Cidades

procura

A+ A-

Mais de 300 e-mails são enviados para Justiça pedindo adoção de bebê corumbaense

Menina, com menos de seis meses, perdeu a mãe e está sozinha em CTI de hospital em Campo Grande

Continue lendo...

A Vara da Infância de Corumbá recebeu, em menos de 24 horas, mais de 300 e-mails de pessoas interessadas em adotar a bebê Maria, que está internada no CTI de hospital em Campo Grande. A mãe da criança morreu após o parto e nenhum outro familiar apresentou-se para ter a guarda da menina ou tem condições de cuidar dela.

O volume de procura foi registrado depois que o caso foi divulgado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul no final da tarde desta terça-feira (10) e ganhou repercussão na imprensa do Estado, com publicação no site do Correio do Estado e em outros veículos.

A decisão em dar ampla publicidade para o fato ocorreu depois que a Justiça chegou a contatar 14 pessoas registradas para a adoção no Estado. 

O caso da bebê foi repassado para essas pessoas, porém nenhuma decidiu dar continuidade no processo de adoção. Esse grupo tinha sido filtrado diante das condições que os integrantes dele posicionaram-se que aceitavam fazer a adoção de uma criança com necessidades especiais.

Maria sofreu problemas de saúde logo que nasceu, por isso vai ter sequelas para o resto da vida. Apesar de estar na condição listada entre os principais critérios que as pessoas colocam para a adoção, que é a criança ser recém-nascida, nenhuma pessoa aceitou a criança. O empecilho sugerido é por conta da necessidade especial. (Recebemos) mais de 300 e-mails até o momento. 

Estamos filtrando os efetivamente interessados e reportando individualmente. Porém, (a adoção) sem êxito até o momento”, explicou o juiz responsável pelo processo, Maurício Cleber Miglioranzi Santos.

Na relação de pessoas que demonstraram interesse na adoção a partir desta quarta-feira (11), há moradores de Santa Catarina, por exemplo.

Todos esses candidatos terão de passar por avaliação da Coordenadoria da Infância e Juventude e se enquadrarem nas exigências. Ainda não há prazo definido para todo esse procedimento ser concluído.

Enquanto ocorre o trâmite dessas medidas legais, a bebê de 40 dias segue internada em Campo Grande, alimentando-se por sonda e sem data definida para receber alta.

A mãe dela era de Corumbá, porém não passou por pré-natal ao longo de toda a gravidez. O parto ocorreu na Santa Casa de Corumbá e a mulher acabou falecendo poucos dias após dar a luz.

“Infelizmente, a família sofre de grau severo de desestruturação. A genitora acabou falecendo 10 dias após o parto. 

O bebê está em condições de adoção, mas caso não seja adotada, após a alta vai viver em um abrigo”, explicou o juiz da Vara da Infância de Corumbá.

Mesmo durante esse período de internação no CTI, se o processo de adoção for concluído para uma pessoa, ela será legamente a responsável por Maria. Inclusive, esse nome é provisório.

Essa nova família dará o suporte necessário para cuidar da bebê, inclusive tendo permissão para visitá-la no CTI.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a condição de estar sozinha no hospital, sem nenhuma família para dar suporte afetivo, a recém-nascida representa a realidade de muitas crianças no Brasil disponíveis para adoção, mas que não encontram acolhimento e ficam sob a guarda do Estado até que completem 18 anos e sejam obrigadas a enfrentar a vida sozinhas.

As pessoas que se interessaram pela situação de Maria e procuraram o processo de adoção fizeram o contato com a Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) de Mato Grosso do Sul, por meio do telefone (67) 98462-8245 ou do e-mail: [email protected].

Como adotar uma criança:

Conforme o Cadastro Nacional de Adoção, esse é o rito necessário para alguém realizar o processo.

1) Procure a Vara de Infância e Juventude do município e se informe sobre os documentos. Para entrar no Cadastro Nacional de Adoção são solicitados: 

  • Identidade;
  • CPF;
  • Certidão de casamento ou nascimento;
  • Comprovante de residência;
  • Comprovante de rendimentos ou declaração equivalente;
  • Atestado ou declaração médica de sanidade física e mental;
  • Certidões cível e criminal.

2) Com documentos em mãos, faça uma petição, que pode ser preparada por um defensor público ou advogado particular no cartório da Vara de Infância.

3) É obrigatório fazer o curso de preparação psicossocial e jurídica para adoção. Em Mato Grosso do Sul, ele acontece na forma EaD pela Escola Judicial.

4) O passo seguinte é a avaliação psicossocial com entrevistas e visita domiciliar feitas pela equipe técnica interprofissional. Na entrevista, é determinado o perfil da criança que deseja adotar, de acordo com vários critérios. O resultado será encaminhado ao Ministério Público e ao juiz da Vara de Infância.

5) O laudo da equipe técnica da Vara de Infância e o parecer emitido pelo Ministério Público vão servir de base para a sentença do juiz. 

Se o pedido for acolhido, o nome do interessado será inserido nos cadastros, válidos por dois anos em território nacional. Se não, é importante buscar os motivos. Estilo de vida incompatível com criação de uma criança ou razões equivocadas (para aplacar a solidão; para superar a perda de um ente querido; superar crise conjugal) podem inviabilizar uma adoção. 

É possível se adequar e começar o processo novamente.

6) A Vara de Infância avisa sobre uma criança com o perfil compatível. O histórico de vida da criança é apresentado ao adotante; se houver interesse, ambos são apresentados. 

A criança também será entrevistada após o encontro e dirá se quer continuar com o processo. 

Durante esse estágio de convivência, monitorado pela Justiça e pela equipe técnica, é permitido visitar o abrigo onde ela mora e dar pequenos passeios.

7) Em seguida, é preciso ajuizar a ação de adoção. Ao entrar com o processo, é entregue a guarda provisória, que terá validade até a conclusão do processo.

Neste momento, a criança passa a morar com a família. A equipe técnica continua fazendo visitas periódicas e apresentará uma avaliação conclusiva.

8) O juiz vai proferir a sentença de adoção e determinar a lavratura do novo registro de nascimento, já com o sobrenome da nova família. 

Neste momento, a criança passa a ter todos os direitos de um filho biológico.

Assine O Correio do Estado

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

Continue Lendo...

A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).