Mato Grosso do Sul produziu 28 milhões e 72 mil dúzias de ovos, em 2008, segundo o IBGE, correspondendo a mais de 336 milhões de unidades, ficando na 13ª posição no País. Mas registrou um crescimento de 2,5% em relação a 2007. O primeiro Estado é São Paulo, com 723,893 milhões de dúzias. Se em SP (e no Brasil) a cidade de Bastos é a “capital do ovo”, em Mato Grosso do Sul esse título cabe a Terenos, onde fica a colônia Jamic, formada por imigrantes japoneses e seus descendentes. A avicultura de postura é hoje uma das suas principais atividades econômicas, baseada em investimentos em tecnologia e melhoramento genético do plantel de aves. Quatro empresas produtoras de ovos estão instaladas naquele município, vizinho de Campo Grande, e juntas elas produzem em média 20 milhões de ovos por mês para abastecer Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. A Cooperativa Mista Vista Alegre (Camva) centraliza a produção e comercialização dos ovos da Jamic e de outros avicultores integrados, uma produção estimada em 540 mil ovos/dia. Seriam mais de 800 mil galinhas em produção. Em nível estadual, na região sul funcionam várias granjas comerciais de pequeno e médio portes em Dourados, Maracaju (entre 43 a 45 mil aves), Ivinhema, Naviraí, Eldorado e Ponta Porã que abastecem várias cidades. As aviculturas de tamanho menor, com menos de dez mil aves, não entraram nas estatísticas do IBGE. Em São Gabriel do Oeste também funciona uma avicultura com aproximadamente 80 mil aves. Em Dourados, a avicultura local está no mercado há mais de 25 anos e hoje mantém alojadas 36 mil poedeiras. Mas o mercado consumidor está em baixa, segundo os seus diretores Fabiano Gamba e Paulo César Matoso, tanto que o número de aves alojadas já chegou a 70 mil. Eles reclamam que, no varejo o ovo poderia ser mais barato. Em Dourados, varia de R$ 2,50 a R$ 2,80 a dúzia, dependendo da marca. Os empresários citaram que é forte a concorrência de ovos clandestinos, trazidos para o Estado nos caminhões de hortifrutigranjeiros vindos principalmente da Ceasa em São Paulo, representando em torno de 30% da produção estadual. Do Paraná também entram ovos no sul do Estado. Cor do ovo Gamba desmistificou a cor do ovo. Segundo ele, o sul-mato- grossense tem uma predileção pelo vermelho, que lembra o produto caipira e seria mais forte. Mas as suas qualidades nutricionais são idênticas às do ovo branco. A galinha vermelha é mais cara, come mais ração e é mais suscetível a doença, morrendo com mais facilidade, segundo o sócio da Avicultura Baby Cock. Mesmo assim é feito o investimento neste tipo de ave para atender os consumidores. As poedeiras em geral consomem 120 gramas/dia de ração e precisam de 17 horas/ dia de luz para ficarem ativas. As poedeiras são compradas com um dia e começam a botar após 22 semanas, perto de cinco meses. A produção em nível comercial de ovos dura de 76 a 80 semanas. Depois são descartadas para indústrias. Os ovos têm cinco classificações, desde o industrial (para fabricação em pó) até o jumbo, o de maior tamanho. Divisão Os dados nacionais do IBGE de 2008 indicaram que mais da metade da produção brasileira de ovos está concentrada no Sudeste. São Paulo e Minas Gerais detêm 31,7% e 13,2% da produção.