Cidades

Depoimento

Mãe descreve como sente a dor por perder filho em acidente

Garoto foi atropelado na Avenida Guaicurus; motorista não foi localizado

TAINÁ JARA

05/10/2015 - 00h00
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A vida de Marcos Roberto Teixeira durou apenas seis anos, porém, o curto espaço de tempo foi cercado de fatos considerados surpreendentes aos olhos da mãe, a dona de casa, Kelly  Daine Teixeira, 25 anos. 

O filho foi atropelado, na avenida Guaicurus, no Jardim Iatamaracá, em Campo Grande, enquanto a mãe participava do culto em uma igreja em frente ao local do acidente. Por volta das 20 horas do dia 22 de fevereiro, Marcos, seguindo o irmão durante uma brincadeira, tentou cruzar a via, quando um carro o atingiu. Ali morreu o garotinho. 

O motorista fugiu sem prestar socorro. O condutor ainda não foi identificado pela polícia. Eis o depoimento de Kelly: 

A irmã de 9 meses é a cara dele. Ela tinha 30 dias quando o acidente aconteceu. Levei ela no culto naquele dia para apresentar ao pastor e a Deus. Agora fazem sete meses que um miserável tirou o Marquinhos de mim.  

Na hora do acidente, até entendi o lado dele em fugir. Porque aglomerou muita gente, inclusive quem não era da igreja, e ele deve ter ficado com medo de um linchamento. Mas agora já se passaram sete meses e o remorso parece que ainda não bateu. Até hoje nada.

Dia 5 de julho ele faria sete anos. Sinto muita falta.  Depois que vi o atestado de óbito, imaginei que se ele tivesse ficado aqui, estaria sofrendo. Os ferimentos foram muito violentos.

O motorista bateu nele e o jogou em cima de outro carro. Falaram que era um Gol preto. As câmeras de segurança dos estabelecimentos próximos até chegaram a pegar imagens de uma parte de onde ocorreu o acidente, mas como o motorista que atropelou deu ré depois de bater, não teve como identificar. 

Até hoje, não sei como tive condições de avisar minha família. O meu filho mais velho, de 10 anos, se culpava. A dor que sinto, ninguém sabe! 

Uma semana antes, tínhamos visto uma reportagem na televisão de uma criança de seis anos que havia sido atropelada. O Marquinhos perguntou para mim: E a mãe desse menino?

Depois que aconteceu comigo pensei: ela não teve chance de socorrer o filho, porque estava trabalhando. Eu tive a chance e, mesmo assim, não pude.

Eu perdi ele. Sei que a Justiça do homem é ruim. Então, também espero pela Justiça de Deus. Mas nada vai suprir a falta dele.Era minha companhia na parte da tarde, quando os outros iam para a escola. O pessoal nem gosta de me deixar sozinha, porque lembro dele. Às vezes, vejo o programa que ele gostava, o Chaves.

O momento que a gente brincava era antes de ir para a escola. Ele dormia sempre do meu lado, desde quando nasceu. Um dia voltou da escola e falou: “Mãe, tenho uma coisa para te contar. Eu aprendi a ler”. Aí, ele leu as palavras “vaca” e “leite”, meio gaguejando. 

A escola em peso compareceu ao velório e fizeram até uma homenagem. A intenção era boa, mas foi difícil lembrar. A diretora falou que aquilo servia de exemplo, porque tem tantos pais que deixam os filhos lá e não querem nem saber. Quando o levava na escola só ia embora quando ele entrava na sala de aula.

Vou lutar por Justiça. Mas não tenho muito para onde correr. Dependo da atitude de quem fez isso de admitir que tirou a vida do meu filho. Se caso ele estivesse doente, eu aceitaria. Agora uma criança sadia e do nada não está mais aqui.

*A reportagem completa de Tainá Jara está na edição de hoje do Correio do Estado.

 

Imunização

Confira os pontos de vacinação neste sábado em Campo Grande

O mutirão será no shopping, no Parque das Nações Indígenas e em uma unidade de saúde; veja os horários

23/05/2025 16h00

Marcelo Camargo / Agência Brasil

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Para quem está atrasado e ainda não se imunizou contra a gripe, neste sábado (24) haverá três pontos de vacinação em diferentes locais de Campo Grande.


Cabe ressaltar que a melhor forma de evitar casos graves de gripe, que têm provocado lotação nos postos de saúde, é tomar a vacina.


Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), o Shopping Norte Sul Plaza terá mais um mutirão de vacinação neste final de semana: no sábado (24), das 10h às 17h, e no domingo (25), das 11h às 17h.


No mutirão anterior, a procura foi grande, e mais de 1.700 doses foram aplicadas, no entanto, algumas pessoas deixaram para ir no último horário, o que acabou gerando tumulto. Portanto, vale se programar para chegar um pouco mais cedo e garantir a vacina no braço.

Outro ponto de vacinação será o Parque das Nações Indígenas, na entrada Guarany, que fica na Avenida Afonso Pena.


Além desses locais, a USF Tiradentes, que fica na Avenida José Nogueira Vieira, irá participar do mutirão, assim como o shopping, tanto no sábado quanto no domingo.

Sábado (24)

  • USF Tiradentes: das 7h30 às 16h45
  • Parque das Nações Indígenas: das 11h às 17h

Domingo (25)

  • USF Tiradentes: das 7h30 às 16h45
  • Norte Sul Plaza: das 11h às 17h

Quem pode tomar a vacina?


Podem se vacinar bebês a partir de seis meses de idade. A vacina foi ampliada para toda a população, como o Correio do Estado vem acompanhando desde o dia 2 de maio, seguindo recomendações do Ministério da Saúde.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, vem destacando a importância da vacinação como principal estratégia de proteção contra o vírus.

“A imunização é nossa principal aliada. Por isso, quero convocar todos os campo-grandenses para garantir essa proteção tão importante para a saúde coletiva. Estamos passando por um período de aumento de casos, e é fundamental que toda a população busque se vacinar”, destacou a secretária.

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CENSO

Mais de 29 mil pessoas foram diagnosticadas com autismo em MS, revela IBGE

Os dados foram divulgados hoje (23) na pesquisa do Censo e, pela primeira vez, foram incluídos dados e informações sobre o TEA.

23/05/2025 15h54

Foto: Reprodução/Governo Federal

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (23) os resultados preliminares da primeira pesquisa que traz informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ano de 2022. A publicação traz os perfis sociodemográfico e educacional das pessoas de 2 anos ou mais de idade das pessoas diagnosticadas por um profissional da saúde com autismo. 

Segundo os dados levantados, em Mato Grosso do Sul, 29.088 pessoas confirmaram ter o diagnóstico do Transtorno, o que corresponde a 1,1% da população total. Com esse número, o estado fica na 18ª posição no ranking entre os estados brasileiros. 

Entre os municípios de MS, o maior percentual foi o da cidade de Corguinho, com 2% da população diagnosticada, seguido por Bela Vista, com 1,7%. Os menores percentuais registrados foram nos municípios de Novo Horizonte do Sul, com 0,3%, e Rio Negro, 0,4%. Na capital, foram registradas 10.779 pessoas com o diagnóstico de TEA, o que corresponde a 1,2% da população total da cidade. 

Com relação à comparação por sexo, no Estado, 17.654 homens foram diagnosticados com autismo em 2022, o que corresponde a 1,3% da população total. O número de mulheres foi de 11.435, o que equivale a 0,8% da população total. Assim, o percentual de homens diagnosticados com TEA em comparação com a população total é 62,5% maior que o de mulheres. 

Toda a faixa etária de 0 a 19 anos apresenta percentuais altos para os diagnósticos, porém o maior percentual de pessoas com TEA é nas idades de 5 a 9 anos com 4.237 diagnósticos (2% da população total). 

O Analista Raphael Alves explica que o alto percentual nas idades menores pode estar relacionado ao aumento das iniciativas de busca por diagnósticos. 

"As iniciativas de busca por diagnósticos se intensificaram nos anos mais recentes e a identificação desta característica nestes primeiros anos ganhou importância devido à necessidade de esforços diferenciados no desenvolvimento das crianças e jovens com algum grau de autismo", comenta. 

Nacional

De acordo com o Censo 2022, foram identificadas 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com o TEA, o que corresponde a 1,2% da população total do país. A prevalência maior foi entre os homens, com 1,5% e entre as mulheres foi de 0,9%. Assim, 1,4 milhões de homens e 1 milhão de mulheres no Brasil foram diagnosticadas como autistas em 2022 por algum profissional da saúde. 

Transtorno do Espectro Autista

A inclusão do autismo no questionário do Censo Demográfico de 2022 foi determinada pela Lei nº 13.861, de 2019, que modificou a Lei nº 7.853, de 1989, para "incluir as especialidades inerentes ao transtorno do espectro autista - TEA, nos censos demográficos". 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o autismo é caracterizado por "déficits persistentes na habilidade de iniciar ou manter interações sociais e comunicação social recíprocas, e por uma gama de padrões de comportamento, interesses ou atividades restritos, repetitivos e inflexíveis, que são claramente atípicos ou excessivos para a idade e o contexto sociocultural do indivíduo". 

Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

Os sinais mais comuns do TEA são:

  • Apresentar atraso anormal na fala;
  • Não responder quando for chamado e demonstrar desinteresse com as pessoas e objetos ao redor;
  • Ter dificuldades em participar de atividades e brincadeiras em grupo, preferindo sempre fazer tarefas sozinho;
  • Não conseguir interpretar gestos e expressões faciais;
  • Ter dificuldade para combinar palavras em frases ou repetir a mesma frase ou palavra com frequência;
  • Apresentar falta de filtro social (sinceridade excessiva);
  • Sentir incômodo diante de ambientes e situações sociais;
  • Ter seletividade em relação a cheiro, sabor e textura de alimentos;
  • Apresentar movimentos repetitivos e incomuns, como balançar o corpo para frente e para trás, bater as mãos, coçar algumas partes do corpo (como ouvidos, olhos e nariz), girar em torno de si, pular de forma repentina, reorganizar objetos em fileiras ou em cores;
  • Mostrar interesse obsessivo por assuntos considerados incomuns ou excêntricos, como biologia, paleontologia, tecnologia, datas, números, entre outros;

Além disso, alguns autistas podem manifestar acessos de raiva, hiperatividade, passividade, déficit de atenção, dificuldades para lidar com ruídos, falta de empatia diante determinadas situações e aumento ou redução na resposta à dor e a temperaturas.
 

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