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LG anuncia abertura de nova fábrica no Brasil

LG anuncia abertura de nova fábrica no Brasil

DA REDAÇÃO

20/12/2010 - 21h46
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A empresa sul-coreana LG Electronics anunciou nesta segunda-feira que abrirá mais uma fábrica no Brasil para aumentar a produção de componentes eletrônicos no País, sem dar detalhes do montante de seu investimento nem a data do início de operações.

A LG deve "utilizar o terreno oferecido gratuitamente por uma cidade brasileira para expandir suas vendas no Brasil", disse o porta-voz da empresa, Cho Joong-kwon, em declarações citadas pela agência sul-coreana Yonhap.

A fábrica deverá ser instalada na cidade de Paulínia, no interior de São Paulo, para produzir refrigeradores, fogões e outros produtos a partir de outubro de 2011, segundo a agência. Fonte: Terra

MAIS UM...

Campo Grande chega a 9 motociclistas mortos no mês com acidente no Los Angeles

Homem, de 31 anos, bateu violentamente em poste após perder o controle do veículo ao passar por um quebra-molas e morreu ainda no local

24/05/2025 09h15

Acidente no bairro Los Angeles mata 9º motociclista no mês em Campo Grande

Acidente no bairro Los Angeles mata 9º motociclista no mês em Campo Grande Foto: Reprodução

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Em acidente fatal no bairro Los Angeles, durante a noite desta sexta-feira (23), Campo Grande registrou a 9ª morte de motociclista neste mês de maio.

Segundo informações do jornal Top Mídia News, Kleiton, de 31 anos, seguia pela Rua Luís Gustavo Ramos de Arruda, sentido Dom Antônio Barbosa, quando, 80 metros depois de passar por um quebra-molas, perdeu o controle da moto Honda Fan, o que o fez subir na calçada e bater em um poste e na parede de um comércio.

Com o forte impacto, foram encontradas marcas de batida por quase todo o local, além de manchas de sangue na parede do estacionamento. Diante do capacete danificado, com a presilha travada e encontrado ao lado do corpo, leva a crer que Kleiton se soltou durante o impacto.

Com ferimentos na cabeça e fratura exposta no punho esquerdo, a morte foi constatada ainda no local. Por não ter câmeras na região e testemunhas para relatarem o que teria ocorrido, foi preciso o trabalho da perícia por completo para descobrir a dinâmica do acidente.

Identificado pela própria mãe, Kleiton não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e tinha um mandado de prisão em aberto contra ele, expedido pelo estado do Piauí, que fica a mais de 2,5 mil km de Campo Grande. Já a moto, estava regularizada e foi entregue a um motorista habilitado.

Mortes em maio

Vale lembrar que, enquanto a prefeita Adriane Lopes lançava o "Maio Amarelo" em plena praça Ary Coelho no centro de Campo Grande, a data de abertura da campanha foi marcada pelo óbito da motociclista Aline Souza Cândida, de 25 anos, morta após derrapar na areia e ser atropela por um ônibus no bairro Jardim Los Angeles. 

Um segundo caso foi a emblemática morte de mãe e filha em acidente com uma motocicleta, após serem atingidas por uma Fiorino em acidente no dia 06 no bairro Tiradentes. 

Essa ocorrência vitimou Patrícia Helena Lopes de Oliveira (48), que carregava em uma Honda Biz sua filha gestante, Maria Isabel, de 23 anos. 

Ambas morreram - Maria dias depois na Santa Casa - após Patrícia desrespeitar a sinalização de "pare" do cruzamento entre a Rua Cândida de Lima Barros e Avenida Rouxinol.  

Depois houve ainda o registro do óbito após grave acidente no km 366 da BR-262 (saída para Terenos), dentro dos limites urbanos de Campo Grande, que vitimou um motociclista de 38 anos na sexta-feira (09 de maio). 

Outro caso envolvendo motociclista aconteceu no rodoanel da BR-163, no quilômetro 485 da rodovia, quando esse teria se chocado com um primeiro veículo no sentido para a saída de Cuiabá, caindo na pista e sendo atropelado por um caminhão. 

Neste domingo (18) recente, durante a madrugada, houve a sexta morte envolvendo motociclista desde o começo de maio em Campo Grande, vitimando Vitor Silva Gonçalves, conduzia uma Honda Fan e não resistiu aos ferimentos após ser atingido na bifurcação em "T" da rua Vitor Meireles com Mena Barreto, no bairro Universitário, pela moto de Eduardo Santos da Conceição.

Já nesta segunda-feira (19), Matheus seguia pela avenida Duque de Caxias em frente à base aérea de Campo Grande, quando teria perdido o controle da motocicleta ao tocar o meio fio e colidir com um poste de iluminação pública. 

Com a presença do Corpo de Bombeiros Militar no local do acidente, foi constatado que o motociclista de 28 anos sofreu uma fratura cervical, morrendo no local da batida.

*Colaborou Leo Ribeiro

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Entrevista

"Nós autorizamos que a mediação de conflitos seja feita nos cartórios"

O desembargador Ruy Celso Barbosa Florence fala das estratégias para tornar a prestação jurisdicional mais rápida e eficiente, do futuro dos cartórios em meio à digitalização e da advocacia predatória

24/05/2025 09h00

Desembargador Ruy Celso Barbosa Florence

Desembargador Ruy Celso Barbosa Florence Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o corregedor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, abordou os principais desafios enfrentados pela Corregedoria-Geral de Justiça do TJMS atualmente, com destaque para o combate à advocacia predatória e o excesso de judicialização no País.

Com décadas de experiência na magistratura, Florence defende uma atuação mais orientativa da Corregedoria, voltada à prevenção de abusos no sistema judicial e à promoção de soluções extrajudiciais.

“As pessoas gostam de ir à Justiça, reclamam, mas vão”, afirmou, ao enfatizar a cultura brasileira de recorrer ao Poder Judiciário até mesmo em situações que poderiam ser resolvidas fora dele.

Nesse contexto, uma das estratégias adotadas sob a sua gestão é a ampliação do uso da mediação como ferramenta de desjudicialização.

Florence revelou que o Estado já autorizou a realização de mediações diretamente em cartórios, o que representa uma nova frente de atuação para os serviços extrajudiciais e um alívio para o Judiciário.

“Nós estamos autorizando aqui no Estado que a mediação seja feita nos cartórios”, disse o corregedor, ao explicar como essa medida pode tornar o acesso à Justiça mais célere, eficiente e menos oneroso para a população.

Qual o grande desafio da Corregedoria-Geral de Justiça do TJMS atualmente?

Hoje nós temos um grande problema, que é o excesso de judicialização. Temos de verificar os gargalos, verificar o que pode ser feito para diminuir, na verdade, o trabalho do juiz. E também reduzir esse excesso de judicialização. Inclusive, nós temos um núcleo para exatamente detectar as demandas predatórias.

Na verdade, muitos desses processos são fraudulentos, não?

Nós temos alguns [processos] que são desnecessários. São algumas demandas controversas que não precisariam ir para o Poder Judiciário. As pessoas vão para o Judiciário, [mas] são induzidas a erro. Vão em busca de direitos que elas não têm. Então, são demandas desnecessárias, podemos colocar assim.

E temos demandas que são predatórias, que são fraudulentas, e elas são propostas por determinados escritórios de advocacia, que criam demandas que, na verdade, não existem. Eles chegam a juntar documentos falsos. Nós estamos fazendo um levantamento e um estudo para detectar essas demandas. Em muitos casos, os autores da ação têm o mesmo endereço, e percebemos que, na verdade, aquilo pode não ser verdadeiro.

E vocês têm atuado em conjunto com o Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS) nesses casos?

Toda vez que apuramos uma demanda predatória, com um escritório trabalhando dessa forma, nós comunicamos à OAB-MS.

Há um volume dessas demandas já mapeado?

Ainda não temos um quantitativo. Estamos mapeando, mas temos sim um volume alto. Inclusive, aqui em Mato Grosso do Sul, foram detectados dois escritórios que são os maiores do País em termos de demandas predatórias.

Eles estão no sul do Estado, e podemos considerá-los os maiores predadores do sistema de Justiça do Brasil, com causas espalhadas por todo o território nacional, com procurações em [seccionais da] OAB de outros estados e, em muitos casos, fazendo sociedade com escritórios de outros estados.

Quais ações concretas para reduzir a advocacia predatória e melhorar o fluxo de processos?

Criamos, na atual gestão, um novo modelo de correicional. Modelo praticamente de orientação, de participação dos juízes. O juiz participa das correições, ele mesmo indica, fala e reclama. E em nossas visitas às comarcas, nós procuramos dialogar com os servidores e com os juízes de uma forma bem espontânea e resolver a situação deles.

Primeiro de tudo, [trazer] orientação, porque o que é um corregedor, na verdade? É um juiz mais experiente. Eu tenho 40 anos que sou juiz. Já aprendi uma série de coisas que os juízes mais novos ainda não aprenderam.

Também preparamos nossos juízes auxiliares para solucionar várias situações. Fazemos cursos com juízes de forma que eles levem essas orientações às comarcas. E os servidores do TJMS também são orientados pelos próprios servidores da Corregedoria. Afinal, nós temos pessoas aqui que trabalham na Corregedoria há algumas décadas.

Quanto ao fluxo, nós analisamos diariamente. Para que se tenha uma ideia, quando um juiz dá uma sentença lá na comarca, nós sabemos da sentença aqui [no TJMS]. Hoje, a informatização é tudo. Podemos acompanhar em tempo real o que está acontecendo nas comarcas.

Então, nós podemos detectar e dizer “olha, esse processo aqui está parado com o juiz há tantos dias”, analisando se a culpa é do juiz ou do fluxo. 

De repente, o processo foi para o juiz antes da hora. E isso nos ajuda a detectar onde estão os gargalos.

E sobre o papel da Corregedoria?

A nossa função aqui é de orientação. É como se fosse uma empresa e houvesse uma gerência – que é para gerir, fazer o negócio funcionar, fazer a coisa andar. Essa é a nossa visão de corregedoria.

Além da questão da demanda predatória, gostaria que o senhor explicasse sobre a Operação Ultima Ratio. Haverá processos administrativos disciplinares?

Nesse caso, não, porque envolve desembargadores, e os desembargadores ficam sob a competência do Superior Tribunal de Justiça [nos processos judiciais] e da Corregedoria Nacional de Justiça [nos processos administrativos].

O que pode sobrar para a gente são alguns servidores envolvidos, e isso poderemos apurar por aqui. E assim mesmo, caso isso venha ocorrer, vamos receber uma competência delegada do corregedor nacional para fazer isso. Porque o trabalho do corregedor [nacional] atrai todos, tudo o que envolver desembargador vai para lá.

Para o servidor que aparece no inquérito da Polícia Federal, um eventual processo administrativo pode ocorrer via Conselho Nacional de Justiça (CNJ)?

Vai para lá, mas o que ocorre é que o corregedor nacional deve mandar para cá o que não for da competência deles.

Isso vai ocorrer somente após a denúncia oferecida ou esse compartilhamento de informação é imediato?

Atualmente, nós temos uma investigação policial e nada além disso. A Corregedoria Nacional de Justiça, na verdade, não abriu nenhum procedimento administrativo ainda. Logicamente que, no atual estágio, esse procedimento administrativo é mais rápido que o procedimento comum, porque já existe uma apuração.
Quando se começa um procedimento do zero, uma denúncia que vem da Corregedoria-Geral de Justiça e vai para a Corregedoria Nacional de Justiça, por exemplo, aí é feito todo o procedimento. Nesse caso, há um procedimento, tudo o que já está sendo apurado vai servir para instruir o procedimento administrativo. Então, nesse caso, deverá ser um procedimento muito mais rápido.

Voltando ao tema do excesso de judicialização e sobre os gargalos do Poder Judiciário. A adesão ao sistema eProc deve colaborar para acelerar os processos e reduzir o atraso em processos. Como esse novo sistema deve ajudar no trabalho da Corregedoria-Geral de Justiça?

Vai ajudar muito. Tanto em nosso trabalho interno, para fiscalização e orientação, como também no trabalho dos próprios juízes. Nós estamos orientando os juízes, inclusive, a trabalharem nesse sentido.

Mesmo no eSaj, nós já temos – mas bem menos que com o eProc – umas partes [do sistema] que são apenas digitalizadas, porém, já temos robôs [inteligência artificial] e uma série de tecnologias que ajudam, e uma das funções da Corregedoria é exatamente essa: orientar os juízes a utilizarem essas ferramentas.

E tem juízes que não utilizam, ou porque não conhecem ou porque não gostam. E naqueles casos em que não utilizam porque não sabem, nós levamos uma equipe para orientar, com um curso inclusive na própria comarca, para servidores e juízes, para que eles possam utilizar os recursos mais modernos.

O trabalho extrajudicial pode ajudar na redução da morosidade? O conceito que leva a sociedade a precisar de cartórios, com o avanço de ferramentas de certificação on-line, como o blockchain, está ficando para trás?

Os cartórios de serviços sociais estão correndo atrás da informatização. Estão correndo atrás da tecnologia, e eles têm que se aperfeiçoar porque, caso contrário, eles vão acabar perdendo espaço novamente. Mas sempre vai ficar um resíduo da necessidade do humano colocar lá o seu carimbo, colocar a sua fé, que é a chamada fé pública. Porque, se deixar tudo isso para um blockchain da vida, aí realmente o cartório fecha.

Para você ter uma ideia, isso se chama tokenização, que significa colocar, por exemplo, um contrato entre eu e você na nuvem, que tem a mesma garantia quase, pois está lá na nuvem e a qualquer momento podemos apagar ou acionar. Então, ele acaba valendo quase como uma escritura.

Então, se um cartório não correr realmente atrás disso, pode chegar o tempo em que eles se tornem desnecessários. O que torna o cartório necessário hoje? A fé pública. O que sobra para eles é isso, da seguinte forma: “Esse contrato foi feito, eu presenciei, realmente ele existe...”. Ou seja, a escritura pública e os documentos públicos todos.

Para a sociedade, os cartórios podem se aperfeiçoar em termos de acesso, financeiramente falando? O custo das taxas cartorárias pesa em cima da classe média, e é essa classe média que migra para ferramentas como blockchain, por exemplo. Ainda há espaço para aperfeiçoar o acesso ao sistema extrajudicial?

O que o serviço extrajudicial está fazendo hoje e o que a gente incentiva que faça? Que procure outros caminhos, de não ficar preso só a isso há mil anos.

Por exemplo, nós estamos autorizando aqui no Estado que a mediação seja feita nos cartórios. É uma nova fonte de renda [para os cartórios], e eles vão ajudar na desjudicialização, diminuir a demanda na Justiça, e isso é uma nova fonte de renda para eles, não tem implicação se é classe média, baixa ou alta. Basicamente, 
a classe que é financeiramente baixa vai ser isenta. Mas essa mediação não vai onerar, ela vai desonerar, porque o cidadão vai ao cartório – e vai ficar mais barato para ele.

A mediação é uma das possibilidades. Para ter uma ideia, conseguimos a autorização do CNJ para que os cartórios possam contratar mediadores de forma temporária. Se aparece um caso de mediação, o cartório contrata um mediador para aquele caso apenas.

É bem interessante, é uma nova frente. E outras frentes podem ir surgindo. Na verdade, compete mais a eles fazer as propostas para aperfeiçoar o [seu próprio] serviço.

Essa mediação via cartórios tem espaço reduzir fluxos no Judiciário?

Sim, pois a mediação é para exatamente esse tipo de caso: problemas de vizinhança, problemas de família que não envolvam menores, tudo isso pode ser tratado por meio da mediação. É um espaço que eles [cartórios] podem utilizar, não envolve serviços judiciais e fica mais barato para as partes.

Agora, isso precisa ser divulgado, precisa ser aceito. É uma questão de cultura, porque, na verdade, as pessoas no Brasil gostam de ir para a Justiça. Reclamam, mas vêm, não é mesmo? Tanto é que o Brasil está cheio de processo, temos 90 milhões de processos no País.

Mas os cartórios têm que se reinventar, se recriar, e não ficar mais com esse sistema cartorial, carimbando.

Na questão do acesso à Justiça, como está a transição do período pós-pandemia? Ainda existe o home office?

Todo mundo já voltou [a trabalhar presencialmente]. Nós temos algumas exceções, que é quando o Tribunal de Justiça detecta que é melhor a pessoa ficar fora do que permanecer [trabalhando] aqui dentro.

Agora, por exemplo, nós estamos reformando aqui dentro da Corregedoria-Geral de Justiça, então temos alguns servidores que estão trabalhando fora enquanto termina a reforma, mas a produtividade não diminuiu. Pelo contrário, aumentou. E são pessoas que não necessariamente precisam estar aqui no Tribunal, não atendem ao público. Mas a ordem foi voltar todo mundo.

Perfil

Ruy Celso Barbosa Florence

Exercendo o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) há mais de 40 anos, Ruy Celso Barbosa Florence é mestre e doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É professor na Faculdade Insted e membro da Academia Internacional de Jurisprudência e Direito Comparado (AIJDC). Tendo diversos artigos e livros publicados, atualmente é corregedor do TJMS.

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