Iniciada há cinco meses, as obras de revitalização da parte pública do terminal rodoviário Heitor Eduardo Laburu, a antiga rodoviária de Campo Grande, não avançaram de forma significativa até hoje.
Prevista para ser entregue no aniversário de Campo Grande do ano que vem, ou seja, em agosto de 2023, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Pública (Sisep), pasta responsável pela reforma, precisa correr contra o tempo para que o local, desativado há 14 anos, não seja mais uma obra atrasada ou inacabada na Capital.
Ao Correio do Estado, o titular da secretaria, Rudi Fiorese, reconheceu o atraso e afirmou que foi causado pela necessidade de revisão preciso rever detalhes do projeto, porém, não deixou claro quais pontos exatamente estão sendo revistos, mas disse que são na estrutura e cobertura do local.
Fiorese se limitou a dizer que “está um pouco atrasado” e que estão trabalhando para resolver os detalhes que faltam para que o cronograma inicial seja cumprido sem atrasos.
A reportagem do Correio do Estado esteve no local, que já está com as calçadas quebradas e com algumas estruturas já passando pela reforma, mas não foi possível ver com detalhes dado que, por uma questão se segurança, o local está rodeado por tapumes que impedem do trabalho que está sendo feito ser visto por completo.
Em conversa com os comerciantes do entorno do prédio que garantiram que os homens contratados para executar a obra estão trabalhando todos os dias da semana no local. No momento em que a reportagem esteve por lá não foi possível precisar quantos trabalhadores estavam no canteiro de obras.
Proprietária de ponto comercial em frente ao antigo prédio, Ana Cláudia Aleman, de 49 anos, relatou ao jornal que sempre há trabalhadores nas obras, mas o ritmo diminuiu com a chegada do fim do ano.
“Todo dia tem gente aí. Sempre estão trabalhando, mas esse não é o problema porque a violência está grande”, diz a comerciante se referindo ao aumento da criminalidade, já que nem as obras afastaram a população de rua e usuários de drogas que, segundo a mulher, andam ainda mais violentos.
Por sua vez, Érica Simões, dona de um brechó na rua Joaquim Nabuco, ao lado da antiga rodoviária, acredita que quando 2023 começar a obra terá um ritmo melhor e tem esperanças de que tudo seja entregue no tempo certo.
“Estamos com fé que dê uma alavancada no começo do ano porque vai melhorar pra gente também”, afirmou.
O PROJETO
O projeto prevê a revitalização apenas da parte pública do prédio, sendo que há planos para que a parcela particular do prédio também seja reformada, mas nada concreto até o momento.
Dessa forma, serão contemplados as antigas plataformas de embarque e desembarque dos ônibus intermunicipais e também a área onde o transporte público circular parava para que os passageiros desembarcassem.
Também está prevista a requalificação de dois pavimentos de 1.070 metros quadrados, nos quais serão realocados a base da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat).
Ao todo, serão investidos R$ 16,5 milhões, sendo que o Ministério do Desenvolvimento Regional repassou R$15,3 milhões por meio de emenda da bancada federal. Já a prefeitura dará uma contrapartida de R$ 1,2 milhão.
O projeto prevê a construção de um corredor de acesso à galeria e à parte pública do prédio, transformando as calçadas, que terão jardins contemplativos. Além disso, ainda estão previstas a reabertura de antigas clarabóias no teto para otimização da iluminação e ventilação do espaço.
Ainda estão previstas faixas elevadas para controlar a velocidade dos veículos, uma fachada moderna com jardins verticais, que também promete melhorar o isolamento térmico do espaço.