No início do mês de conscientização para um trânsito mais seguro, colisões nas ruas de Campo Grande já mataram quatro pessoas. A campanha do Maio Amarelo deste ano, com o tema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”, deve se intensificar, já que os três acidentes fatais registrados neste início de mês vitimaram motociclistas. De acordo com dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), esses são os que mais morrem em colisões no trânsito da Capital (88%).
A primeira morte ocorreu na segunda-feira. A motociclista Aline Souza Cândida, de 25 anos, morreu após sofrer uma queda de moto e ser atropelada por um ônibus, no Bairro Los Angeles. A queda aconteceu porque a moto da mulher derrapou na areia que estava espalhada na pista.
Mesmo estando dentro da velocidade permitida, o pequeno incidente acabou resultando em uma tragédia, já que o motorista do ônibus que estava na rua em que Aline entrou não viu a queda da motociclista e acabou passando por cima da mulher ao fazer uma conversão.
A vítima seguia pela Rua Engenheiro Paulo Frontin e virou na Rua José Maurício no momento da queda, mesma rua em que o ônibus de transporte coletivo estava parado no cruzamento, por conta da sinalização de parada obrigatória.
No dia seguinte a esse acidente, mãe e filha grávida foram atropeladas ao colidirem com uma caminhonete no Bairro Tiradentes. A mãe, Patrícia Helena Lopes de Oliveira, de 48 anos, pilotava uma Honda Biz com a sua filha, Maria Isabel de Oliveira, de 23 anos, na garupa quando ambas bateram em um veículo, após Patrícia desrespeitar a sinalização de pare do cruzamento entre a Rua Cândida de Lima Barros e Avenida Rouxinol.
As vítimas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), com a condutora da moto sendo levada para a Santa Casa e não resistindo aos ferimentos pouco tempo depois de dar entrada no hospital.
Maria Isabel, que já havia perdido o bebê, por conta da gravidade do acidente, deu entrada na Santa Casa de Campo Grande às 10h23min de terça-feira, porém, também não resistiu aos ferimentos e foi a óbito por volta de 18h43min daquele mesmo dia.
O mais recente sinistro que resultou em vítima aconteceu na sexta-feira, quando um grave acidente no km 366 da BR-262 (saída para Terenos), dentro dos limites urbanos de Campo Grande, matou um motociclista de 38 anos.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motociclista teria perdido o controle de seu veículo na tentativa de fazer uma conversão em uma rua adjacente à rodovia. O homem caiu com a moto na pista e, em seguida, foi atropelado por um caminhão de médio porte, com placa de Maringá (PR), que trafegava na pista contrária. A vítima não resistiu aos ferimentos e foi a óbito no local.
AUMENTO
Conforme os dados de acidentes de trânsito da Agetran, neste ano, em Campo Grande, foram registrados 4.016 sinistros entre janeiro e abril e 35% dos casos envolveram motociclistas (1.436). Dos mais de 4 mil casos, 1.404 tiveram vítimas, sendo 17 mortes causadas por acidentes no trânsito. Dos 17 óbitos, 15 eram motociclistas (88%).
No ano passado, ocorreram 3.881 acidentes no mesmo período levantado (de janeiro a abril), o que representa uma redução de 135 colisões.
Em 2024, 1.391 sinistros tiveram vítimas, sendo 23 óbitos no total. Das 23 pessoas que perderam a vida em acidentes de trânsito na Capital, nesse período, 20 eram motociclistas (86%).
Em comparação ao ano passado, o número de acidentes em Campo Grande aumentou em 3%. Ao longo deste mês, segundo a prefeitura, diversas ações educativas serão realizadas em instituições da Capital, com o objetivo de promover um trânsito mais seguro e humano, valorizando a vida e o papel de cada cidadão na construção de uma convivência mais consciente.

VIAS MAIS PERIGOSAS
Avenidas movimentadas no centro de Campo Grande estão entre as mais perigosas para se trafegar, de acordo com dados da Agetran.
A Avenida Afonso Pena, assim como foi no ano passado, segue sendo a mais perigosa, registrando até abril 169 acidentes na Capital. No ano passado, de janeiro a abril, 180 ocorrências envolvendo trânsito foram atendidas na principal avenida da cidade.
As avenidas Mato Grosso (107), Duque de Caxias (88), Presidente Ernesto Geisel (67) e Guaicurus (64) são as vias que completam a lista das mais perigosas de se trafegar em Campo Grande.
Em comparação com os dados do ano passado, a diferença se dá pela presença da Avenida Gury Marques entre as vias com mais sinistros, com registro de 79 acidentes, e a ausência da Avenida Guaicurus, que, neste ano, está entre as vias com mais acidentes na Capital.
Saiba
Dados do Sistema de Controle de Contas Municipais (SicomWeb) da Agetran apontam que, pelo menos, 12 pessoas se ferem todos os dias no trânsito da Capital.