O encontro de dois córregos, que posteriormente foram chamados de Prosa e Segredo, serviu como primeira moradia para o mineiro José Antônio Pereira, em 1872. A área dava segurança e garantia água. Assim como nas civilizações antigas, os cursos d’água foram responsáveis pelo desenvolvimento da Cidade Morena e hoje têm importância histórica para o município.
O que talvez a maioria das pessoas talvez não saiba é que dois parques estaduais guardam e preservam as nascentes dos córregos que marcaram o início da cidade: o Parque Estadual do Prosa e o Parque Estadual das Matas do Segredo.
Administrados pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), ambos os parques são unidades de conservação, ou seja, áreas naturais protegidas pelo governo do Estado em razão da importância de seus recursos ambientais.
Criado em 2002, o Parque Estadual do Prosa tem 135 hectares e seu objetivo principal é preservar amostras de ecossistemas do cerrado, espécies da flora e fauna e as nascentes do Córrego Prosa. Por ano, são cerca de 2,5 mil visitas guiadas de pessoas de todo o Estado, do Brasil e, eventualmente, do exterior. O Parque se tornou um ponto turístico e representa um dos últimos remanescente de cerrado dentro do perímetro urbano.
Já o Parque Estadual das Matas do Segredo protege – em seus 177,88 hectares – as inúmeras nascentes que formam o Córrego Segredo. Rodeado por bairros populosos, o parque recebe a pressão do crescimento do município. No entanto, essa característica está sendo usada a seu favor, pois são poucas as áreas verdes que ainda restam em Campo Grande.
No parque, além da pesquisa científica, funciona o Projeto Florestinha, em parceria com a Polícia Militar Ambiental, que atende crianças em horário extraclasse para desenvolver a consciência ambiental e a cidadania. Com atividades diversas, os jovens aprendem a importância da conservação e ainda auxiliam a gestão do parque nas campanhas de conscientização da população.
ATRATIVO
Já faz algum tempo que Campo Grande deixou de ser apenas porta de entrada para Bonito e o Pantanal e se tornou destino de turistas de todo o Brasil. Com estruturas cada vez mais organizadas, a cidade vem se consolidando como atração turística em Mato Grosso do Sul.
Dos 761 mil passageiros que desembarcaram em 2018 no Aeroporto Internacional da Capital, conforme o Observatório do Turismo, 516,5 mil eram turistas. Desses, 212,2 mil tiveram como destino Bonito, 198,3 mil ficaram em Campo Grande e outros 53 mil escolheram a região do Pantanal como destino final.
Seja como rota de passagem para as águas cristalinas da Serra da Bodoquena, seja como corredor para a planície alagada considerada patrimônio natural da humanidade, a Capital se projeta para o futuro funcionando como parada para viagens de lazer, de negócios e de aventura.
A cidade dispõe de estrutura completa de atrativos, hotéis e restaurantes que atendem a atual demanda turística e conta com um aeroporto que passará por reformas do poder público para melhorar a capacidade de novos voos. Além disso, a retomada das obras do Aquário do Pantanal promete redesenhar a oferta turística da região.
A Capital é a mais arborizada do País, com 96,3% de árvores plantadas nas calçadas, as mesmas que guardam histórias e curiosidades de mais de um século de vida. Boa parte delas o guia de turismo Carlos Iracy Coelho Netto, 60 anos, apresenta para os viajantes no Walking Tour – Trilhas Urbanas –, passeios guiados que são realizados a pé.
Na cidade, o passeio começa na praça do Mercadão, passa pelo Camelódromo, Morada dos Baís, Relógio da Calógeras, Monumento José Antônio Pereira de Souza, Casa do Artesão, Paróquia Santo Antônio, Rua Velha (26 de Agosto), Novo Relógio (14 de Julho), Praça Ary Coelho e termina na estátua do poeta Manoel de Barros.