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Justiça manda, mas Capital não receberá pacientes de Cuiabá

Decisão do Tribunal de Justiça mato-grossense obriga capital sul-mato-grossense a receber os enfermos, mas prefeitura promete recorrer

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Apesar da determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso para atender pacientes com covid-19 que não encontrem leitos de UTI na rede pública de Cuiabá (MT), Campo Grande não deve receber a transferência de nenhum enfermo por enquanto e ainda deve recorrer da decisão, já que também enfrenta situação crítica.

De acordo com o procurador-geral do município, Alexandre Ávalo, a decisão ainda não chegou às mãos da prefeitura e deve ser cumprida caso já exista algum paciente para ser transferido - situação que já ocorre na rede privada.

"Precisamos avaliar a situação melhor com os técnicos, estudar o caso. Mas possivelmente vamos recorrer. Claro que chegando a decisão e tendo pacientes para vir, vamos cumprir. Mas também vamos ver essa questão do recurso", explica Ávalo.

A decisão, que também foi brevemente comentada pelo prefeito Marcos Trad (PSD) ontem durante visita à Apae, foi tomada após a Defensoria Pública do Mato Grosso ingressar com o pedido, citando a capital sul-mato-grossense.

Na avaliação proposta na ação, a cidade morena é o município mais próximo com estrutura hospitalar capaz de auxiliar a situação de Cuiabá. Porém, não é levado em considerado em consideração o avanço do estado crítico da doença também aqui.

Mato Grosso passa por situação crítica quanto a covid-19, sendo que no início do mês 65 pessoas aguardavam leitos. Na rede particular, a capacidade foi 100% ocupada, obrigando que fossem realizadas transferências de pacientes não apenas para a rede privada de Campo Grande, mas também para estados do outro lado do país, como a Paraíba.

Já no Sistema Único de Saúde (SUS), os leitos para covid-19 atingiram a marca de 93% de ocupação, marca muito acima dos 75% estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como taxa limite para entrar em estágio crítico.

Aumento de leitos

Contudo, segundo a secretaria de Saúde de Cuiabá, houve recente incremento de leitos públicos para covid-19 na capital mato-grossense, atenuando a situação e fazendo com que não fossem mais necessárias as transferências para outros locais.  

Os dados da secretaria de Saúde de Cuiabá apontam que foram abertos 115 leitos de UTI exclusivos para atender pacientes com covid-19, distribuídos em dois hospitais locais - desses, 100 vagas são para adultos e 15 para crianças.

Lá, ações coordenadas tem possibilitado uma média superior a 80% de alta hospitalar após cerca de sete dias de internação. "Frente aos fatos, a decisão do TJMT, por ora, não será necessária em Cuiabá. Também por essa razão, não há interlocução sobre o assunto entre as pastas [Saúde de Cuiabá e Campo Grande] nesse momento", frisa a secretaria.

Atualmente, Campo Grande conta com 474 leitos contratualizados de uso exclusivo para pacientes com covid-19, sendo 150 deles de UTI e 324 leitos clínicos. Essas vagas estão divididas em seis hospitais, sendo o Hospital Regional a unidade de referência.

Das 5.181 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus na capital sul-mato-grossense, 150 estão internadas, sendo 95 em leitos públicos - 35 em UTI e 40 em leitos clínicos. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), que abriu ontem chamamento em edição extra do Diário Oficial para contratualizar novos leitos com hospitais particulares para o SUS.

MATO GROSSO DO SUL

PF encontra material pornográfico infantil em casa de Corumbá

Mandado de busca e apreensão foi cumprido na manhã desta sexta-feira (23) pois morador armazenava vídeos e imagens sexuais envolvendo crianças e adolescentes

23/04/2024 12h37

Foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes" Reprodução/PFMS

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Através da Polícia Federal, agentes foram a campo em Corumbá, na manhã desta terça-feira (23), em operação de combate ao abuso sexual infantil, batizada de "Nicolau I". 

Além de inspirar o mito do Papai Noel, São Nicolau ficou mundialmente conhecido por sua partilha de bens, com sua herança doada voluntariamente aos pobres, mas também por ser considerado o protetor dos jovens e crianças. 

Segundo a Polícia Federal, as ações na Cidade Branca aconteceram para o cumprimento de um mandado de busca domiciliar. 

Ainda, a PF informa que o mandado expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Corumbá visava a apreensão de diversas mídias digitais que, agora, serão encaminhadas para a perícia da Polícia Federal.

Com o morador residente na conhecida "Cidade Branca", foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes", expõe a PF em nota. 

As investigações apontaram para o armazenamento e, diante da prática criminosa descrita no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

Como esclarece o ECA, é considerado crime: adquirir, possuir ou armazenar material que contenha qualquer forma de registro de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes. 

Coibindo o crime

Só por parte da Polícia Federal, até o momento, em 2024, outras duas operações, para além da "Nicolau I" buscaram combater o crime de abuso sexual infantil. 

As fases "V e VII" da Operação Rede Limpa agiram tanto em Campo Grande quanto em Costa Rica, nos dias 15 de janeiro e 17 de abril, respectivamente, com os mesmos objetivos de cumprimento de busca e apreensão. 

Em Costa Rica, o casal em questão, além de armazenar os conteúdos criminosos, foram presos pela suspeita de divulgarem as imagens e vídeos dos abusos pela internet.

Conforme o texto da lei, o ECA estipula que incorrendo no crime, as penas máximas previstas podem chegar até quatro anos de reclusão.

Importante apontar para o trabalho policial de combate ao abuso sexual infantil, justamente pelo fato de que essas operações, ainda que em sequência de investigações, podem resultar em prisões, mesmo com mandados de apenas busca e apreensões. 

Vale citar, por exemplo, o caso registrado no início de novembro do ano passado, quando em cumprimento de mandado inicial de busca e apreensão, o suspeito - que na ocasião vivia em Campo Grande - foi preso durante a terceira fase da Operação Cyber Argos da PF. 
**(Colaboraram João Gabriel Vilalba e Glaucea Vaccari)

 

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POR DIREITOS

Professores da UFMS entram na greve geral da categoria a partir de 1º de maio

Maio marca o início da paralisação das atividades no polo campo-grandense da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em busca da recomposição salarial ao nível da inflação

23/04/2024 11h30

Além de Campo Grande, essa Assembleia Geral foi realizada em Três Lagoas, Corumbá, Aquidauana, Paranaíba, Chapadão do Sul, Ponta Porã, Nova Andradina e Naviraí, por meio de voto on-line e presencial Marcelo Victor/ Correio do Estado

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Durante Assembleia Geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (ADUFMS), na manhã desta terça-feira (23), os docentes de Campo Grande votaram "sim" pela adesão - a partir de 1º de maio - à greve nacional que reivindica a recomposição salarial ao nível da inflação.

Além de Campo Grande, essa Assembleia Geral foi realizada em Três Lagoas, Corumbá, Aquidauana, Paranaíba, Chapadão do Sul, Ponta Porã, Nova Andradina e Naviraí, por meio de voto on-line e presencial

Com opções de voto para deflagração da greve sendo "sim" ou "não", 150 foram favoráveis pela adesão, enquanto cinquenta e dois se mostraram contrários à proposta, com apenas duas abstenções registradas. 

Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, professora presidente da ADUFMS, esclareceu que os pedidos se baseiam pelo reajuste salarial de 22% dividido em três parcelas (2024, 2025 e 2026). 

"A partir de 1º de maio suspensas todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas por docentes. Nós temos os serviços essenciais, vamos fazer uma discussão do comando de greve no dia 29 e tirar um cronograma de como os serviços essenciais vão estar funcionando conforme a legislação", comentou. 

Ainda em 03 de abril houve paralisação e seis dias depois foi decidida pela manutenção do chamado "estado de greve", o que indicava que uma pausa definitiva poderia acontecer a qualquer momento. 

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) iniciou a paralisação no dia 15 de abril,  52 universidades, 79 institutos federais (IF's) aderiram ao movimento em todo país.

"A greve vai continuar até que o governo apresente uma proposta razoável, que contemple também os aposentados e aposentadas. Atualmente a nossa reivindicação é por um reajuste salarial de 21,71% em 2024, 2025 e 2026", complementa Mariuza. 

Além disso, são reivindicadas a equiparação dos benefícios ao legislativo e ao executivo, a reestruturação das carreiras e também a recomposição do orçamento das universidades, que hoje equivale a um orçamento de 2016, segundo a presidente sindical. 

É previsto legalmente que essa correção aconteça anualmente, apesar de não ocorrer desde 2017, conforme a categoria, representando uma perda salarial de cerca de 40%, sendo que foi feito um reajuste emergencial de 9% em 2023.

Essencial

Mariuza faz questão de ressaltar que o Hospital e Restaurante universitários (HU e RU), são serviços essenciais, portanto, não devem paralisar suas respectivas atividades.

Ainda hoje (23) a ADUFMS comunicará à reitoria da universidade, a deflagração da greve e solicitará a suspensão do calendário acadêmico por tempo indeterminado.  

Sem uma duração estipulada, os docentes votaram apenas para quando a greve se inicia, de fato, em Mato Grosso do Sul, com 1º de maio vencendo por 65 votos as opções de 29 de abril (46 votos) e 10 de maio (40). 

Sobre a possibilidade de não adesão por parte de alguns professores, visto o número de posições contrárias além das abstenções, a presidente do sindicato argumenta que haverá uma mobilização já que o ADUFMS conta que haverá 100% de paralisação.

"Nós estaremos daqui até o dia primeiro, visitando as unidades, conversando com professores, para que todos os colegas possam se sensibilizar e entender que só a luta é que vai nos levar a conquistar uma recomposição salarial, que resgate a nossa dignidade, que hoje nós estamos passando por dificuldades e muitos professores têm reclamado de que os salários não estão dando conta. Dos boletos ao final do mês", conclui. 

Demais pontos

Na sexta-feira (19) o Ministério da Gestão e da Inovação esteve reunido com lideranças sindicais, propondo reajuste de 9% para os servidores técnicos-administrativos.  

Além dos técnicos administrativos e professores da UFMS que representam (60%) favoráveis a adesão da greve, os profissionais do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e os servidores técnicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) aderiram à greve ainda em 03 de abril. 

Paralisados pela greve dos professores e servidores técnicos estão os seguintes campi do IFMS

  • Campo Grande
  • Corumbá
  • Coxim
  • Dourados
  • Jardim
  • Naviraí
  • Nova Andradina
  • Ponta Porã

**(Colaborou Laura Brasil)

 

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