Cidades

sob investigação

Motorista de Uber fica ferido e duas pessoas morrem no Carioca

Três veículos teriam perseguido as vítimas e foram feitos vários disparos

RODOLFO CÉSAR E MARIANE CHIANEZI

27/07/2017 - 16h08
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O duplo homicídio registrado em Campo Grande na tarde de hoje, por volta das 15h, foi de dois homens que moravam no Itamaracá e tinham ido ao Jardim Carioca. Uma das vítimas, Reynan Felipe Viana, de Oliveira, 22 anos, tem uma tia que mora em um residencial no bairro.

Reynan e o amigo dele, Maickon Alves Marques, 22 anos, tinham acabado de sair do residencial e pretendiam ir ao Ministério Público Estadual por conta de um homicídio que Maickon foi apontado como suspeito, conforme relatou a tia de Reynan.

Os dois entraram em um Uber e acabaram vítima de uma emboscada. O motorista do veículo, N.M.T, também foi atingido no rosto, ombro e costas.

O crime aconteceu na esquina das Ruas Silvio Aiala Silveira, também conhecida como Visanto, com Zacarias Mourão.

Testemunha relatou à reportagem do Portal Correio do Estado que estava em casa quando ouviu "vários disparos". Ao chegar no portão, viu o Pegeout 207 preto cheio de marcas de tiros. Os homens que morreram estavam no banco traseiro e foi atingidos principalmente no rosto.

O motorista do carro, que trabalha pela Uber, foi ferido e o Corpo de Bombeiros o encaminhou para a Santa Casa.

"Estava em casa quando ouvi um monte de tiro. Foram muitos, não deu para contar", contou a testemunha, que preferiu não se identificar por questão de segurança.

Um dos veículos que participou da perseguição era uma Hilux, conforme relatado por testemunha. Logo depois dos tiros, eles fugiram sentido bairro-Centro.

OUTRO CASO

No dia 23 de julho, Maickon Alves Marques, 22 anos, participou de homicídio ocorrido na Rua Caravelas, no Jardim Campo Alto. A polícia já investiga esse caso.

Junto com advogado, Maickon pretendia apresentar-se à Polícia Civil hoje. Como não foi levada a arma do crime, ele voltaria à tarde.

Depois de Maickon e Reynan passarem na 4ª Delegacia de Polícia, nas Moreninhas, foram para o Jardim Carioca. Conforme relato de testemunha, os dois comentaram na casa onde estavam que perceberam que uma caminhonete preta estaria perseguindo-os.

Quando os dois saíram no começo da tarde de hoje, acabaram executados com vários disparos. Os tiros começaram a ser disparados quando ambos entraram no veículo. O motorista do Uber tentou fugir e chegou a andar por 100 metros. Os atiradores o seguiram e continuaram atirando.

*Colaborou Paulo Ribas.

*Editada às 17h30 para acréscimo de informações.

Cidades

CNJ determina nova certidão de óbito para mortos pela ditadura

Documento pode ser pedido por famílias de 434 pessoas

10/12/2024 21h00

CNJ determina nova certidão de óbito para mortos pela ditadura

CNJ determina nova certidão de óbito para mortos pela ditadura RAFA NEDDERMEYER/AGÊNCIA BRASIL

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Parentes de pessoas mortas pela ditadura cívico-militar (1964-1985) no Brasil poderão pedir nova versão da certidão de óbito nos cartórios de registro civil.

No novo documento deverá constar como causa mortis a seguinte informação: “morte não natural, violenta, causada pelo Estado a desaparecido no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política no regime ditatorial instaurado em 1964.”

A determinação é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem, entre outras atribuições, a de regrar e fiscalizar o funcionamento dos cartórios que prestam serviço delegado pelo poder público. O ato normativo foi aprovado por todos os conselheiros do CNJ reunidos nesta terça-feira (10), data em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 76 anos.

Para o presidente do CNJ e também presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, a medida “é um acerto de contas legítimo com o passado.” Segundo Barroso, “um período muito triste” e iniciado com um golpe de Estado.

“As pessoas questionam o termo golpe, mas este é o nome que, em ciência política e na teoria constitucional, se dá à destituição do presidente da República por um mecanismo que não esteja previsto da Constituição”, explicou Barroso.

Sem pedido de desculpas

O ministro aponta o caráter simbólico da decisão: “embora nunca tenha havido um pedido formal de desculpas, estamos tomando as providências possíveis para a reparação moral dessas pessoas.”

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, concorda com Barroso e diz: “esta é mais uma retomada pela dignidade daqueles que tiveram seus direitos negados, aviltados e forçosamente roubados.” Para Macaé, todos têm direito à verdade, e as instituições democráticas precisam ser sistematicamente defendidas.

O reconhecimento da morte causada pelo Estado em época da ditadura foi proposto ao CNJ pela pasta chefiada por Macaé Evaristo.

Têm direito a pedir uma nova versão da certidão de óbito familiares de 434 pessoas tidas como mortas ou desaparecidas, conforme o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV).

A CNV foi instituída no governo da presidenta Dilma Roussef e funcionou entre 18 de novembro de 2011 e 16 de dezembro de 2014. A comissão era formada por um colegiado de sete pessoas com a atribuição de investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.

Apesar do reconhecimento das mais de quatro centenas de mortes durante a ditadura cívico-militar, a CNV não avançou na identificação dos assassinatos dos indígenas. Entidades de direitos humanos estimam que podem ter ocorrido mais de 8 mil assassinatos nessa população.

SPC E SERASA

Tribunal de Justiça valida notificação de nome negativado por meio eletrônico

Notificação é parte obrigatória antes da inclusão do nome de uma pessoa em órgãos como SPC e Serasa e era feita por correspondência

10/12/2024 19h10

Notificação de negativação do nome poderá ser feita de forma eletrônica

Notificação de negativação do nome poderá ser feita de forma eletrônica Foto: Divulgação

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) validou a notificação por meio eletrônico sobre o registro de consumidores em cadastros de inadimplentes, desde que haja comprovação do envio e recebimento da comunicação.

A notificação no cadastro de inadimplentes é uma etapa obrigatória antes de incluir o nome de uma pessoa ou empresa em um cadastro de proteção ao crédito, como o SPC, Serasa ou outros bancos de dados similares.

O objetivo é garantir que o devedor seja informado previamente e tenha a oportunidade de regularizar a situação antes que seu nome seja negativado.

Até então, o entendimento era de que a notificação dependia do envio de correspondência ao endereço do devedor, sendo anuladas as negativações avisadas por meios como e-mail, WhatsApp ou SMS.

No Código de Defesa do Consumidor, no artigo 43, consta apenas que a notificação deve ser feita por escrito, sem especificar o meio.

A decisão que valida as as notificações feitas por meios eletrônicos foi tomada pela Seção Especial Cível, durante o primeiro Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) sobre o tema no Brasil.

Conforme o TJMS, a validação impacta cerca de três mil processos que estavam paralisados à espera de julgamento.

Isto porquê um grande número de pessoas buscam o Judiciário para contestar notificações feitas eletronicamente

Fundamentos

A decisão foi fundamentada com base em precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e na Súmula 404, que dispensa o aviso de recebimento na comunicação ao consumidor sobre negativação.

Segundo o relator do processo, desembargador Ary Raghiant Neto, a notificação eletrônica é uma ferramenta apropriada que se alinha aos princípios do Código de Defesa do Consumidor (CDC), "promovendo eficiência e proteção ao meio ambiente".

Ainda segundo o desembargador, a integração dos consumidores ao meio digital deve ser reconhecida, e que a adoção de meios eletrônicos não compromete os direitos dos consumidores, mas sim os atualiza em consonância com as novas tecnologias.

Especialistas também vêem a decisão como um avanço importante, pois a possibilidade de notificação por meios eletrônicos representa uma adequação das normas consumeristas às realidades tecnológicas atuais, sem desproteger o consumidor.

A decisão ainda pode ser rediscutida em recurso ao STJ, onde a discussão sobre a validade da notificação eletrônica já vem sendo debatida.

Recentemente, a 3ª Turma do STJ alterou seu entendimento sobre o assunto, acompanhando a tendência de aceitação das notificações eletrônicas, e julgou que a notificação pode ser feita por meios eletrônicos, desde que sejam comprovados o envio e entrega da mensagem.

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