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Metade das obras inacabadas estão atrasadas, mostra site da prefeitura

Município não justificou motivo do atraso e aponta que informações fornecidas estão desatualizadas

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Metade das obras em andamento em Campo Grande estão atrasadas. Pelo menos, 26 intervenções estouraram o prazo de conclusão, segundo informações coletadas no Portal Mais Obras

O site foi lançado pela prefeitura para que os cidadãos pudessem acompanhar o andamento das melhorias. Sem dar detalhes, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) diz que as informações oferecidas à população estão desatualizadas.

 

No site constam ao todo 85 intervenções urbanas em todas as regiões da cidade. Dessas, 33 estão marcadas com o selo de entregues, ou seja, 52 ainda estão em andamento.

Contudo, em alguns casos, é possível identificar que há empreendimentos cujo andamento é mostrado como em fase final, mas que na prática estão, de fato, funcionando, como a Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do Bairro Cristo Redentor. O restante oscila entre zero e 98% de andamento.

Dessa forma, conforme levantamento feito pelo Correio do Estado, com base em informações divulgadas pela prefeitura, identificou-se que pelo menos 19 das 55 que ainda não foram marcadas como concluídas estão em andamento.

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EMBLEMÁTICAS

Algumas obras se arrastam há anos na cidade, mas com as repactuações ou a troca de empreiteiras responsáveis pelas conclusões acabam dando novos prazos. Como consequência, os dias em atraso acabam sendo menores do que a espera pela população em vê-los prontos.

É o caso da Praça de Esportes do Jardim Noroeste. O local foi anunciado em 2012 como um Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU). Ela ocupa uma área com aproximadamente sete mil metros quadrados em uma das principais ruas da região. 

O projeto contempla quadras de esportes e até pista de skate.

No início, o valor previsto para a obra era de R$ 3,9 milhões, dos quais R$ 411 mil seriam como contrapartida do município e os R$ 3,5 milhões restantes a serem financiados pelo Ministério da Cultura. 

As intervenções chegaram a começar, mas não duraram muito, deixando o canteiro na época completamente abandonado e tomado por mato.

 

Ano passado, foi anunciada a retomada. Nessa nova fase, o valor total a ser investido, conforme projeção do Portal Mais Obras, é de R$ 2.256.201,09. Desse montante, já foram executados R$ 809.583,71. 

A retomada foi realizada no dia 1 de junho do ano passado com previsão de ser entregue em oito meses, ou seja, até fevereiro deste ano. Contudo, o painel mostra que ainda resta 65% para que os trabalhos sejam concluídos. 

Levando em consideração as datas do site, o empreendimento já está atrasado há 92 dias.

Há, no entanto, atrasos ainda maiores. É o caso da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) da Vila Popular, que deveria ter sido entregue há 225 dias.

O painel da prefeitura diz que 73% do empreendimento já foram completados. O início das obras de conclusão está marcado em 21 de junho de 2012 com prazo de 99 meses para a entrega, o que resulta em setembro do ano passado.

 

Ainda de acordo com o Portal Mais Obras, o valor previsto para a construção da creche é de R$ 2.417.592,19. Desse montante, já foram executados R$ 1.788.329,77. A equipe do Correio do Estado esteve no local nessa segunda-feira. 

O prédio já está em fase avançada de finalização. Alguns acabamentos já foram até instalados, como os ladrilhos nas cores do município na fachada, mas não há como prever quando ele será entregue.

Outra obra que já estourou o prazo de conclusão é a pavimentação das ruas do Jardim Seminário, Etapa A. Orçada em R$ 7.055.498,23, somente 22% do empreendimento foi concluído, segundo informações da prefeitura, o que corresponde a R$ 1.562.094,67 executados. A obra foi iniciada em 1º de junho de 2020 e tinha previsão de nove meses de duração.

 

SEM RESPOSTA

A assessoria de imprensa da Sisep foi acionada para justificar a demora na entrega das obras. 

Contudo, limitou-se a dizer que não é responsável por atualizar o sistema do site e que vários empreendimentos ali listados já foram entregues, ou seja, as informações que a prefeitura está divulgando para a população estão velhas.

Foi pedido o envio de um e-mail com a demanda. A lista de todas as obras atrasadas segundo o site foram encaminhadas ao município no dia 8 de abril deste ano. As mensagens foram repetidas nos dias 13 e 14 de abril daquele mesmo mês.

O próprio secretário Rudi Fiorese foi contactado pela equipe para responder à demanda, no dia 22 de abril, por meio de aplicativo de mensagens, já que não havia atendido as ligações feitas. Porém, também não houve nenhuma resposta.

Exportações

Mercado da saudade' é estratégia para fruta brasileira ganhar o mundo

O chamado "mercado da saudade" é como uma porta de entrada para que consumidores estrangeiros conheçam produtos de maior apelo no Brasil

18/04/2024 17h00

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A falta que o brasileiro que vive no exterior sente de casa pode ser uma aliada para que as frutas produzidas no país ganhem terreno lá fora.

Segundo produtores e exportadores do setor de fruticultura, o chamado "mercado da saudade" acaba funcionando como uma porta de entrada para que consumidores estrangeiros conheçam —e ganhem o hábito de consumir— produtos de maior apelo no Brasil.

"O 'mercado da saudade' é um incentivo para que a gente leve a outros países produtos típicos de regiões brasileiras. Além das frutas, apostamos em diferentes segmentos, do flocão de milho à cerveja de umbu e ao azeite de licuri", diz Rodolfo Moreno, diretor de Exportação da Unicafes (União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária) na Bahia.

De olho na crescente leva de brasileiros que foram para Portugal, as cooperativas baianas levaram neste ano ao país europeu uma primeira leva de produtos da agricultura familiar: um contêiner com 12 toneladas. Ao todo, elas esperam mandar mais cinco remessas até o fim do ano.

O estado é um dos oito representados na versão brasileira da Fruit Attraction, que termina nesta quinta-feira (18) em São Paulo.

Depois de 15 edições, o evento internacional criado para a comercialização de frutas e legumes, ocorre pela primeira vez no Brasil e é organizado pela Ifema Madrid e pela Fiera Milano Brasil.

A versão brasileira era uma demanda de representantes do segmento, que viam um grande potencial de atração de negócios na fruticultura nacional.

O setor vive um momento de expansão após a pandemia: no ano passado, o Brasil ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 1,2 bilhão nas exportações de frutas, um aumento de 26,73% ante o ano anterior.

Em volume, registrou 1,06 milhão de toneladas, alta de 6% em relação a 2022, de acordo com a Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados).

Entre as frutas mais vendidas pelo país, a manga lidera o ranking (266 mil toneladas), seguida pelo melão (228 mil toneladas) e pelo limão (166 mil toneladas).

Os principais destinos são os países da União Europeia (58%), Reino Unido (15%), Estados Unidos (12%), Argentina e Canadá (3%, cada um).

Ainda segundo a associação, de 2017 a 2023 foram abertos cerca de 15 novos mercados para diferentes frutas, como limão, maçã, mamão, manga, abacate, melão e uva.

"Um desafio é apresentar algumas dessas frutas para o consumidor estrangeiro e para o importador, temos de ensinar sobre maturação e manuseio. Tem gente que fica até na dúvida de como faz para comer um mamão", diz Felipe Cunha, responsável pelas exportações da UGBP, empresa fundada no Espírito Santo e que também opera no Rio Grande do Norte.

As vendas brasileiras de mamão são um exemplo de aumento do interesse no exterior: cresceram de US$ 49,6 milhões em 2022 para US$ 53,1 milhões em 2023, sendo Portugal o principal destino da fruta.

Por outro lado, Cunha relata que os custos de frete aéreo —fundamental para o transporte de produtos que precisam ser consumidos rapidamente— chega a ser o dobro do patamar de antes da pandemia, o que dificulta a popularização da fruta.

"Além disso, ainda convivemos com velhos problemas internos, como dificuldade de escoamento, estradas sem manutenção, demora no deslocamento das cargas. Há um enorme interesse pelas frutas brasileiras lá fora, mas também precisamos fazer a nossa parte", diz.

Para a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que visitou o evento, o Brasil vive um momento crucial para ganhar mercado, dado o papel que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a exercer, segundo ela, na retomada das relações internacionais com grandes parceiros comerciais do Brasil, como China, Estados Unidos e Europa.

"Nosso estado contribui com mais de 263 mil toneladas de frutas para exportação, temos de avançar para abrir mercados. Queremos entrar na China e na Índia. Temos condições adequadas para a produção, mas precisamos cada vez mais de logística e de incentivos para avançar", afirma Bezerra.

"O nosso país e, em particular, a Amazônia são centros exportadores de sabores únicos, nossos frutos merecem ganhar o mundo", diz Daniela Meireles, executiva de vendas da paraense 100% Amazônia, que exporta para 50 destinos.

O Brasil é o maior produtor mundial de açaí e mais de 90% da produção é do Pará, que também é o seu principal mercado consumidor.

Em 2022, o estado exportou 8,158 mil toneladas de açaí, movimentando mais de US$ 26,5 milhões (R$ 133,8 milhões), segundo dados da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará) e do CIN (Centro Internacional de Negócios do Pará).

"O açaí é um sucesso de vendas lá fora, e também vejo um potencial enorme no cupuaçu e no buriti. Os brasileiros da região Norte estão mais familiarizados com eles e os que moram fora contribuem para a difusão do consumo no exterior", diz Meireles.

"Os brasileiros residentes no exterior acabam sendo esses embaixadores das nossas marcas e produtos. Tem muita coisa boa lá fora, mas a comida brasileira é preciosa, acaba sendo uma das coisas que mais sentimos saudade quando estamos em outro país", diz Maurício Duval Macedo, CEO da Fiera Milano Brasil.

As goiabas das produtoras Inês Sato, 62, e Marilda Kawasaki, 56, de Carlópolis (PR), são um exemplo disso, chegando até a Europa, o Canadá e o Oriente Médio.

"Nossa cidade é a capital nacional da goiaba de mesa, e a Inglaterra é o nosso principal destino hoje", conta Sato. "A cooperativa de agricultores familiares teve apoio do Sebrae e agora queremos levar a nossa cultura para mais países."

De acordo com a entidade que representa os exportadores de frutas, o país conta com mercados em processo de abertura, como o da uva para China e Coreia do Sul, avocado e limão para os Estados Unidos, maçã e melão para a Malásia e maçã para a Tailândia.

"O momento é estratégico para que o Brasil ganhe espaço no exterior. Somos o terceiro produtor mundial de frutas, porém somos apenas o 24º exportador. Exportamos só 3% das frutas que produzimos, mas podemos nos tornar um polo internacional", avalia Macedo, da Fiera Milano Brasil.
 

Destaque internacional

Marina Silva fala sobre os seus 49 anos de luta ambiental e reconhecimento internacional na Times

A Ministra do Meio Ambiente foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2024, pela Revista Time

18/04/2024 16h49

"Tudo isso começa quando eu ainda era muito jovem, com 17 anos. Agora tendo a oportunidade de fazer política pública, desde 2003 nessa luta de proteção dos biomas brasileiros, dos povos indígenas, do desenvolvimento sustentável", diz Marina Silva. Foto: Marcelo Victor

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A notável trajetória de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, alcança mais um marco significativo com sua inclusão na lista das 100 pessoas mais influentes de 2024, elaborada pela proeminente revista norte-americana Time. Nessa distinção, seu legado de quase cinco décadas dedicadas à defesa do meio ambiente e dos direitos socioambientais é enaltecido por Christiana Figueres, ex-secretária executiva de mudanças climáticas da ONU.

A Time destaca a "coragem e resistência inabalável" da ministra brasileira, ressaltando sua incansável batalha na reconstrução da capacidade do Brasil em conter o desmatamento ilegal na Amazônia. Este compromisso tem sido o epicentro de sua vida política e ativista, uma missão que agora ecoa em reconhecimento internacional.

Durante sua visita a Mato Grosso do Sul, Marina Silva compartilhou sua gratidão pelo reconhecimento, realçando que essa jornada é um esforço coletivo que se iniciou em sua juventude, ao lado de figuras inspiradoras como Chico Mendes, no Acre.

"É muito bom quando a gente vê o reconhecimento de um trabalho, que a gente sabe que não é individual, é sempre coletivo. Tudo isso começa quando eu ainda era muito jovem, com 17 anos, que comecei essa luta lá com o Chico Mendes no Acre. E agora, tendo a oportunidade de fazer política pública, desde 2003 nessa luta de proteção dos biomas brasileiros, dos povos indígenas, do desenvolvimento sustentável. Eu agradeço muito a Deus, a equipe do Ministério do Meio Ambiente, ao presidente Lula que me deu essa terceira oportunidade, porque esse é um desafio da humanidade. E é claro que você sempre vai ter pessoas que são tomadas simbolicamente, mas esse é um esforço coletivo. Algumas pessoas são apenas a pontinha do iceberg, o que está por baixo disso é mais de 40 anos de luta socioambiental, e é com essa luta que eu compartilho. Com esse reconhecimento, e com a determinação do presidente Lula, de desmatamento zero, de combate à desigualdade, de enfrentamento da mudança climática", destacou em exclusividade ao Correio do Estado.

Marina, que figura entre os líderes mais influentes na lista da Time, já havia sido mencionada na edição anterior da revista como uma das 100 maiores lideranças climáticas de 2023. Seu impacto transcende fronteiras, sendo reconhecida também pelo jornal britânico Financial Times como uma das "Mulheres do ano" no mesmo período.

Seu compromisso incansável com a causa ambiental e sua liderança inspiradora continuam a ecoar globalmente, reforçando a urgência e a importância da proteção do nosso planeta para as gerações presentes e futuras.

Marina Silva firma acordo para proteção do Pantanal em MS

Um termo de cooperação para a defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal foi assinado pelos governadores de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), e de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), junto à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva. O evento ocorreu na manhã desta terça-feira (18), no auditório do Bioparque Pantanal, em Campo Grande.

O objetivo do acordo é unificar as políticas de proteção, conservação, preservação e sustentabilidade do bioma Pantanal. Segundo Marina Silva, essa iniciativa é crucial, especialmente no contexto da elaboração do plano de prevenção e controle do desmatamento e queimadas na região. Ela ressaltou a importância da colaboração entre os governos federal e estaduais, destacando que desafios dessa magnitude não podem ser enfrentados de forma isolada por um único ente federativo.

Os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso uniram esforços para uniformizar e compatibilizar a legislação sobre o uso dos recursos naturais do Pantanal, elaborar um plano integrado de prevenção e resposta a incêndios florestais, promover a produção sustentável e fomentar o turismo na região. O documento assinado terá validade de cinco anos e será gerido por um grupo de trabalho integrado por representantes dos dois estados, em número paritário.

Além dos governadores, também estiveram presentes na assinatura do acordo os secretários de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, e de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, bem como os secretários de Justiça e Segurança Pública dos dois estados.

O evento ocorreu durante o Seminário sobre as Causas e Consequências do Desmatamento no Pantanal, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, por intermédio do Governo Federal.

O governador Eduardo Riedel enfatizou a importância da cooperação entre os estados, destacando que a união de esforços permitirá uma resposta mais rápida e eficaz no combate a incêndios. Ele ressaltou o alinhamento de satélites, videomonitoramento e inteligência entre os dois estados para a preservação do bioma Pantanal.

*Colaborou Naiara Camargo

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