As vezes, dá vontade de ser anarquista! O poder público, nos provoca! Senão, imaginemos o seguinte diálogo, entre um burocrata, naturalmente em cargo comissionado, e seu chefe. _Chéééfe, chefiiiiiiiinho, veja só o que descobri! Podemos empurrar mais uma taxa, nesses tais curiangos!!! Curiango, para os leigos, é a forma jocosa como são tratados os motoristas de táxi que não são donos de seu próprio carro, e, pelo fato de a gra de maioria trabalhar diuturnamente, a alcunha é um comparativo aos hábitos da notívaga ave. E, a taxa em questão, salvo melhor juízo, é um tal de ISS, ou ISSQN, ou o raio que o parta! Acontece, que os donos de carro, ou permissionários, como queiram, já PAGAM tal tributo. Sendo assim, tal arrocho da prefeitura, pelo menos não nos foi explicado, nem sua finalidade. Bom, deve ser para manter o tapete asfáltico que recobre nossa bela Morena. Tentei obter junto a Agetran, o por que do imposto, já que sem seu recolhimento, não é possível a revalidação anual da carteira de condutor auxiliar. Resposta de um energúmeno, que não portava crachá de identificação: Se quisé (sic), vai se assim, sinão num vai te carterinha! Chega de mamata! Estupefato, cheguei a conclusão, que tal orgão, deve seguir uma cartilha, mais ou menos assim, no que se refere aos condutores auxiliares de veículo táxi, doravante identificados como curiangos: Art. 1’ O curiango não tem direito algum! Art. 2’ O curiango não pode abusar do direito que tem! Art. 3’ Mediante a hipótese de o curiango ter algum direito, entram em vigor imediatamente, os artigos 1 e 2!!! Não é de agora, o tratamento diferenciado que existe entre iguais, principalmente na Agetran, em se referindo aos taxistas. Acredito que a grande maioria já sentiu na pele, seja para se vincular ou desvincular de um veículo, ou em fiscalização nos locais de serviço. Claro, não é uma regra, são exceções, como em qualquer atividade. Mas, via de regra, são usados dois pesos e duas medidas. Recentemente, fomos convocados a, por livre e espontânea pressão, efetuar recolhimento do INSS, para o nosso ”próprio bem”, segundo a referida agência, sob pena, obviamente, de ser impedido de trabalhar. Agora, mais um tributo. Somados ambos, para uma classe já pressionada por diversos fatores, brevemente, ficará inviável a atividade. Benefícios, adivinhem apenas para quem... Não estamos posando de coitadinhos, nem queremos a piedade de ninguém. Apenas nos respeitem. Não somos vacas de presépio, nem adeptos da ”velhinha de Taubaté”, aquela que acreditava que o governo estava sempre certo! Se existe embasamento legal para terrorismo fiscal sobre nossa classe, que nos mostrem! Sendo de lei, pagaremos, mesmo sabendo que não teremos, como a maioria da população, retorno decente por impostos pagos. Mas, como dito no começo, devagar com o andor, que o santo é de barro. Mais dia, menos dia, o caldeirão explode. Pra bom entendedor, um pingo é letra ”Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida, preciso demais desabafar”. (Marcelo D2)