Sobra de produtos e inadimplência de até 10%. Esse é o cenário enfrentado neste ano pelo mercado imobiliário no segmento de locação de imóveis de Campo Grande. Levantamento da Uniderp Anhanguera aponta que os preços de alugueis na Capital tiveram reajuste médio de 7,5% nos últimos 12 meses, índice que fica abaixo da inflação do período, de 9,39%, mesmo assim o setor foi afetado, em maior ou menor grau, por fatores como a retração econômica e o endividamento crescente do consumidor e vem adaptando a própria dinâmica a essa nova realidade.
“Locação sempre tem os seus momentos de pico, em janeiro e julho, mas hoje temos muitos imóveis para alugar e com proprietários que aceitam proposta, cenário diferente de um ano atrás. O entendimento é que imóveis com mais de três meses fechados já dão prejuízo, então está havendo proposta, negociação”, avalia o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Sindimóveis-MS), James Antônio Gomes.
Ele também considera que a retração econômica impactou em todos os negócios e no departamento de locações de imóveis, também há um reflexo — “se a pessoa não tem dinheiro para comprar o imóvel, tem que alugar” —, mas vêm sendo observadas mudanças no comportamento do próprio locatário e em consequência no próprio mercado. É o caso, menciona, de estudantes (clientela responsável por grande demanda nessa época do ano) que estão alugando casas ou apartamento entre três, quatro pessoas, para economizar.
(*) A reportagem, de Daniella Arruda, está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.