Mato Grosso do Sul é o segundo estado do país a criar um sistema próprio para rastreamento e monitoramento de casos da Covid-19.
O Programa Rastrear foi desenvolvido por meio de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).
Conforme explica a enfermeira Lívia Melo, gerente de ações da doença na área de vigilância, é preciso entender que cada pessoa positiva para o vírus pode transmitir para pelo menos uma outra, e a proposta do Programa é conseguir identificar esses possíveis transmissores.
As equipes que realizam os testes Swab da doença (com cotonete) entram contato com os casos confirmados ou suspeitos, que estejam com exames marcados, questionando sobre sua rede de convivência e as pessoas com quem se teve contato nas 48h antes do primeirio sintoma.
A partir disto, essas equipes passarão a ligar diariamente para estas pessoas, fazendo o monitoramento por 10 dias caso algum sintoma apareça, já que houve uma exposição ao vírus.
“Essa estratégia tem como objetivo único quebrar a cadeia de transmissão.", destacou Lívia.
Em relação à taxa de contágio, a Secretária Adjunta Christine Maymone reforçou os dados de comparação entre Brasil e Mato Grosso do Sul. Enquanto o país está com média de 0,99 de contágio, o Estado é um dos únicos que ainda permanece acima de 1, ou seja, deixando o vírus num alto nível de transmissibilidade.
A Secretária Adjunta ainda frisou a ocupação de leitos hospitalares, “É preciso lembrar que os pacientes de leitos clínicos podem vir a precisar dos leitos de UTI, por um agravamento da doença, o que aumenta nossa taxa. E nós temos mantido uma média de internação alta.".
Boletim epidemiológico
De acordo com a atualização do boletim divulgado pela SES, neste domingo (27), nas últimas 24 horas Mato Grosso Do Sul confirmou mais 258 casos da doença e 13 mortes.
Ao todo, o Estado já registra 1.263 óbitos pela doença, com alta na taxa de letalidade, 1.8, e fecha a semana com 68.092 confirmados. Desses, 59,998 já estão recuperados e 6.357 continuam como casos ativos.
Segundo os dados, MS tem 474 pacientes internados, e a macrorregião de Campo Grande ainda lidera com 76% de ocupação dos leitos SUS e é seguida por Corumbá, Dourados e Três Lagoas, com apenas 30%.
A Secretária Adj. ainda lembrou que este número, aparentemente, baixo se deve ao fato de cidades próximas a Três Lagoas, como Aparecida do Taboado e Paranaíba, também terem leitos disponíveis.
Em relação às infecções, as cinco cidades com índices mais preocupantes são: Campo Grande (29.974), Dourados (7.142), Corumbá (4.011), Três Lagoas (2.057) e Sidrolândia (2.002).