Vânya santos
Quem procurou por médicos pediatras nos centros regionais de saúde do Guanandy, Aero Rancho, Coophavila II, Nova Bahia, Tiradentes, Moreninha III, Universitário e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, em Campo Grande, na tarde de ontem, não demorou para descobrir que não havia especialistas nas unidades. O caso era ainda mais grave no posto do Guanandy, onde também não tinha clínico-geral porque os profissionais estavam fazendo curso.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou a falta de médicos nestas unidades, ontem à tarde. No mesmo período, apenas dois pediatras estavam de plantão para casos de emergência na Upa da Vila Almeida. No turno da manhã, das 7h às 13h, havia pediatra somente no Centro Regional Moreninha III, no Coronel Antonino e Vila Almeida.
A dona de casa Luciana da Silva, 23 anos, foi uma das pessoas que tiveram que procurar outra unidade de saúde depois de passar pelo posto do Guanandy. Ela mora no Bairro Jardim Tijuca e foi até o local para consultar a filha Maria Fernanda, de 2 anos, e vacinar o filho Luiz Fernando, de 6 meses.
“Vim procurar pediatra para ela, que está vomitando desde quinta-feira, e vacinar o bebê, mas falaram que não tem médico e nem quem vacine. Já é a terceira vez que venho aqui e não sou atendida. É um absurdo. Agora vou ter que procurar o posto da Coophavila”, desabafou.
Depois de tomar um remédio para aliviar os sintomas de diarreia, a operadora de caixa Suzana Jucilene dos Santos, de 25 anos, passou a sentir fortes dores no estômago. A jovem precisou interromper expediente de trabalho para procurar um médico no Guanandy, mas quando chegou ao local foi informada de que não havia atendimento por falta de profissional. “É horrível chegar no posto e não ter médico. Agora vou ter que ir no Aero Rancho”, contou.
Lidia Vaiz Lopes, 55 anos, teve que voltar para a casa com a neta Mariana, de 7 anos, que a dois dias apresenta sintomas de diarreia, vômito e febre. ”Vim lá do Bairro Santa Emília, mas só gastei passe de ônibus à toa. Minha neta dormiu essa noite aqui e o médico falou que era para eu voltar à tarde, pegar o resultado dos exames dela e mostrar para ele. Mas cadê o médico? Por que falou para eu voltar?, questionou.
“É um descaso com a população. Se a gente procura é porque precisa”, garantiu a operadora de caixa Mônica Serem de Lima, 19 anos. Na tarde de ontem, ela procurou um médico clínico-geral para mostrar os resultados de alguns exames, mas também foi embora sem atendimento.
Secretaria
A Secretaria Municipal de Saúde, confirmou por meio da assessoria de imprensa, que não havia médico no posto de saúde do Bairro Guanandy e que situação havia sido anunciada pela própria unidade. Apesar da confirmação, explicou que a equipe de enfermagem no centro de saúde estava capacitada para fazer classificação de risco e, os casos de urgência estavam sendo encaminhados para a unidade mais próxima, por ambulâncias do Samu.
Ainda conforme a secretaria, o posto do Guanandy não dispõe de médicos fixos, apenas plantonistas, que na tarde de sexta-feira fazem um curso chamado Medcurso. O órgão afirmou ainda que espera resolver o problema o mais rápido possível, com a contratação de profissionais aprovados em concurso público.