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Lei aprovada cobra imposto e curso de motoristas de aplicativo

Projeto ainda passará pela sanção do prefeito; categoria diz que vai recorrer à Justiça

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Mesmo sob protestos e votado em regime de urgência, o Projeto de Lei 9.430/19, que regulamenta o serviço de transporte por aplicativo em Campo Grande, foi aprovado pela maioria dos vereadores da Câmara Municipal. A proposta recebeu 17 emendas modificativas, supressivas ou aditivas, chegando a um total de 84 alterações. A proposta ainda deve passar pela sanção do prefeito Marcos Trad (PSD). 

O texto final do projeto ainda não foi divulgado, mas o Correio do Estado apurou que entre as exigências estão o pagamento do Imposto de Serviços de Qualquer Natureza (ISS) por parte das operações das empresas (do qual empresas como o Consórcio Guaicurus, por exemplo, é isento), o curso de formação obrigatório aos motoristas, além do fornecimento de dados das operadoras aos municípios.

A sessão foi tumultada e o texto a ser votado chegou às mãos dos vereadores cerca de 10 minutos antes do início da votação. O projeto já tramitava na Casa há dois anos. Durante todo esse processo, houve várias discussões entre as classes responsáveis pelo transporte urbano, além de audiência pública, que foi palco de confusão entre motoristas de aplicativo, taxistas e mototaxistas.  

O presidente da Comissão Permanente de Legislação, Justiça e Redação Final, vereador Otávio Trad (PTB), explicou que o projeto foi elaborado e alterado de maneira democrática, tendo o cuidado de ouvir todas as partes envolvidas. “É um projeto de iniciativa do Executivo e nós estamos votando com melhorias que, nós vereadores, a maioria deles, entendemos como pertinentes”, disse. 

O vereador e presidente da Câmara Municipal, João Rocha, esclareceu que uma emenda coletiva contemplou alterações por todos os vereadores, dentro da preservação de direitos e deveres. “Esta Casa tem responsabilidade de promover equilíbrio, porque somos representantes do povo, e em tomar cuidado de fazer o melhor projeto, que atenda os usuários. O lado da Casa é o do cidadão, do prestador de serviço e do usuário”, argumentou.

O presidente da Associação de Motorista de Aplicativo, Jonhy Coelho, disse que vai acionar o jurídico da entidade para judicializar a questão. “Nós, como associação, não vamos ficar parado. Vamos procurar os caminhos cabíveis para isso. Nós vamos judicializar, sim. A nossa assessoria jurídica vai verificar e se for possível, vamos judicializar”, argumenta.

EXIGÊNCIAS

Além das cobranças de imposto e curso, entre as principais exigências já previstas no projeto estão de que as Operadoras de Tecnologia e Transporte (OTTs) tenham filial em Campo Grande, bem como Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) , além de um sistema para compartilhar dados com a prefeitura, em tempo real, sobre origem e destino das viagens, tempo de duração e distância dos trajetos, tempo de espera para a chegada do veículo, mapa de trajeto, itens de preço pago, avaliação do serviço, identificação dos condutores e veículos, quilometragem rodada, além de qualquer outra informação que colabore para controle e regulação de políticas públicas de mobilidade urbana.

Outra determinação importante é que só poderá se cadastrar nas operadores de transporte atuantes em Campo Grande, os motoristas que comprovarem aprovação no curso de formação de condutores indivíduais, o mesmo feito por taxistas, e apresentarem certidão negativa criminal estadual e federal. 

Já os veículos não poderão ter mais de oito anos de fabricação, sendo que aqueles com até dois anos serão obrigados a passar por vistoria anual e, no caso dos mais antigos, a vistoria será semestral. Também será obrigatório ter licenciamente e emplacamento de Campo Grande, e identidade visual a ser estabecelida por portaria da Agência Municipal de Transporte e Trânsito.

Ainda segundo o texto, a Agetran é que ficará responsável por fiscalizar o cumprimento das determinações. “Nós não podemos agradar a todos. Isso é impossível, mas esse projeto foi amplamente discutido. Teve audiência pública, mas aposto que quando os motoristas olharem com calma o projeto irão ver que foram contemplados”, explica.

POLÊMICA

Esta é a terceira versão do decreto apresentada. A primeira foi em maio de 2017 e gerou muita polêmica. Na época, um ponto de discussão era o limite de quantidade de motoristas, assim como é feito com taxistas.  Os cursos de formação também era uma exigência, além de que os carros não poderiam ser alugados. 

Em agosto do mesmo ano, o juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2º Vara de Direito Difusos Individuais Homogêneos e Coletivo, suspendeu o decreto da prefeitura porque considerou que inviabilizava o exercício da profissão de motoristas pelo método de “transporte motorizado privado”.

Como o tema se tornou uma discussão federal, o município decidiu aguardar até que o Congresso Nacional aprovasse uma nova regulamentação, usada como parâmetro pelos municípios.

Acerte seu relógio

Paraguai entra para o horário de Brasília e fica uma hora à frente de MS

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, assinou um decreto nesta quarta-feira (15) para que a população aproveite melhor a luz natural; medida causa confusão na fronteira

15/10/2024 17h45

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras Reprodução/

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Enquanto os brasileiros discutem a possibilidade de retornar o horário de verão devido à crise hídrica que preocupa especialistas, no Paraguai, o presidente Santiago Peña (Partido Colorado) decretou, nesta terça-feira (15), a adoção do horário de verão de forma oficial durante todo o ano.

Buscando fortalecer o comércio no país e aproveitar melhor a luz natural para reduzir o consumo de energia elétrica, o Paraguai adotou o horário de verão em outubro deste ano. Agora, o país terá o mesmo fuso horário de Brasília durante todo o ano.

A partir de agora, com a nova lei, o Paraguai está migrando do fuso horário -4 GMT (quatro horas atrás do Meridiano de Greenwich) para o fuso -3 GMT, o mesmo adotado em Brasília, na Argentina e no Uruguai.

A mudança de horário pode desorganizar ainda mais o comércio na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, uma vez que ambos os municípios operam de forma integrada, separados apenas por uma rua.

No lado brasileiro, a discussão é semelhante. A reinstauração do horário de verão ajudaria a reduzir a conta de luz dos brasileiros, especialmente em um momento em que o país enfrenta uma severa crise hídrica devido às ondas de calor extremo e à falta de chuvas em diversas regiões.

O horário de verão no Brasil foi extinto em 2019, quando o presidente Jair Messias Bolsonaro revogou a prática por meio de um decreto. O texto justificava a medida com base em recomendações do Ministério de Minas e Energia, que indicou a pouca efetividade da prática na economia de energia.

O retorno do horário de verão será decidido a partir de amanhã (16). O tema se tornou um ponto de debate entre senadores e deputados, que argumentam a favor da reinstauração para aproveitar melhor a luz natural e também para alinhar os horários com os demais países do Mercosul.

Se o horário de verão for adotado novamente, Mato Grosso do Sul passará a compartilhar o mesmo horário do Paraguai. Caso a reinstauração do horário de verão não seja aprovada no Brasil, os horários entre os dois países funcionarão com uma hora de atraso em relação ao Paraguai.

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras

 

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Mato Grosso do Sul

Tráfico: PF dá sequência à operação que respinga no "mais louco do Brasil"

Operação é desdobramento de investigação que respingou em "prefeito mais louco do Brasil"

15/10/2024 17h38

Polícia Federal desencadeou operação nesta terça-feira (15)

Polícia Federal desencadeou operação nesta terça-feira (15) Divulgação

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A Polícia Federal prendeu uma pessoa e cumpriou mais três mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (15) na cidade de Ivinhema. A ação policial, denominada Operação Defray, é um desdobramento da Operação Lepidosiren, deflagrada em 8 de agosto último. 

Os policiais federais combatem na cidade uma organização de traficantes internacionais, que transportam maconha e cocaína do Paraguai para o Brasil. Conforme os policiais federais existe na cidade “uma associação criminosa responsável pela organização, logística e financiamento do tráfico transnacional de entorpecentes local”.

Casa do prefeito apreendida

A operação que deu origem à ação desencadeada nesta terça-feira (15) respingou no prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), tucano que se autoproclama “o mais louco do Brasil”. A casa que o prefeito mora acabou “apreendida” (bem bloqueado) pela Justiça Federal. 

“Durante as diligências, foram identificados e apreendidos um imóvel no valor de R$ 458 mil e uma caminhonete avaliada em R$ 519 mil, além do bloqueio de bens totalizando R$ 100 milhões, pertencentes aos envolvidos”, informou a Polícia Federal.

Diante dos fatos, os investigados poderão responder pelos crimes de associação criminosa, tráfico transnacional de entorpecentes e financiamento ao tráfico.

A Operação Lepidosiren, que resultou na prisão de Luiz Carlos Honório ocorreu em 8 de agosto deste ano. Segundo a Polícia Federal, ele seria integrante de uma quadrilha e proprietário de um carregamento de  3,4 toneladas de maconha interceptado em junho de 2021.

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