O protesto “Vidas Negras Importam”, em solidariedade ao caso de racismo ocorrido na última terça-feira (15), contra um trabalhador negro, aconteceu na manhã de hoje (19), em frente à loja da autora do crime.
Joaquim Azevedo Dagnone, de 42 anos, foi agredido verbalmente pela proprietária de uma loja de embalagens durante uma entrega.
A agressora de 50 anos, que não teve seu nome divulgado, teria dito “não queria esse preto na loja na minha loja”.
Bartolina Catanante, professora universitária, presidente do Grupo TEZ e organizadora do evento, afirma que infelizmente o racismo é uma realidade que já dura mais de 300 anos.
Segundo ela, o racismo existe porque há um pensamento hierárquico na sociedade, e também porque os autores se sentem livres para praticar o crime, já que não tem uma punição efetiva. “Eles pagam fiança e saem”.
Ela alerta que, em casos como esse, a consciência, noção de igualdade racial e denúncia são fundamentais.
“Independentemente de qualquer coisa, nós somos seres humanos e a gente não pode admitir mais que essa questão do racismo perpetue”, destaca.
Em relação ao crime que desencadeou o último manifesto, a vítima, Joaquim Azevedo, abriu boletim de ocorrência contra a mulher, mas, apesar da queixa, e de ser encaminhada até a delegacia responsável, a agressora foi solta logo após ser dado voz de prisão.
Ela pagou fiança no valor de R$10.564.
De acordo com a advogada da vítima, Odete Cardoso, devido uma solicitação da acusada, o processo está correndo em sigilo.
No mês passado, um homem negro foi espancado até a morte por um segurança do supermercado Carrefour, em Porto Alegre (RS).
De acordo com as investigações, o homem morreu asfixiado, como consequência das agressões sofridas, assim como o estadunidense George Floyd. O caso ocorreu em 19 de novembro deste ano.
O ocorrido gerou uma série de protestos e revoltas antirracistas pelo país, inclusive em Campo Grande..