Os mosquitos wolbitos, que são os Aedes aegypti com a bactéria, que inibe transmissão da dengue, zika e chikungunya, começaram a ser soltos nesta quinta-feira (10), em Campo Grande.
Também foi inaugurada a Biofábrica de Método Wolbachia, instalada na sede do Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen), que tem capacidade de produzir 1,5 milhão de mosquitos com Wolbachia por semana.
A região do Anhanduizinho foi a escolhida para a primeira etapa de liberação dos mosquitos, que serão soltos em todas as regiões da Capital.
Soltura simbólica foi realizada no Parque Ayrton Senna, pelo prefeito Marcos Trad (PSD), secretários municipal e estadual de Saúde, José Mauro Filho e Geraldo Resende, respectivamente, e representantes e técnicos de instituições parceiras.
“Nós sempre buscamos atacar a consequência e não a causa. Com esse projeto certamente vamos ter resultados significativos no enfrentamento das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que há décadas nós convivemos”, disse o prefeito.
Inicialmente, os mosquitos serão soltos no Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.
Na segunda etapa, que ocorrerá no próximo semestre, a liberação será nos bairros Centro Oeste, Vila Jacy, Jockey Clube, Moreninhas, Pioneiros, Parati, Alves Pereira, Piratininga, Taquarussu, Jardim América e Los Angeles.
As liberações em Campo Grande serão realizadas diariamente, durante 16 semanas, por equipes da prefeitura, com apoio das equipes doWorld Mosquito Program (WMP Brasil).
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que Campo Grande foi escolhida para receber o projeto por ter um histórico de combate aos casos de dengue, zika e chikungunya.
“Será um grande desafio, mas o município de Campo Grande sempre se mostrou atuante, mesmo enfrentando epidemias históricas de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como a dengue, por exemplo”, disse.
“Esse projeto vem somar aos esforços, sempre lembrando que é um método complementar. Portanto é preciso que todos continuem colaborando para evitar a proliferação do mosquito”, completou.
Prefeitura alerta que o método Wolbachia é complementar e a população deve continuar com ações de combate ao mosquito transmissor.
A ação é realizada a partir da introdução de uma bactéria comum em 60% das espécies de insetos, no mosquito do Aedes aegypti, esse procedimento impede que o vírus de doenças no organismo do mesmo se desenvolvam.
Com isso, se torna possível combater doenças como a chykungunya, dengue e zika causadas pelo mosquito.
Não há modificação genética nesse processo.
O método surgiu na Austrália pelo Word Mosquito Program (WMP), que visa combater doenças transmitidas por mosquitos.
A fundação Oswaldo Cruz foi quem implementou a iniciativa no Brasil, em parceria com governos locais e financiamento do Ministério da Saúde.
Atualmente Campo Grande (MS), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (MG) são as cidades que se encontram em processo de implantação do WMP.