucranianos, detalhou a Lavrov seus recentes contatos diplomáticos. O ministro russo "reafirmou a disposição de Moscou em continuar o trabalho conjunto com os colegas americanos para eliminar de forma confiável as causas fundamentais da crise ucraniana", segundo a nota da Rússia.

Do lado americano, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou que Rubio apresentou a Lavrov a mesma proposta de paz discutida com europeus e ucranianos. "O presidente Donald Trump e os EUA querem que esta guerra termine, e apresentaram a todas as partes os contornos de uma paz duradoura e sustentável", declarou.

A nota americana destacou a "recepção encorajadora" à proposta em Paris, sugerindo abertura das partes para negociações. Enquanto isso, o comunicado russo enfatizou o acordo em manter "comunicação ativa", especialmente antes das próximas reuniões diplomáticas previstas para a semana que vem.

ANUÁRIO 2024

Acidentes em rodovias mataram uma pessoa a cada 2 dias em MS

Anuário da PRF aponta que 1.940 pessoas ficaram feridas e 182 morreram nas BRs do Estado no ano passado

17/04/2025 18h00

BR-163 é a rodovia do Estado com maior número de mortes em acidentes

BR-163 é a rodovia do Estado com maior número de mortes em acidentes Marcelo Victor/ Correio do Estado

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No ano passado, 182 pessoas morreram e 1.940 ficaram feridas em acidentes registrados nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul, segundo dados do Anuário da Polícia Rodoviária Federal, divulgados nesta quinta-feira (17). Com relação aos óbitos, em média, houve uma morte a cada dois dias.

De janeiro a dezembro de 2024, foram 1.803 acidentes. Dentre os feridos, 1.393 tiveram ferimentos leves e 547 foram graves.

O tipo de veículo em que os acidentes mais resultaram em mortes foram os de passeio. Na sequência, aparecem caminhões, motos e ônibus.

No Estado, são 4.109,2 quilômetros de rodovias federais, segundo a PRF, e a maioria dos acidentes aconteceram na BR-163, conhecida como rodovia da morte.

Infrações

A PRF também flagrou imprudência nas estradas em 2024, quando 228. 602 autos de infrações foram emitidos em Mato Grosso do Sul.

Dentre as condutas mais observadas no Estado estão o excesso de velocidade (125.630), as ultrapassagens indevidas (14.578) e o não uso do cinto de segurança (6.003).

Com relação a embriaguez ao volante, foram constatados 517 casos, além de 1.585 motoristas que se recusaram a fazer o teste de alcoolemia.

A BR-163 também foi a rodovia do Estado que concentrou a maioria dos flagrantes de infrações, com 143.349.

No ano, foram 835.165 pessoas fiscalizadas, 854.465 veículos e realizados 172.671 testes de alcoolemia.

A BR-101, no Rio de Janeiro (1.174.194), a BR-116, em São Paulo (883.880), e a BR-101, no Espírito Santo (695.947), lideram as estatísticas de infrações. 

Brasil

Em todo o Brasil, o levantamento revela que 6.160 pessoas morreram e 84.526 ficaram feridas em meio a 73.156 acidentes.

As unidades federativas que se destacaram negativamente foram Minas Gerais, com 794 mortes e 11.756 feridos em cerca de 9,3 mil acidentes de trânsito, seguida pelo Paraná, com 607 mortes e 8.456 feridos em cerca de 7,6 mil sinistros. Já em Santa Catarina foram 415 mortes e 8.381 feridos nos mais de 9,5 mil acidentes no decorrer do ano.

Com relação ao tipo de acidente, o anuário não traz dados regionalizados, mas, em todo o País, colisões traseiras lideram as estatísticas, seguidas por saída de pista e tombamento.

As estradas com mais ocorrências de acidentes foram as BRs-101, 116 e a 381.

“A PRF atendeu 12.778 sinistros na BR-101, sendo 4.375 deles em Santa Catarina. Já na BR-116 houve 11.478 casos, a maior parte, 3.478, em trechos que cortam São Paulo. Em terceiro lugar está a BR-381, com 3.469 sinistross. Desse total, 2.793 aconteceram em Minas Gerais”, detalhou a PRF.

Cerca de 35,3 mil ocorrências foram em pistas simples, resultando em 4.291 mortes. Foi observado também que os acidentes ocorreram em maior número entre as sextas-feiras e os domingos entre 17h e 19h.

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