Cidades

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MPT pede cumprimento de multa de R$ 100 mil para sindicatos em MS

A Justiça determinou o valor punitivo porque os sindicatos insistem em impor exigências ilegais, como filiação obrigatória, taxas indevidas e impedimentos ao trabalho, mesmo depois de terem sido proibidos

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A multa de R$ 100 mil foi estabelecida pela 3ª Vara do Trabalho de Campo Grande,  devido às entidades imporem filiação obrigatória, persistirem em cobrar taxas indevidas e até impedirem profissionais de exercer a função.

O Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS) cobrou na Justiça a execução da multa imposta a sindicatos pelo descumprimento de decisão que proíbe, entre outras exigências, a filiação obrigatória dos trabalhadores.

Entre as medidas consideradas ilegais, além da exigência de filiação, os sindicatos também forneciam documentos criados por cada entidade, alegando que eram obrigatórios.

Devido a essas práticas, o MPT ingressou com uma ação judicial para que os sindicatos parassem com os abusos.

Como os sindicatos continuaram impondo exigências previstas em convenções coletivas, o Ministério Público do Trabalho pediu que fossem multados em R$ 100 mil, além do bloqueio de contas bancárias e bens como garantia do pagamento da penalidade.

Entre os sindicatos citados estão:

  • Sindicato dos Proprietários e Salões de Barbeiros,
  • Cabeleireiros e Instituto de Beleza para Senhoras e Similares (Sindiprocab-MS),
  • Sindicato dos Empregados em Turismo e Hospitalidade (Sieturh-MS).

Além disso, caso continuem desrespeitando a decisão, as entidades poderão ser multadas em R$ 1 mil por cada trabalhador prejudicado.

A Justiça entendeu que os referidos sindicatos não podem impedir os profissionais de acessar o mercado de trabalho nem cobrar para prestar auxílio àqueles que não são filiados.

Entenda


O MPT-MS entrou com um processo coletivo contra os sindicatos, e a Justiça do Trabalho determinou a suspensão das exigências ilegais, acolhendo o pedido.

A 3ª Vara do Trabalho de Campo Grande decidiu, no ano passado, que os sindicatos deveriam cessar as práticas abusivas.

A confirmação da decisão veio do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, que manteve a sentença em sua integralidade.

A decisão transitou em julgado - isto é, tornou-se definitiva e sem possibilidade de recurso - no dia 11 de setembro de 2024.

Cinco meses após a decisão, os sindicatos não a acataram. Em novas convenções coletivas de trabalho (CCT), vigentes de 1º de setembro de 2024 a 31 de agosto de 2025, as práticas proibidas continuaram.

Ignorando a ordem judicial, os sindicatos persistiram com as cobranças já proibidas pela Justiça.

O procurador do Trabalho Hiran Sebastião Meneghelli Filho explicou que a conduta dos sindicatos restringe o livre exercício da profissão e a liberdade de associação e filiação dos profissionais da categoria.

Meneghelli Filho é autor da petição que solicita o pagamento da multa de R$ 100 mil, penalidade fixada pela 3ª Vara do Trabalho, aplicada caso os sindicatos retomassem as exigências ilegais — o que de fato ocorreu.

Como os sindicatos não pagaram a multa nem ofereceram garantias após serem notificados, o Ministério Público do Trabalho solicitou à Justiça o bloqueio de contas bancárias e investimentos das entidades.

Também foi pedido que sejam realizadas penhoras de veículos e imóveis, até que a multa seja quitada conforme determinado pela Justiça.


As entidades sindicais também foram condenadas por:

  • Exigir uma declaração de habilitação profissional (ou documento similar), não prevista em lei, para aceitar ou formalizar contratos de parceria.
  • Obrigar os profissionais a se cadastrar, se associar ou se filiar ao sindicato para que seus contratos fossem reconhecidos.
  • Cobrar qualquer tipo de taxa ou valor para formalizar contratos de parceria — mesmo que o profissional não fosse associado ao sindicato.
  • A sentença determinou que os valores das multas sejam revertidos para instituições públicas ou privadas definidas pelo MPT em conjunto com a Justiça do Trabalho, ou ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Fundamentos jurídicos


Em sua decisão de 1ª instância, a juíza do Trabalho Mara Cleusa Ferreira Jeronymo sustentou que as obrigações impostas pelos sindicatos não encontram respaldo na legislação.

“Não há, entre as prerrogativas atribuídas aos sindicatos, a possibilidade de atestarem a habilidade profissional dos empregados por eles representados, conforme se infere do artigo 513 da Consolidação das Leis do Trabalho. Até seria admissível tal situação se o sindicato, seja da categoria econômica ou profissional, exercesse um de seus deveres previstos no artigo 514 da CLT, que consiste na fundação e manutenção de escolas pré-vocacionais, o que não se verifica no caso analisado”, diz a magistrada em trecho da sentença.

Quanto à cobrança de taxa para homologação dos contratos de parceria, a juíza destacou:

“A Lei 12.592/2012, em seu artigo 1º-A, § 9º, ao prever que os profissionais-parceiros, mesmo que inscritos como pessoa jurídica, serão assistidos pelo sindicato da categoria profissional, não estabelece qualquer contrapartida pecuniária por parte desses profissionais. Fica claro, assim, que a assistência deve ser gratuita e livre, sem exigência de filiação ao sindicato nem pagamento de taxas ou tarifas para custear o trabalho do sindicato”, afirmou Mara Jeronymo.

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OPERAÇÃO

Justiça toma duas fazendas de contrabandistas de cigarros em MS

Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em quatro municípios sul-mato-grossenses e em outros dois do Paraná, com bloqueio de bens de R$ 30 milhões

12/06/2025 09h45

Veículos, embarcações e armas de fogo também foram apreendidos na ação

Veículos, embarcações e armas de fogo também foram apreendidos na ação Foto: Divulgação/PF

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Terras Frágeis, na manhã desta quinta-feira (12), da qual apreendeu fazendas e bens de organização criminosa suspeita de atuar em quatro municípios de Mato Grosso do Sul em tráfico de drogas e contrabando de cigarros.

Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Itaquiraí, Iguatemi, Coronel Sapucaia, Palotina, Douradina (PR) e Icaraíma (PR), seguindo autorização da Justiça Federal da 3ª Região.

Ao todo, houve bloqueio de bens da organização criminosa que ultrapassa a casa dos R$ 30 milhões, além de duas fazendas localizadas em Iguatemi e Coronel Sapucaia, distantes a cerca de 400 km de Campo Grande.

Suspeita-se que ambas as terras rurais foram adquiridas com dinheiro oriundo do contrabando de cigarros e outras atividades criminosas. Também foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos, veículos, embarcações, armas de fogo, gado e outros bens.

Pelo porte ilegal de arma, dois indivíduos foram presos em flagrante e também devem responder pelos crimes citados acima.

Cigarros, contrabando & MS

Em Mato Grosso do Sul, a comercialização de cigarros contrabandeados do Paraguai é muito mais comum que no restante do Brasil, por conta da fronteira com o país vizinho.

Esse cenário faz com que, de 10 maços vendidos no Estado, 7 sejam de marcas ilegais, o que resulta em uma perda bilionária aos cofres do governo do Estado, que não recolhe o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) desses produtos.

Estimativa feita pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), com base nos dados do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), mostra que, nos últimos seis anos, R$ 2,7 bilhões deixaram de ser arrecadados em Mato Grosso do Sul em razão da venda ilegal de cigarros contrabandeados.

Só no ano passado, ainda de acordo com o FNCP, foram R$ 150 milhões perdidos em imposto que poderia ter sido cobrado.

Esse valor é alto porque o ICMS cobrado em Mato Grosso do Sul sobre o cigarro legal é de 30%. Essa política de impostos altos incidentes sobre esse tipo de produto é uma prática comum no País inteiro, como uma forma de desestimular que a população faça uso de um produto que comprovadamente faz mal à saúde.

Pelos dados do Ipec, no ano passado, 72% dos cigarros comercializados em todo o Estado tinham origem ilegal, porcentual que representa mais que o dobro do valor nacional, que foi de 32% em 2024.

Apesar de o valor ser alto, ele representa uma pequena queda em relação a 2023, quando esse mercado representava 74% das vendas de cigarro no Estado. E esse porcentual já chegou a ser de 85%, em 2019.

Matéria publicada em fevereiro deste ano pelo Correio do Estado mostrou que, de acordo com números da Polícia Federal, no ano passado, a corporação apreendeu R$ 87.771.190 em cigarros contrabandeados em Mato Grosso do Sul.

*Colaborou Daiany Albuquerque

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"Não vem mais"

Show da banda Natiruts no dia dos namorados é cancelado em Campo Grande

Apresentação marcada para acontecer no Shopping Bosque dos Ipês às vésperas de feriado, foi cancelada cerca de 12 horas antes do início

12/06/2025 09h36

Turnê de despedida da banda Natiruts teria show em Campo Grande e foi cancelada

Turnê de despedida da banda Natiruts teria show em Campo Grande e foi cancelada "por motivos técnicos" Divulgação

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Show que faz parte da turnê de despedida "leve com você" da Banda Natiruts, a apresentação marcada para esta quinta-feira (12) de Dia dos Namorados e véspera de feriado no Bosque Expo em Campo Grande está oficialmente cancelada. 

Por meio de nota, o Shopping Bosque dos Ipês e as páginas do Bosque Expo e página para divulgar o show da Natiruts em Campo Grande informaram que o evento está oficialmente cancelado. 

Além disso, foi esclarecido para aqueles apaixonados que compraram ingresso para o show que será possível solicitar o reembolso, que será feito da mesma forma que a compra do ingresso, tanto online como para quem adquiriu direto no ponto de venda. 

Para quem fez a compra online, é necessário acessar o site meubilhete.com.br e pedir o estorno de forma automática, enquanto quem comprou diretamente precisa estar com ingresso em mãos no mesmo ponto de venda e há o prazo de até 72 horas para recuperar o valor. 

Sem maiores justificativas, foi apenas apontado pelas partes responsáveis que o cancelamento está se dando "por motivos técnicos", cancelado cerca de 12 horas antes do início. 

Turnê de despedida

Referências do reggae brasileiro, a banda Natiruts anunciou oficialmente sua despedida dos palcos e Campo Grande estaria entre as cidades escolhidas para a turnê final já nesta quinta-feira. 

Com quase três décadas de carreira, a banda brasiliense já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, entre outros pontos apresentando seus últimos shows. 

Em Campo Grande, os portões estavam previstos para abrirem à partir de 20h, com o show se estendendo de 22h até às quatro horas da manhã do feriado de Santo Antônio na Cidade Morena. 

Formada em 1996, a banda ganhou notoriedade nacional com a proposta de fazer um reggae genuinamente brasileiro, misturando influências jamaicanas com sonoridades locais e letras que falam de espiritualidade, amor, natureza e consciência social. 

O álbum de estreia, Nativus (1997), trouxe o primeiro sucesso da banda, "Liberdade pra Dentro da Cabeça". Ao longo dos anos, o grupo consolidou uma carreira sólida, com turnês pelo Brasil e pelo mundo.

Importante lembrar que Campo Grande já recebeu o Natiruts em diversas oportunidades ao longo da carreira do grupo, com apresentações em festivais, casas de shows e eventos culturais. 

 

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