Duas mulheres, uma de 28 anos e outra de 30, foram presas na manhã desta quarta-feira (5) após torturarem uma adolescente de 13 anos e um menino de 7 anos de idade. O crime aconteceu no município de Coxim - localizado a 255km de Campo Grande.
As suspeitas mantêm um relacionamento e possuíam a guarda da adolescente e da criança - filho de uma delas. No dia 18 de janeiro, a 1ª Delegacia de Coxim recebeu a denúncia de que a adolescente teria fugido da residência da mãe e da madrasta, e foi até a casa do pai, onde relatou que ela e o irmão estavam em cárcere privado, sofrendo diversos atos de maus-tratos e violência psicológica.
Ao ouvir, o pai levou a adolescente às pressas para a Unidade Policial, desta forma também conseguiu pegar o filho com as suspeitas.
Ambas as vítimas passaram por escuta especializada e exames de corpo de delito, onde foram identificados por meio de ilustração, um cenário de horror, com rotina diária de agressões físicas e humilhações.
Com isso, a Autoridade Policial prendeu as duas mulheres preventivamente, além de procedimento de busca e apreensão na residência.
Destaca-se a necessidade de que os casos de suspeita de maus-tratos sejam denunciados, o que pode ser feito, inclusive de forma anônima pelo Disque 100, 190, da Polícia Militar, 32911338 (Delegacia de Atendimento à Mulher de Coxim) e 32911463 (1ª Delegacia de Coxim).
Principais vítimas em MS
As crianças e adolescentes são as principais vítimas de violência em Mato Grosso do Sul em 2025. Apenas entre o dia primeiro e o dia 19 de janeiro deste ano, data mais recente da amostragem, foram registradas 218 denúncias de violência e um total de 1.367 violações contra o grupo vulnerável.
Os dados são do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. Ainda conforme o levantamento, os menores de 18 anos fazem parte do grupo vulnerável que mais recebeu denúncias no Estado.
Entre os dias primeiro e 18 de janeiro de 2025 o painel também registrou 37 denúncias de violência contra a mulher; 144 de violência contra pessoas idosas; 89 notificações de violência contra pessoas com deficiência; 68 de violência contra cidadão, família ou comunidade; 5 contra pessoas em restrição de liberdade; 19 de violência contra população LGBTQIA+; e 4 de violência contra pessoas em situação de rua.
O painel também aponta que, entre todas as 3.622 violações gerais registradas este ano, 2.207 (60,8%) aconteceram na casa onde residem o suspeito e a vítima; 915 (25,2%) foram na casa da vítima e 106 (2,93%) na casa do suspeito.
Se comparado com 2024, o cenário se mantem. Do dia 1º do ano passado até 31 de dezembro, o levantamento registrou um total de 4.709 denúncias de violência contra crianças e adolescentes em Mato Grosso do Sul. Ao todo, o grupo vulnerável foi vítima de 27.604 violações em 2024.
Disque 100
No cenário nacional, o Disque Direitos Humanos e da Cidadania, conhecido como Disque 100, registrou um total de 657,2 mil denúncias em 2024 em todo o país.
O número representa um aumento de 22,6% em relação a 2023, quando foram registradas 536,1 mil ocorrências. O número de violações também aumentou, passando de 3,4 milhões, em 2023, para 4,3 milhões, no país em 2024.
Em Campo Grande, o plantão da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) é realizado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), no Centro Especializado de Polícia Integrada (Cepol).
No local, há uma sala especial para depoimentos e registro das ocorrências à disposição das vítimas. Registros de ocorrência e depoimentos podem ser realizadas a qualquer momento no local.
Se optar por fazer a distância, as denúncias de violência contra crianças e adolescentes também ser feitas pelo Disque 100, de maneira anônima e 24 horas por dia, todos os dias da semana. A ligação é gratuita. Há também a opção de realizar denúncias por WhatsApp (61) 99611-0100 ou pelo aplicativo “Direitos Humanos Brasil”.
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