Cidades

GRUPO DE EXTERMÍNIO

Justiça impõe segredo a processo de guarda suspeito de integrar milícia

Medida foi tomada após reportagem revelar laudo que indica envolvimento de policial federal no caso

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Três dias após o Correio do Estado revelar que um policial federal teria vazado informações de um sistema da polícia para suspeito de integrar milícia, em Campo Grande, o processo sobre o caso foi colocado em segredo de Justiça. Em consulta ao site do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), nesta segunda-feira (12), a partir do número do processo, a mensagem disponível era: “Atendendo a resolução 121 do CNJ. Se for uma parte ou interessado, digite a senha do processo”.

A resolução mencionada dispõe sobre a divulgação de dados processuais eletrônicos na rede mundial de computadores, expedição de certidões judiciais e dá outras providências. Até domingo (11), o caso estava aberto para consulta processual e todas as decisões, manifestações e laudos anexados estavam disponíveis para advogados com acesso ao SAJ (sistema que viabiliza a consulta a processos da Justiça).

Segredo de Justiça é uma situação em que se mantém sob sigilo os processos judiciais ou investigações policiais que geralmente são públicos, em razão de risco ao réu ou investigados. 

A reportagem questionou a assessoria de imprensa do TJMS sobre o porquê da imposição do segredo de Justiça e de quem partiu o pedido para sigilo, no entanto, o órgão respondeu que o processo informado consta como “inexistente”, mas não negou que o segredo tenha sido decretado.

PF ENVOLVIDO

O processo  em questão tem como réu o guarda municipal Marcelo Rios, 42 anos, preso com um arsenal de armas no dia 19 de maio. Na sexta-feira (9), o Correio do Estado revelou que perícia realizada em um pen-drive apreendido com o guarda encontrou verdadeiro dossiê de um produtor rural da região de Bonito – informações que teriam sido apuradas por um policial federal em um sistema da polícia.

O produtor rural, de 50 anos, natural de Itu (SP), pode ser um dos alvos de um grupo de extermínio investigado pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

Conforme laudo anexado a processo relativo ao caso, o policial foi o responsável por realizar pesquisas sobre o fazendeiro no banco de dados do Sistema de Informações Criminais (Sinic).

A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística do Estado no aparelho encontrou sete imagens, um documento de texto e dois arquivos em PDF, entre outros registros. Além da busca no Sinic, na mídia eletrônica havia uma pesquisa realizada sobre o produtor rural de Bonito na Receita Federal, com diversos dados pessoais. 

Questionada pelo Correio do Estado, a PF se limitou a informar que “tem por metodologia nunca realizar quaisquer comentários sobre investigações em andamento, sendo que, neste caso, vai colaborar com a Polícia Civil em tudo o que se fizer necessário”.

A reportagem também entrou em contato com os delegados Fábio Peró e João Paulo Sartori, responsáveis pela investigação do caso no Garras, para saber se o policial já prestou depoimento, mas a informação prestada por ambos foi de que o inquérito é tratado em sigilo.

RELEMBRE

Marcelo Rios está preso desde o dia 19 de maio, quando foi flagrado com um arsenal em uma casa desabitada, no Bairro Monte Líbano. No local, havia seis fuzis (dois AK-47 de calibre 762 e quatro de calibre 556), um revólver 357, 11 pistolas 9 milímetros, quatro pistolas .40, uma pistola de calibre 22 e outra pistola de calibre 380, além de duas espingardas, sendo uma de calibre 12 e outra de calibre 22. Ainda foram encontradas 1.753 munições, sendo 392 para os fuzis AK-47. Se somadas aos cartuchos apreendidos em outros endereços vinculados a Rios, o total de munições supera 2 mil unidades. 

A suspeita da polícia é de que as armas pertençam a um grupo de extermínio responsável por, pelo menos, três execuções em Campo Grande, entre elas o assassinato do estudante de Direito Matheus Xavier, 20 anos, ocorrido em 9 de abril. A tese é de que o pai dele, o capitão reformado da PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, era o alvo.

Risco de exposição

Segundo a Resolução 121, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o segredo de Justiça é decretado quando há risco de expor informações privadas do réu ou do investigado e quando o processo contém documentos sigilosos, como escutas telefônicas e extratos bancários.

SEGURANÇA

Derrubada da Lei Seca não resultou em casos de embriaguez nos locais de votação

Mesmo com a venda e consumo de bebidas alcoólicas permitidas no dia de votação, nenhum eleitor foi flagrado alcoolizado em Mato Grosso do Sul

06/10/2024 18h50

Eleições do 1º turno em Mato Grosso do Sul terminaram sem ocorrência envolvendo consumo de bebida alcoólica em zonas eleitorais

Eleições do 1º turno em Mato Grosso do Sul terminaram sem ocorrência envolvendo consumo de bebida alcoólica em zonas eleitorais Foto: Marcelo Camargo/ABr

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A derrubada da Lei Seca feita em decisão do presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), Desembargador Carlos Eduardo Contar, não resultou em casos de alcoolismos em locais de votação nas eleições, em Mato Grosso do Sul.

Segundo informações do secretário-executivo da Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e Coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), coronel Wagner Ferreira, apesar da liberação de venda e consumo de bebidas alcoólicas no dia da eleição, as forças de segurança não tiveram registros de ocorrências envolvendo embriaguez nos locias de votação.

"Nos não tivemos nenhum registro. Porque o crime que pode ser cometido neste sentido, é o eleitor comparecer a sua zona eleitoral embriagado, poque isso pode trazer um transtorno no andamento da eleição", declarou Wagner.

O secretário também informou que foram registrados dois casos de desordem durante as eleições em Mato Grosso do Sul, porém nenhum destes casos informados se tratava de consumo de alcool nas zonas eleitorais.

"A gente percebeu não tivemos nenhuma ocorrência que demonstre que a revogação da Lei Seca possa ter comprometido no resultado das eleições", acrescentou.

DECISÃO

Neste sábado(5), horas depois da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande, e outras cidades anunciarem que a Lei Seca seria adotada nestas eleições, o presidente do TRE-MS, Desembargador Carlos Eduardo Contar, derrubou a Lei Seca, do qual previa a regulamentação de venda e consumo de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais no dia das eleições municipais.

Segundo consta no documento publicado, dentre os motivos para a retirada da determinação foi que “a venda ou consumo de bebida alcóolica no dia das eleições não são condutas definidas como crime”, além de “não cabe ao agente político de qualquer uma das esferas de Poder, a qualquer tempo, decidir fora das normas constitucionais e legais”.

Após apresentar outras justificativas a favor da queda da Lei Seca, o Desembargador presidente tornou "sem efeito todas as Portarias e demais atos administrativos expedidos pelos Juízos Eleitorais do Estado de Mato Grosso do Sul nas eleições 2024, que versem sobre comércio e/ou consumo de bebidas alcóolicas".

ELEIÇÕES 2024

Operação das eleições prende 6 candidatos e 10 eleitores em Mato Grosso do Sul

No combate ao crime eleitoral R$ 7.954 foi apreendidos com flagrantes de crimes de compra de votos e boca de urna

06/10/2024 18h00

Neste final de semana foram apreendidos pelas forças de segurança R$ 7.954 usados para prática de crimes eleitoras junto com 6.253 materiais de campanha irregulares, além de um veículo apreendido.

Neste final de semana foram apreendidos pelas forças de segurança R$ 7.954 usados para prática de crimes eleitoras junto com 6.253 materiais de campanha irregulares, além de um veículo apreendido. Foto: Divulgação / Sejusp

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Durante o andamento das eleições municipais em todo o Estado a operação da Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) prendeu seis candidatos e dez eleitores em Mato Grosso do Sul. 

De acordo com o levantamento de ocorrências da Operação das eleições, as prisões de candidatos ocorreram nos municípios de Paranaíba, Itaquiraí, Sete Quedas, Água Clara, Santa Rita do Pardo e Rio Verde de Mato Grosso.

Os casos de prisão dos eleitores aconteceram nas cidades de: Itaporã (1), Paranaíba (2), Caracol (2), Água Clara (2) e Santa Rita do Pardo (3).

O município de Sete Quedas, segundo a Sejusp, foi a cidade onde ocorreu mais ocorrências envolvendo crimes eleitorais, com três flagrantes de compra de votos e um caso de desordem.

Neste final de semana foram apreendidos pelas forças de segurança R$ 7.954 usados para prática de crimes eleitoras junto com 6.253 materiais de campanha irregulares, além de um veículo apreendido.

Em entrevista coletiva, o secretário-executivo da Sejusp e Coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), coronel Wagner Ferreira, falou sobre o balanço geral das ocorrências em Mato Grosso do Sul.

"Foram pouquissimas ocorrencias por municipio, em um período no qual muitas pessoas estão nas ruas para irem aos locais de votação, que geram aglomerações ao longo do dia. Então realmente são registros muito baixo para um dia tão importante para nós", declarou Wagner.

Na capital Campo Grande, foi registrado apenas um caso de propaganda eleitoral irregular. Além de um atendimento de um idoso, de 60 anos, que sofreu uma crise convulsiva em uma escola na Vila Santa Luzia, sendo prontamente atendido pelo Corpo de Bombeiros.

No total foram registrados 26 crimes eleitorais em Mato Grosso do Sul.

COMANDO E CONTROLE

Segundo a sejusp os crimes eleitorais monitorados nestas eleições incluem: derrame de material de propaganda (conhecido como "chuva de santinhos"), corrupção eleitoral, boca de urna, transporte irregular de eleitores, concentração de eleitores, desordem, obstrução ao exercício do voto, desobediência, dano e destruição de urnas eletrônicas, crimes contra a honra, perturbação da propaganda eleitoral, fraude na identificação do eleitor, denunciação caluniosa eleitoral, entre outros.

A operação da Sejusp envolveu um efetivo de 3.694 efetivos empregados pelas forças de segurança, com uso de 286 viaturas, 4 aeronaves e 7 drones.

Desde o início da operação, equipes das Polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal, além Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil, Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Guarda Civil Metropolitana, Coordenadoria-Geral de Perícias, Detran e Tribunal Regional Eleitoral, concentraram-se no CICC, recebendo e monitorando todas as ocorrências de crimes eleitorais tanto na capital quanto no interior do estado.

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