Juízes de Ponta Porã recorreram à Justiça paraguaia e formalizaram um pedido para que haja uma cooperação mais efetiva entre os dois países para combater a criminalidade na região de fronteira. O diretor do Fórum da cidade, distante 314 km de Campo Grande, Adriano Rosa Bastos comandou a delegação brasileira que ainda foi composta pelos juízes de varas criminais Marcelo Marques e Eguilliel Ricardo da Silva.
Os três assinaram uma Moção de Cooperação Jurídica e Policial, que agora será submetida procuradores de países do Mercosul durante o evento Reunião Especializada de Ministérios Públicos (REMPM). Pelo Paraguai, o presidente do Tribunal de Apelação do Departamento de Amambay (órgão equivalente ao Tribunal de Justiça), Hugo Ramon Grancia Lezcano, assinou a moção junto com outros juízes e desembargadores.
O encontro aconteceu em Pedro Juan Caballero na semana passada. A cidade é capital do departamento de Amambay e fica na divisa com Ponta Porã.
Para que o termo seja efetivado, o procurador da república na cidade de fronteira, Ricardo Pael, precisará defender a proposta na reunião de ministérios públicos do Mercosul. Esse encontro ainda não tem data para acontecer.
Adriano Rosa Bastos destacou que a justiça paraguaia manifestou completo interesse em cooperar e a recente onda de violência na região, com quatro execuções em seis dias na semana passada, gerou preocupação para ambas as autoridades. "O que a gente quer é a cooperação do Paraguai na questão da prisão de pessoas que vão se esconder lá. E o mesmo aconteceria aqui. Será preciso auxílio das policias e dos ministérios públicos", disse o diretor do Fórum de Ponta Porã, titular da 1ª Vara Cível.
O trabalho conjunto dos dois países ajudaria a combater a violência nas cidades de Bela Vista, Sete Quedas e Ponta Porã. "Existem somente tratativas iniciais, mas nada de concreto. Hoje ficamos de mãos atadas", assumiu Bastos.