Cidades

paralisação

Mais de 20 mil alunos podem ficar
sem aula com greve em Dourados

Professores e administrativos querem 7,64% de aumento

RODOLFO CÉSAR

16/08/2017 - 20h36
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Professores da rede municipal de ensino de Dourados definiram início de greve na segunda-feira (21). Assembleia geral realizada hoje pela manhã no Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação aprovaram a paralisação.

A medida pode ter impacto direto em 27 mil alunos. A Prefeitura de Dourados divulgou nota no começo da noite de hoje para declarar que "exauriu todos os limites possíveis de negociação dado ao momento difícil no setor econômico".

A categoria quer 7,64% de aumento, referente à correção do piso nacional do Magistério e do grupo de efetivos admininistrativos, divulgou o site Dourados News. Ainda foi solicitada a realização de concurso público para os administrativos e o pagamento de benefício referente a difícil acesso aos trabalhadores em educação. As discussões começaram ainda em janeiro.

"Por mais que desejasse atender as reivindicações da categoria, isso se torna impossível diante da situação. A gestão municipal lamenta os prejuízos de uma greve que envolve 27 mil alunos e suas respectivas famílias, mas ressalta que a administração de uma máquina pública implica no cumprimento de deveres e em garantir o melhor para a sociedade como um todo", posicionou-se o governo municipal.

 

NOVE MIL MORADORES

Justiça intervém e barra eleição no maior condomínio de Campo Grande

Pleito para o cargo de síndico do Condomínio Village Parati aconteceria neste domingo (23), porém ação judicial movida por um dos moradores a suspendeu

22/03/2025 10h15

Vista aérea do Condomínio Village Parati

Vista aérea do Condomínio Village Parati Foto: Reprodução

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Conhecido por ser o maior condomínio de casas de Campo Grande, o Village Parati teve sua eleição barrada pela Justiça sob alegação de irregularidades no processo eleitoral.

Atualmente, o síndico é Edson Pigosso Junior, mandato que vai até dia 31 de março e cargo que já ocupou de 2012 a 2016. De acordo com Marcos Paulo Ozorio Oliveira, um dos moradores do condomínio e autor da ação judicial, o síndico teria cometido “erros insanáveis” no processo eleitoral, como definido, em uma reunião formada apenas pelos seis candidatos aos cargos disponíveis, que a eleição ficaria sob responsabilidade da Departamento Jurídico e Administrativo do condomínio.

Nesta mesma reunião, foi definida a data da eleição, marcada para dia 23 de março, das 9h até 15h, do qual os moradores votariam para síndico, subsíndico comercial, subsíndico residencial e conselheiro fiscal, com prazo para candidaturas de 26 de fevereiro a 05 de março, outro ponto dito por Marcos como uma fuga das regras eleitorais que constam no regimento do condomínio.

Ainda, o autor do processo diz que, como não houve deliberação em assembleia geral, tais atitudes tornam o processo eleitoral “viciado e insanável”, principalmente pelo departamento jurídico do condomínio ter como representante um advogado de confiança do síndico.

Ao Correio do Estado, Edson, que recebe um salário mensal de R$ 6,8 mil (4,5 salários mínimos), afirmou que um administrador judicial irá conduzir a eleição e, provavelmente, deve voltar ao cargo, do qual ocupará por mais dois anos, ou seja, até 2027. 

Sobre Marcos, o síndico disse que o referido nunca se candidatou ou quis se candidatar ao cargo, mas que ele seria um “laranja” para outro interessado em assumir a função, mas que não pode se candidatar por não ter certidão negativa, ou seja, documento oficial que comprova a ausência de dívidas fiscais e tributárias ou mesmo pendências processuais em nome de um cidadão, algo exigido pelo condomínio.

Em captura de tela enviada à reportagem, o suposto interessado no cargo aparece em um grupo de moradores dizendo que “nossa ação já está conclusa para despacho, agora é só ter fé e acreditar que vamos poder colocar o meu nome no pleito”. Ainda, termina afirmando que vai buscar recursos em todas as áreas e diz em “fazer a melhor gestão de todos os tempos”, se tornando referência nacional. Confira a mensagem abaixo:

Vista aérea do Condomínio Village ParatiFonte: Reprodução

“Utilizaram de um texto mau escrito de 10 anos atrás para basear um pedido e o juiz sem conhecimento do assunto da legislação condômino caiu nessa. Eu ainda não fui citado pela justiça, mas nem vou esperar ser. Decidi suspender a eleição e ser eleito numa eleição feita pela justiça”, disse Edson.

Diante dos fatos, a Justiça determinou a suspensão de edital eleitoral e determinou o reinicio do processo eleitoral com uma comissão definida em assembleia geral, seguindo a Convenção de Condomínio e o Regimento Interno Eleitoral. Ainda, a partir do próxima dia 1º, um administrador judicial será nomeado para dar sequência a eleição.

SAIBA

Hoje, o Village Parati conta com 2.256 casas (de 41 a 51 m²), sendo o maior condomínio horizontal do Brasil, além de ter 9 mil moradores, população maior do que em 23 municípios sul-mato-grossenses. A taxa do condomínio é de R$ 157,00 e, segundo o síndico, 83% pagam em dia, o que rende uma arrecadação anual de, aproximadamente, R$ 4 milhões. Cerca de 55 funcionários trabalham no local, alguns próprios e outros terceirizados.

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pantanal

Proteção à onça-pintada pode render R$ 8,6 milhões em projeto inédito

Instituto do Homem Pantaneiro conseguiu certificação para vender crédito de biodiversidade baseado na preservação da espécie

22/03/2025 09h30

Presença da onça-pintada na Serra do Amolar levará propriedades a receber pela biodiversidade em projeto inédito

Presença da onça-pintada na Serra do Amolar levará propriedades a receber pela biodiversidade em projeto inédito Foto: Divulgação/IHP

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Um dos símbolos do Pantanal Sul-Mato-Grossense, a onça-pintada agora também se tornou um grande ativo para produtores que convivem em harmonia com o animal. Isso porque o Instituto do Homem Pantaneiro (IHP) conseguiu a certificação para um projeto de crédito de biodiversidade baseado na preservação desta espécie. O projeto, que começou agora a venda de créditos, pode faturar, pelo menos, R$ 8,6 milhões.

De acordo com o diretor-presidente do IHP, Ângelo Rabelo, a venda de crédito por biodiversidade é inédita no Brasil e esse projeto voltado às onças-pintadas nunca foi feito no mundo.

Sob o nome de Crédito de Biodiversidade Jaguar, o projeto dispôs de 71.750 créditos de biodiversidade habilitados no mês passado. O valor é alto porque eles se referem a três anos de monitoramento (2021 a 2023) de duas onças-pintadas em uma área de 40,6 hectares localizada na região da Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. 

A área é composta por três fazendas que são Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), portanto, são voltadas somente à preservação e à conservação da fauna e da flora presentes.

Para cada crédito é cobrado o valor de US$ 21,00 a US$ 27,00 (valor calculado com base no custo por hectare para a conservação), o que significa dizer que, quando todas as mais de 71 mil cotas forem adquiridas, considerando o menor valor, o projeto terá recebido cerca de R$ 8,6 milhões, levando em conta a cotação atual do dólar, que é de R$ 5,73.

O projeto pode ser feito por 10 anos, pode ser estendido para até 100 anos, e aproveita toda a propriedade, diferentemente do crédito de carbono, que tem uma área específica para ser contabilizada.

Ainda de acordo com o IHP, além da onça-pintada, a iniciativa abre portas para que projetos futuros possam ser desenvolvidos por outros produtores, que, além das onças, podem usar outras espécies ameaçadas, como as araras-azuis e os tamanduás-bandeira.

Segundo o diretor-presidente do IHP, essa ferramenta será mais um benefício para a preservação, mas também para os produtores que decidem manter a conservação do bioma.

“É sempre um desafio, e o Pantanal impõe isso. Quanto vale a natureza? Para o pantaneiro, era uma área que poderia pegar fogo, que poderia ter vários problemas. Agora, aquilo que você não usa é uma moeda também”, afirmou Rabelo.

A ideia agora é que o IHP, com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e o Senai, mostre o “caminho das pedras” aos produtores que tiverem interesse de implantar um projeto semelhante em sua propriedade para também usar a onça-pintada, ou outro animal da região que esteja na lista de ameaçados, na obtenção de crédito de biodiversidade.

“A partir da manifestação de interesse, a gente mostra o roteiro. Essa metodologia de biodiversidade tem menos tempo que o crédito de carbono, que são pelo menos 30 anos, então, a gente tem uma expectativa positiva”, declarou Rabelo.

A estimativa de população de onças-pintadas no Pantanal é de cerca de 3 mil, com isso, a capacidade para projetos como esse no bioma é gigantesca, de acordo com Rabelo.

Essa ferramenta também é importante para conscientizar os produtores sobre a importância da manutenção desses animais no bioma e evitar a caça, que é considerada crime ambiental.

A novidade foi apresentada nesta sexta-feira, no Dia Internacional das Florestas, ao governador Eduardo Riedel (PSDB).

“É uma grande contribuição de produção da natureza, que abrange carbono, biodiversidade e água, e posiciona Mato Grosso do Sul na agenda global de produção de alimentos e transição energética. É a materialização do conceito e da linha de trabalho”, disse Riedel.

“Esse é praticamente um dos primeiros créditos no mundo de biodiversidade. No caso, especificamente sobre a onça, que é chamado projeto Jaguar, em que é avaliado o habitat desse animal, fazendo a certificação que existe um ambiente adequado para esse animal viver. Então, esse é o crédito que você consegue certificar que aquele ambiente é adequado para aquela espécie”, avaliou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.

OUTRO PROJETO

Além da iniciativa inovadora do crédito de biodiversidade, também foi apresentado no encontro o projeto Fazenda Cristal, que consiste em uma atividade de florestamento com a conversão de área de pasto para uma formação nativa de bambu, planta com forte potencial de remoção de CO2 da atmosfera.

Segundo o sócio-diretor da Vert Ecotech (Fazenda Cristal), Milton Insuela Júnior, o projeto de crédito de carbono da propriedade vende 1,8 mil cotas por ano, com preços que variam de US$ 20,00 a US$ 40,00. 

Saiba

Enquanto o crédito de carbono representa a não emissão de dióxido de carbono na atmosfera e é vendido levando em conta cada tonelada dos gases do efeito estufa não emitida, os créditos de biodiversidade valorizam a proteção de espécies e ecossistemas, criando um mercado voluntário para que investidores contribuam com a conservação de habitats e espécies ameaçadas. A metodologia foi elaborada pela Ecosystem Regeneration Associates (ERA).

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