Cidades

NEGOU LIBERDADE

Justiça diz que há indícios suficientes de que Jamil Name faz parte de milícia

Magistrado negou habeas corpus e ressaltou periculosidade de presos

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Na decisão em que negou habeas corpus aos empresário Jamil Name e Jamil Name Filho, desembargador plantonista substituto do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Eduardo Machado Rosa, afirma que na decisão que decretou a prisão preventiva, magistrado delineou o modus operandi empregado pelos suspeitos na prática criminosa e a periculosidade dos mesmos, com indícios de autoria e materialidade dos crimes de  organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, homicídios e demais crimes correlatos. Ambos foram presos em operação  que combate milícia armada especializada em crimes de pistolagem, em Campo Grande.

O desembargador também negou pedido de liberdade aos policiais civis Vladenilson Daniel Olmedo e Márcio Cavalcanti da Silva.

Advogado que representa os acusados, Renê Siufi, entrou com o pedido de liberdade sob alegação de que os clientes estariam sofrendo constrangimento ilegal praticado pelo juízo da 7ª Criminal, afirmando que nenhum dos presos dão margem à qualquer suspeita de risco à ordem pública ou a instrução criminal. Defensor alegou ainda que Jamil Name apresenta grave estado de saúde, tendo mais de 80 anos e inspirando cuidados que não podem ser prestados no cárcere. 

Inicialmente, o habeas corpus seria analisado pelo desembargador plantonista Sideni Soncini Pimentel, mas ele se declarou como impedido para julgar e o caso que foi redistribuído para o plantonista substituto, que negou o pedido de liberdade no início da tarde.

Na decisão, desembargador afirma que a decisão que decretou a prisão preventiva está bem fundamentada e estão presentes todos os requisitos autorizadores da medida, "com a aparente comprovação da materialidade delitiva e de indícios suficientes que apontam para a autoria dos crimes já mencionados". Também na decisão, consta que, em liberdade, os suspeitos podem criar riscos à garantia de ordem pública e à conveniência da instrução criminal.

"Pelas provas apuradas até então e destacadas pelo órgão ministerial, verifica-se a existência dos crimes de organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, homicídios e demais crimes correlatos e sérios índicios de que os representados são autores ou, de alguma forma, participes dos delitos", diz a decisão inicial, que foi analisada por Eduardo Machado Rosa no indeferimento do habeas corpus pleiteado.

"Vale salientar ainda que os delitos citados na inicial revelam-se desafiadores à segurança da sociedade, bem como aos bens jurídicos atingidos diretamente, situação que reclama uma providência imediata do poder público, son pena dee se pôr em dúvida até mesmo a legitimidade e finalidade do exercício da jurisdição penal", acrescenta o magistrado.

Jamil Name e Jamil Name Filho estão presos no Centro de Triagem Anísio Lima.

Renê Siufi disse ao Correio do Estado que com a negativa, a defesa irá aguardar os trâmites. “O habeas corpus vai ser distribuído para as seções criminais, mas só na segunda-feira e agora é esperar”, disse, descartando a possibilidade de novo recurso ou dos empresários e policiais serem soltos durante o plantão judicial, no fim de semana.

OPERAÇÃO OMERTÁ

Conforme o Gaeco, Operação Omertá foi deflagrada  pelo Grupo de Atuação Especial na Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e Grupo Armado de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras), além do Batalhão de Choque e da Polícia Federal, com a finalidade de cumprir 13 mandados de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 de busca e apreensão, tendo como foco desarticular organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, homicídio, corrupção ativa e passiva, dentre outros.

Empresários Jamil Name e Jamil Name Filho foram presos no Bairro Bela Vista, em cumprimento de mandado de prisão preventiva,.Na casa do empresário, foi apreendida uma pistola .9 milímetros de origem não comprovada e, no haras dele, foi encontrada uma espingarda calibre 12.

Também foram cumpridos mandados contra quatro guardas municipais, conhecidos como Paixoto, Igor, Arantes e Eronaldo, policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o militar aposentado do Exército Anderson Correia e o policial federal aposentado Everaldo Monteiro de Assis. Outros três funcionários foram encaminhados à delegacia, mas não tiveram os nomes revelados. 

No início da tarde, advogado Alexandre Golçalves Brandoloso, também preso na operação, teve liminar que revoga a prisão temporária concedida e será solto. 

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, foram apreendidos, em poder do investigados, mais armas de fogo, munição, aparelhos celulares, computadores, documentos, R$ 160 mil em dinheiro  e cheques.

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Investigações que culminaram na operação tiveram início em abril deste ano, em apoio aos trabalhos de investigação dos assassinatos do sub-tenente reformado da PM Ilson Martins Figueiredo, que trabalhava como chefe de segurança da Assembleia Legislativa; de Orlando da Silva Fernandes, ex-segurança do traficante paraguaio Jorge Rafaat; e homicídio do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, executado em atentado que tinha como alvo o seu pai, o capitão reformado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul,  Paulo Roberto Teixeira Xavier. As investigações foram conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras).

Trabalho foi desenvolvido em conjunto entre o Garras e Gaeco e, em 19 de maio de 2019, o guarda municipal Marcelo Rios, apontado como um dos integrantes da organização criminosa, foi preso com um arsenal em residência no Monte Líbano. Na ocasião, foram apreendidos 2 fuzis AK 47, 4 fuzis 556, 11 pistolas 9mm, quatro carabinas 556 calibres .12 e .22 e um revólver 357.

Rios atualmente está preso preventivamente no presídio federal de Mossoró (RN). Outros dois guardas municipais, Robert Kopetski e Rafael Antunes da Silva, e o motorista Flavio Morais da Cunha, também estão presos. Por causa do envolvimento com o grupo de extermínio, Marcelo Rios e Kopetski foram demitidos da Guarda Civil Municipal.

D-Edge

Tradicional casa noturna de campo-grandense em SP abriga culto evangélico e vira alvo de polêmica

Espaço em São Paulo repercutiu após cantora e pastora Baby do Brasil discursar que mesmo em casos de abuso sexual, o perdão deve ser incondicional

14/03/2025 18h30

Em culto, cantora e pastora Baby do Brasil pediu para que vítimas de abuso sexual 'perdoem' seus agressores

Em culto, cantora e pastora Baby do Brasil pediu para que vítimas de abuso sexual 'perdoem' seus agressores Foto: Reprodução

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Uma casa noturna de São Paulo repercutiu nas redes sociais após a realização de um evento evangélico ocorrido na noite da última segunda-feira (10).

Durante o culto, a cantora e pastora Baby do Brasil discursou dizendo que, mesmo em casos de abuso sexual, se ocorrido dentro da família, o perdão deve ser incondicional.

Conforme a pastora, "Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi da família, perdoa", enfatizou. O comentário gerou várias críticas e debates.

Após a imediata repercussão negativa, o campograndense e dono do estabelecimento, Renato Ratier, publicou uma nota oficial nesta tarde de quarta-feira (12).

No texto, o empresário destacou que o discurso não representa seus valores e nem os da D-Edge, nome oficial da tradicional casa noturna.

"Infelizmente, algumas falas isoladas de convidados vão contra aquilo que acredito. Antes de mais nada, quero expressar meu profundo respeito a todas as pessoas que foram atingidas por declarações de terceiros durante o culto e reafirmar os valores que sempre guiaram minha trajetória. Jamais foi minha intenção ferir ou desrespeitar qualquer pessoa", disse Ratier.

O campograndense reforçou ainda que o evento foi um caso isolado e que a programação tradicional deve retornar.

"O evento do culto foi uma exceção isolada e não irá mais acontecer. A casa continua com suas atividades normais, oferecendo a cada noite um espaço de música eletrônica, como sempre fez", concluiu.

Influente na cena da música eletrônica, vale destacar que a D-Edge já foi palco de apresentações de artistas renomados do gênero, como Steve Aoki, Mark Farina e Gui Boratto. 

O culto "Frequência de Deus" foi marcado por louvores e testemunhos religiosos e reuniu aproximadamente 150 pessoas na casa noturna.

Confira a nota publicada por Renato Ratier:

 

 

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RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

Concessionária que administra usina de MS é processada pelo MPF

A UHE Ilha Solteira, localizada no Rio Paraná e instalada entre o município paulista e Selvíria, está há mais de 50 anos sem cobertura florestal, segundo ação do órgão fiscalizador

14/03/2025 17h00

Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, com a concessionária processada pelo MPF

Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, com a concessionária processada pelo MPF Foto: Divulgação

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A concessionária Rio Paraná Energia S.A., que administra a Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (SP), localizada no Rio Paraná e instalada entre o município paulista e Selvíria, está sendo processada pelo Ministério Público Federal (MPF) por “negligenciar” a cobertura florestal do reservatório.

Segundo ação civil pública, o órgão fiscalizador cobra que a concessionária realize a recuperação ambiental da faixa que contorna todo o lago da usina no prazo estabelecido na licença ambiental.

Ainda, o MPF reforça que desde 2016, quando a empresa “adquiriu” a administração da unidade, reflorestou apenas 3,66% do que deveria na área degradada: 235,5 hectares contra 6.427,91 hectares.

Diante disso, o órgão exige que a Justiça Federal ordene que a concessionária plante 671 mil mudas de árvores por ano, além de investir R$ 7,7 milhões anuais em medidas para a recomposição florestal. Tudo isso dentro de 16 anos, já que o limite previsto na licença de operação da usina é de 25, mas nove já passaram.

Também consta na ação que a Rio Paraná deve iniciar o plantio de uma faixa de árvores na divisa entre a área de preservação permanente da unidade e as propriedades vizinhas dentro de 90 dias, como se fosse um primeiro passo para o cumprimento da punição.

Esse mesmo prazo de três meses também vale para a empresa elaborar um projeto ambiental de reflorestamento da área, com cronograma detalhado, solicitado pelo MPF e já pedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) há quatro anos, mas sem resposta adequada da concessionária.

Como forma de comprovar que a empresa tem condições de realizar todas essas solicitações, o MPF afirmou que todo o investimento necessário para concluir o reflorestamento representa menos de 6% do lucro líquido da Rio Paraná, que chegou a R$ 2,2 bilhões em 2023.

Por fim, o órgão pede que haja punições para a empresa no caso de descumprimento das medidas, como, por exemplo, R$ 100 milhões para cada ano de atraso na conclusão do reflorestamento.

UHE Ilha Solteira

A Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira começou suas operações em julho de 1973. Hoje, ela é uma das dez maiores usinas do Brasil em capacidade instalada, com 3.444 MW.

Segundo dados da CTG Brasil, detentora da empresa Rio Paraná Energia S.A., gerou no ano passado cerca de 11.768.314 MWh, suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 4 milhões habitantes.

O reservatório da UHE Ilha Solteira tem um volume de cerca de 21 bilhões de m³, o equivalente a seis vezes a Baía da Guanabara no Rio de Janeiro.

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