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Mortes por Covid-19 interromperam 2.347 histórias em Mato Grosso do Sul

Deputado, ex-secretária, jornalista e socorrista do Samu foram algumas das vítimas do ano passado

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Em um ano atípico para todos, vítimas foram feitas por meio da contaminação por Covid-19. Em Mato Grosso do Sul, 2020 foi encerrado com 134.750 casos confirmados da doença, com mais 989 novos contaminados presentes no boletim epidemiológico de ontem, que contabilizou dados até as 19h do dia 31 de dezembro.

O documento também registrou mais 18 mortes pela Covid-19.

O primeiro óbito registrado por consequência da doença ocorreu em 31 de março do ano passado: dona Eleuzi Silva Nascimento, que tinha 64 anos e vivia no município de Batayporã.

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A senhora dona de um belo sorriso foi a primeira grave vítima do vírus mortal no Estado, e não foi a última: no total, foram 2.347 pessoas que partiram, deixando esposas, maridos, irmãos, filhos, pais, amigos e sonhos.

A redação do Correio do Estado homenageia algumas das vítimas fatais da Covid-19 e presta todo seu apoio e condolências às famílias.

ALGUMAS HISTÓRIAS

Foi defendendo causas sociais e os direitos das mulheres que a jornalista Leyde Alves Pedroso se destacou na sociedade. 

Aos 52 anos, ela foi mais uma das pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus, mas não teve a mesma sorte que muitos: seu caso foi grave e até uma campanha de doação de sangue foi organizada para ajudar, mas ela não resistiu às complicações da doença e faleceu no dia 29 de agosto de 2020.

A ex-secretária de Estado de Administração na gestão de André Puccinelli (MDB) Thie Higuchi Viegas, conhecida em Campo Grande como professora Thie, era exemplo de profissionalismo e competência. 

Usou todas as suas forças durante 54 dias na unidade de terapia intensiva (UTI) e nos deixou, aos 75 anos de idade, no dia 13 de setembro.

Gerci Alvez da Silva, de 57 anos, era motorista da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), tinha de ser ágil para salvar vidas e trabalhou bravamente na linha de frente do combate ao coronavírus em Campo Grande. 

Contaminado pela doença, ficou internado por semanas, mas não resistiu e faleceu no dia 9 de novembro.

O sorriso fácil era a marca registrada em todos as fotos tiradas de Claudinea Amorim Barbosa, que viveu para a educação. Diretora do Instituto de Educação e Cultura e O Quintal Metropolitano, sua presença era querida por todos ali. Conscientemente ou inconscientemente, ela marcou a vida de diversos alunos que ali passaram. 

Em 2020, Claudinea foi infectada com o vírus, mas a batalha não foi nada fácil e ela se tornou saudade para aqueles que a amavam no dia 18 de dezembro. 

Francisco Maia, mais conhecido como Chico Maia, sentiu na pele a dor da perda que o vírus pode causar: em menos de 24 horas, o ex-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) perdeu a dona Maria Giselda e o senhor José Maia Costa, seus pais. 

Figuras de exemplo para a família, eram reconhecidos pelo filho como sendo generosos, honestos, trabalhadores e sábios. Eles não resistiram às complicações ocasionadas pelo coronavírus e faleceram em 12 de dezembro.

Wanderley Guenka tinha 63 anos e era odontólogo. Exercia cargo comissionado no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos desde 2019, após quase três décadas dedicadas à saúde em Mato Grosso do Sul, especialmente a indígena. 

Muito querido por familiares e amigos, seus esforços na profissão foram reconhecidos. Dono de um semblante simpático, Wanderley enfrentou seu maior desafio na saúde em 2020, quando foi contaminado pela Covid-19. Ele se esforçou, como sempre fez, mas em 29 de dezembro foi vencido pela doença.

Seu nome era Dulce Botelho, mas atendia por tia Dolly, fundadora do Colégio Alexander Fleming. Dulce tinha 79 anos de pura experiência e sabedoria, e seu charme era o carisma. Vítima da pandemia, foi internada na unidade de terapia intensiva, não resistiu às complicações e faleceu no dia 30 de dezembro.

Reconhecido no meio profissional, não existia um jornalista de Campo Grande ou região que não tivesse escutado o nome de Guilherme Villalba Zurutuza Filho. 

Guilherme era um avô coruja. Acometido pela Covid-19, teve de lutar pela vida. Segundo a família relata, ele lutou como um guerreiro, mas não conseguiu sobreviver. Agora ele olha lá de cima por filhos e netos.

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Segurança

Agendamento online para passaportes está indisponível temporariamente

Polícia Federal detecta tentativa de invasão do ambiente de rede

18/04/2024 20h00

Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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A Polícia Federal (PF) informou, nesta quinta-feira (18), em Brasília, que está temporariamente indisponível o serviço de agendamento de emissão de passaportes pela internet. A decisão foi tomada após a instituição detectar, no início desta semana, tentativa de invasão ao ambiente de rede da PF.

O serviço de agendamento será retomado após a verificação de integridade dos sistemas, porém, ainda não há previsão de quando isso ocorrerá. A nota da PF diz que o governo trabalha para restabelecer o serviço online.

Para os atendimentos marcados previamente em uma unidade emissora do documento de viagem, a instituição garante que serão realizados normalmente na data e horário marcados, quando o solicitante deverá apresentar a documentação original necessária e o atendente público fará a conferência das informações cadastradas, além de coletar dados biométricos (impressões digitais e fotografia facial).

A Polícia Federal recomenda aos cidadãos que não tiverem viagem ao exterior programada para os próximos 30 dias que aguardem a normalização do serviço.

Os brasileiros que irão para o exterior nos próximos dias e, comprovadamente, necessitarem da emissão de passaporte comum podem enviar a documentação que prove a urgência para o e-mail da unidade da Polícia Federal mais próxima. Os contatos das superintendências estaduais da PF e das delegacias onde são emitidos passaportes estão disponíveis no link.

Agendamento regular
Habitualmente, quando o serviço virtual de agendamento para emissão de passaportes está operando, o cidadão interessado preenche o formulário eletrônico na internet, escolhe uma das datas e horários disponíveis e, por fim, marca o posto de atendimento da PF onde deseja ser atendido.

O cidadão não deve ir diretamente a uma delegacia da Polícia Federal sem fazer o agendamento prévio para passar pelos procedimentos de emissão do documento.

A entrega do passaporte ocorrerá na mesma unidade apontada no primeiro agendamento online do serviço e não poderá ser modificada.

Após o atendimento presencial, a retirada do documento poderá ser feita entre seis e dez dias úteis até 90 dias corridos. Depois desse prazo máximo, o documento será cancelado, com total prejuízo da taxa paga.

O custo comum para emissão de um passaporte é R$ 257,25. Se houver urgência, serão somados R$ 77,17, como taxa adicional de emergência, gerada durante o atendimento. Total: R$ 334,42

Contudo, se a remissão for de um passaporte ainda válido que tenha sido extraviado ou perdido, o valor cobrado na taxa comum dobra: R$ 514,50 ao todo para desembolso.

Briga interna

PCC vive maior racha em 20 anos, e Marcola tem poder testado pela 1ª vez

Advogado de rivais de líder da facção confirma desavença, mas nega surgimento de um novo grupo criminoso

18/04/2024 19h00

Marcelo Victor/ Correio do Estado

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A rebelião de três supostos integrantes do alto comando do PCC (Primeiro Comando da Capital) contra o chefe máximo do grupo marca uma das mais maiores crises vividas pela facção nos últimos 20 anos e testa pela primeira vez o poder de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Integrantes de órgãos de inteligência do governo paulista, delegados das polícias Civil e Federal e advogados ouvidos pela reportagem confirmaram a existência do racha entre membros da chamada "Sintonia Final" e apontam para mudanças que já começaram a ser percebidas em alguns pontos da capital.

As primeiras informações sobre o racha no PCC surgiram em fevereiro, quando os serviços de inteligência interceptaram uma mensagem atribuída a membros da ala mais radical da facção. Nela, Camacho estava sendo excluído do PCC e tinha a sua morte decretada por supostamente ter delatado colegas.

Marcola sempre negou ser chefe ou integrante do PCC, mas os investigadores afirmam o contrário. Procurada, a defesa de Marcola não quis comentar o assunto.

Na liderança dos rebelados está Roberto Soriano, o Tiriça, apontado pela polícia como um dos mais temidos integrantes da cúpula do PCC, seguido por Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, todos presos no sistema federal.
Dias depois, porém, um novo "salve", em resposta à primeira mensagem, foi interceptado pelos órgãos de inteligência. Nele, a cúpula do PCC trazia à tona a rebelião do trio, classificada como calúnia e traição, e dizia que a atitude havia custado a expulsão dos rebelados, além da decretação da morte de todos.

O motivo da discórdia teria sido uma conversa entre Marcola e um funcionário da Penitenciária Federal de Porto Velho, quando o primeiro passava por atendimento de médico, em julho de 2022. O preso teria dito que Soriano seria um psicopata e insinuado que agia contra agentes.

A conversa foi usada pelo Ministério Público contra Soriano, que acabou condenado a 31 anos pela morte de uma psicóloga da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), em 2017. Irritado com a situação, o preso condenado teria convencido os colegas de que Camacho cometera um erro imperdoável.

Na resposta interceptada, os criminosos afirmam que analisaram o teor da conversa e "fica claro que não existe nenhuma delação por parte do irmão [Marcola] e sim um papo reto de criminoso com a polícia".

"A Promotoria pegou esse áudio e criou um cenário falando o que bem entendia. Todos sabemos que promotores vão sempre criar um cenário favorável a eles", diz trecho da mensagem que informa que a gravação estava disponível a todos que quisessem acessá-la para tirar as próprias conclusões.

A rapidez da resposta gerou dúvidas nos órgãos de inteligência. Pensou-se, em um primeiro momento, tratar-se de um trabalho de contrainformação de membros PCC, com o intuito de tirar a atenção de um suposto plano de resgate em curso. A dúvida foi descartada com o decorrer dos dias.

Os serviços de inteligência apontam que apenas a segunda mensagem foi compartilhada pelos chamados "sintonias de rua", o que indica que os criminosos tomaram o lado de Marcola na guerra. Entre eles estariam as lideranças das principais favelas, como Paraisópolis e Heliópolis, redutos da facção.

Um sinal disso foi o fato de que pontos de venda de drogas que pertenciam ao grupo rebelado que foram tomadas e repassadas para criminosos ligados ao chefe do PCC. Em uma dessas biqueiras, na região do Sacomã, zona sul da capital, vizinhos das biqueiras afirmam que todos os gerentes ligados a Tiriça foram trocados.
Até mesmo um time de futebol ligado a esse criminoso teria sido desativado por conta do decreto.

No sistema prisional paulista, conforme funcionários ouvidos, até agora não houve nenhuma grande alteração. Os presos estariam em "compasso de espera", aguardando os desdobramentos fora do presídio.

Delegados da PF ouvidos pela Folha afirmam que Marcola, de fato, ainda possui um grande prestígio entre a massa carcerária e possui fortes aliados. Avaliam, porém, que essa guerra interna possa enfraquecer consideravelmente a liderança do criminoso, no poder há cerca de 20 anos.

Procurado pela reportagem, o advogado Rogério Santos, defensor de Roberto Soriano e Abel Pacheco de Andrade, confirmou a existência do racha. Ele afirma, entretanto, desconhecer os motivos que levaram ao rompimento e quem tomou tal decisão.
"Ele [Abel] apenas disse o seguinte: o Marcola foi afastado do PCC. Isso ele me disse, mas não me disse que tinha sido decretado, até porque eu sou advogado, eu não estou ali pra levar e trazer recado de preso", afirmou.

Ainda conforme Santos, embora tenha havido de fato um racha, os clientes negam peremptoriamente qualquer iniciativa ou conversa para criação de nova facção, o PCP (Primeiro Comando Puro), muito menos de eventual ligação desta com o CV (Comando Vermelho), inimigo do PCC.

O advogado afirma que tal notícia, sustentada até por promotores de Justiça, tem como o objetivo fomentar ainda mais a desavença entre os chefes da facção, o que pode colocar em risco até mesmo a vida dos familiares dos envolvidos.

Integrantes de órgão de inteligência ouvidos pela reportagem também descartam a possibilidade de união de membros do PCC e do CV, porque nenhum dos lados aceitaria eventuais traidores. Essas pessoas acreditam que são informações plantadas para tornar o racha do PCC em uma guerra sangrenta, o que ainda não começou.

A última grande disputa sangrenta entre chefes do Primeiro Comando ocorreu no final de 2002 quando Marcola entrou em rota de colisão com César Augusto Roriz da Silva, o Cesinha, e José Márcio Felício, o Geleião, os dois principais chefes até então. Os colegas ficaram do lado de Camacho na briga interna: Cesinha, Geleião e as mulheres de ambos foram sentenciados à morte pela facção e por anos o PCC tentou matá-los.

Cesinha foi assassinado, e Geleião morreu de Covid.

Na ocasião, a advogada Ana Maria Olivatto, 45, ex-mulher de Camacho, foi assassinada a tiros em Guarulhos. A principal suspeita de mando do crime era Aurinete Carlos Félix da Silva, a Netinha, mulher de Cesinha.

Segundo a polícia, foi esse episódio que colocou Marcola no topo de organização e que mudou os rumos da facção criminosa. O grupo colocou o caráter assistencial que tinha em segundo plano para se tornar uma espécie empresa voltada ao tráfico internacional de drogas. Caso Camacho seja destituído do comando, apontam os policiais, o PCC tende a mudar de perfil e se tornar um grupo muito mais violento.
 

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