NADYENKA CASTRO
A estudante Adylene Miranda Fagundes, 12 anos, morreu no fim da manhã de domingo, em casa, na Vila Bandeirantes, em Campo Grande, após ter “brincado” de futebol com uma amiga. As informações iniciais dão conta que ela pode ter tido problema cardíaco ou neurológico. A família afirma que a menina não tinha nenhuma doença pré-existente. O médico cardiologista Valdir Donizete Galvão Torres explica que é muito difícil uma pessoa com pouca idade morrer repentinamente, sem nunca ter apresentado sintomas de doenças cardiovasculares ou neurológicas.
O pai da criança, o vigilante Antônio Macário Fagundes, 53 anos, conta que a filha jogava futebol com uma amiga na calçada da própria residência e pouco antes das 12 horas a mãe a chamou para entrar. “Ela levou a amiguinha embora e já entrou em casa e foi direto para o quarto”, diz. Segundo ele, a menina brincou de jogar bola com a amiga por cerca “de meia hora, quarenta minutos, no máximo”.
A mãe então chamou pela filha e como ela não respondia, foi até o quarto. Ao entrar no cômodo encontrou Adylene encostada na cabeceira da cama e já com o corpo roxo. A mulher tentou reanimar a garota e, como não obteve sucesso, levou Adylene ao posto de saúde do Bairro Guanandy, onde profissionais da área de saúde também tentaram a reanimação, sendo constatada a morte. “Foi de repente, ninguém sabe o que aconteceu”, relata o pai. “Ela era minha caçula. Tiraram minha vida, minha fortuna”, diz Antônio, em lágrimas.
O vigilante afirma que Adylene não tinha nenhuma doença grave pré-existente. “Ela não tinha nada, pelo menos não que a gente soubesse”. A causa da morte será investigada pela Polícia Civil. O caso foi registrado como morte a esclarecer. O laudo necroscópico, que fica pronto em 30 dias, de acordo com a família, deve revelar a causa da morte.
Explicações
O cardiologista Valdir Torres explica que não pode afirmar o que pode ter acontecido com Adylene porque não tem conhecimento do histórico dela nem foi o responsável pelo atendimento, no entanto, afirma que é raro a morte de crianças e adolescentes por infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), mesmo quando a pessoa já tenha apresentado sintomas de alguma doença grave.
Para ele, pode ser que a menina tivesse má formação congênita do coração e não sabia ou ainda aneurisma “e na primeira manifestação não resistiu”, disse. Segundo ele, a pessoa pode ter aneurisma, sem saber, e, sem que a doença nunca tenha se manifestado, ter uma “crise” e morrer.