A Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG) pediu a reabertura das escolas particulares e criticou o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS).
Em nota divulgada na tarde de ontem, segunda-feira (31.08), a entidade alegou que promotores fazem “vista grossa” ao não questionar a volta às aulas em cidades do interior.
“Com o aval do MP, as aulas retornaram em cidades como Amambai, Bela Vista, Chapadão do Sul, Ribas do Rio Pardo, Maracaju e São Gabriel do Oeste, enquanto na Capital ainda não, mesmo seguindo todos os protocolos e exigências”, diz trecho do texto.
A CDL cita ainda que cidades como Várzea Grande (MT), Manaus (AM) e Brasília já autorizaram a reabertura. A nota prossegue dizendo que a rede de saúde da Capital está sendo sobrecarregada por pacientes vindos do interior.
“O diálogo com o MP mais parece ‘uma conversa de mudo com surdo’, tamanha insegurança nas afirmações dos próprios representantes, que um dia acordam uma data e no outro já mudam de posição e determinações a serem cumpridas. Determinações que chegam de quem não foi eleito para administrar a capital, mas que se coloca como gestor decidindo quem pode, ou não abrir suas portas”, prossegue em nota.
A entidade conclui o texto alegando que pais e alunos estão sofrendo com os efeitos do isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19.
“Os pais que não se sentirem seguros não precisam mandar os filhos para a escola, mas aqueles que precisarem e entenderem que na escola é seguro para seus filhos devem ter o direito de ter essa opção”.
DISCUSSÃO
O MPMS marcou para quinta-feira (03.09) uma reunião para definir se as aulas podem voltar no dia 10 de setembro. Como noticiou o Correio do Estado em agosto, a retomada ocorrerá de forma escalonada, para evitar aglomerações.
“Nós fixamos alguns objetivos para esse retorno e o que nós constatamos é que, em Mato Grosso do Sul e no Centro-Oeste de uma forma geral, estamos em um momento de eclosão da Covid-19, com várias vidas perdidas, com a ocupação do Hospital Regional, por exemplo, que chegou a 101%”, declarou a promotora da Infância e Juventude Vera Cardoso Vieira, que é coordenadora do Grupo Especial de Atenção à Educação (Geduc).
Para Maria da Glória, com o aumento expressivo do número de casos e de mortes na Capital, que já passam de 200, os pais estão mais apreensivos para um retorno. “Hoje é outra realidade: o número de pais que querem voltar não é o mesmo da primeira vez”.
PAUSA
Enquanto o Poder Público e o sindicato discutem a reabertura, a rede pública de ensino entrou em recesso. Escolas das redes estadual de Mato Grosso do Sul e municipal, de Campo Grande, pararam por uma semana.
Conforme divulgado pelas secretarias de Educação, o objetivo é proporcionar período de descanso para profissionais e alunos, que tiveram as férias de meio do ano antecipadas para maio neste ano, devido à pandemia.
EPICENTRO
Campo Grande segue como principal epicentro da Covid-19 e ao contrário do que alega a CDL, a maioria dos internados na Capital não vêm do interior.
Na semana passada, o secretário de estado de Saúde, Geraldo Resende, disse que essa informação é mentirosa, sem citar nomes ou a fonte.
“É falsa a informação que 40% dos pacientes internados na Capital venham do interior. São apenas 15%, que vem de cidades não têm leitos. E dos 350 pacientes internados, 50 são do interior, dos quais 34 estão em hospitais privados”, afirmou.