Parentes da estudante de 22 anos que morreu em Portugal no domingo (13) aguardam a liberação do corpo e o translado para o Brasil. A mãe de Thaís Caroline Gonçalves embarcou de Minas Gerais para Portugal na noite desta segunda-feira (14). “Entrou no aeroporto em prantos, viajou sozinha para longe para pegar a filha morta', contou Maria Aparecida Gonçalves, prima da estudante.
Natural de Ouro fino, no Sul de Minas Gerais, Thaís cursava Relações Internacionais na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Franca (SP), e fazia intercâmbio em uma instituição, em Braga.
De acordo com informações de parentes, representantes do hospital telefonaram no domingo (13) comunicando a morte da jovem em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. “Nós precisamos saber o que realmente aconteceu, o que levou a causa da morte, porque está história está mal contata”, disse a prima.
Segundo Maria Aparecida, a família ainda não sabe o que vai ser necessário para conseguir trazer o corpo com a agilidade e aguarda um primeiro contato com a mãe da estudante. A previsão é que ela desembarque na capital Lisboa ainda pela manhã. De lá, vai seguir por mais 360 quilômetros até Braga, onde está o corpo de Thaís. Outro parente deve viajar na quarta-feira (16), assim que conseguir emitir o passaporte.
De acordo com o assessor de Relações Externas da Unesp, José Celso Freire, o chefe de gabinete do reitor da universidade está em Portugal para um evento acadêmico e vai auxiliar a família no que for preciso.
A assessoria da Unesp disse que a instituição está em contato com a universidade portuguesa e foi informada que será feita uma autópsia no corpo da estudante, porém, o procedimento só poderia ser realizado após a chegada de algum parente de Thaís ou com autorização da Justiça.
A estudante retornaria ao Brasil neste mês, segundo Maria Aparecida. “Já havíamos preparado uma festa para comemorar o seu retorno. Ela era muito dedicada e inteligente. Toda a família está indignada”, desabafou a prima.
Sonho interrompido
Thaís Caroline Gonçalves, de 22 anos, deveria se formar nos próximos seis meses, segundo parentes. Uma tia, emocionada, contou sobre os sonhos da estudante. “Ela falava assim: ô tia, eu vou prestar um concurso para o Itamaraty, você vai ver, tia. Eu ainda vou ser muito grande”, disse Maria Eunice Gonçalves. Quase todo o salário da mãe de Thaís era voltado para custear os estudos da filha.
Segundo a tia, a família está inconformada com a notícia da morte. “Se ela tivesse doente, tudo bem. A gente esperando ela voltar, e ela chega agora em um caixão. Eu não conformo com isso”, disse.
A causa da internação de Thaís no hospital ainda é desconhecida. De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, até esta segunda (14), a área consular em Brasília não havia recebido nenhuma informação ou pedido de apoio da família.