Cidades

INSPEÇÃO NO TJMS

Não somos donos do poder, mas inquilino dele, diz corregedor do CNJ sobre inspeção no Judiciário

Ministro Humberto Martins está em Campo Grande e vai atender população no TJMS

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O ministro Humberto Martins corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e equipes já estão em Campo Grande para dar o start nas inspeções do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). A inspeção no Estado é o cumprimento do calendário de inspeções ordinárias pelos tribunais do país, anunciada pelo ministro no início de sua gestão à frente da Corregedoria do CNJ. Os trabalhos segundo o próprio ministro é verificar dados- principalmente na parte de informática de todas as pastas. A última verificação do CNJ no estado ocorreu em abril do ano passado. 

O corregedor usou o plenário na manhã desta segunda-feira (21) para explicar o motivo da fiscalização e apresentou a equipe. Em seu discurso, o corregedor frisou a ética, religião e o judiciário brasileiro como uma família e destacou que nenhum juiz é dono do poder. "O juiz deve ter prudência, humildade e sabedoria, as mesmas de um verdadeiro cristão. O corregedor não só fiscaliza, planeja, executa e trabalha junto com as instituições, não somos donos do poder, mas inquilinos dele, quem manda é a sociedade”, disse. 

Serão inspecionados cinco dos 35 gabinetes do tribunal, além da presidência e vice presidência, Fórum entre outras atividades. Os trabalhos foram delegados ao juiz federal Márcio Luiz Coelho de Freitas, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região; Luiz Daniel Cárnio Costa, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; ao juiz Alexandre Chini Neto, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro; e ao juiz Jorsenildo Dourado do Nascimento, do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas; além de servidores designados pelo CNJ e STJ.

Mas o assunto de desvio na função de juiz já é bastante comentada no Estado. Isso porque na semana passada, o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, titular da 5ª Vara de Família e Sucessões da Capital, foi alvo de operação e atualmente está afastado após investigações sobre seu possível envolvimento no esquema de comercialização de decisões judiciais, popularmente conhecido como venda de sentenças. Em um dos casos investigados, pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o juiz é investigado por propina de R$ 250 mil para a autorização judicial em venda de um imóvel inventariado em processo. Segundo o Tribunal de Justiça, o juiz é o único afastado por processo na justiça e a vara em que atuava continua funcionando normalmente na autoria de outro juiz. 

Falando indiretamente do assunto, Martins disse que o processo de inspeção foi criado para corrigir e ajudar e nunca para punir. “Se disserem que o CNJ veio para alguns problemas, problemas sempre existiram, existe e existirá, nós estamos em busca da melhor prestação jurisdicional para a população, sempre atuaremos em conjunto. Não somos complacentes com qualquer desvio de função, a decisão é com ética e cumprimento da constituição ”, destacou.

O Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Mansour Elias Karmouche, esteve na solenidade de abertura e destacou que fará reunião com o ministro do CNJ para tratar de pontos  dificultosos que o Estado enfrenta atualmente em relação ao judiciário. “Sobre o preenchimento das vagas de juízes, a convocação dos aprovados, nós temos um déficit de quase 50 juízes, o concurso foi aberto mas não foi especificado para quantos, nós entendemos que um número pequeno não atende toda a demanda, e com isso nós temos uma infinidade de problemas, o não atendimento, acúmulos de processos, no interior também, várias comarcas sem juízes, processo que se arrastam há anos sem solução, tudo isso vai ser demonstrado e levado para ele para que tome providências”, finalizou. 

SERVIÇO
Às 14h o Ministro Humberto Martins, vai atender o público, por ordem de chegada, para ouvir o cidadão que queira fazer reclamações, solicitar informações ou sugerir melhorias para o serviço jurisdicional diretamente ao corregedor. Os atendimentos serão realizados no gabinete do CNJ instalado ao lado do Salão Pantanal, no prédio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul na Avenida Mato Grosso - Bloco 13- no Parque dos Poderes. 

SOBRE O CNJ
A Corregedoria Nacional tem a atribuição de realizar inspeções em todos os tribunais do país para apurar fatos relacionados ao funcionamento dos serviços judiciais e auxiliares, além de zelar pelo aprimoramento dos serviços judiciários, fiscalizando as diversas unidades do Poder Judiciário e os serviços por ele fiscalizados. 

Humberto Martins e equipe já os tribunais de Justiça de Sergipe, Piauí, Amapá, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Alagoas, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, Pará, Roraima, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amazonas e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) e da 4ª Região (TRF4).

A inspeção de 2019 foi instaurada por meio da Portaria nº 30, da Corregedoria Nacional de Justiça, publicada no Diário da Justiça de 6 de setembro de 2019. Até o final de junho de 2020, todos os tribunais brasileiros serão inspecionados pela corregedoria nacional.

 

Mato Grosso do Sul

MPT quer desapropriar fazenda que usava trabalho escravo e destinar à reforma agrária

A Fazenda Carandazal já havia sido autuada em 2015 pelas mesmas irregularidades trabalhistas deste ano

25/03/2025 18h29

Fazenda é flagrada com trabalhadores em situação análoga à escravidão

Fazenda é flagrada com trabalhadores em situação análoga à escravidão Policia do MPU

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Ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Mato Grosso do Sul requereu, na Justiça, a desapropriação da Fazenda Carandazal, em Corumbá, além do pagamento de R$ 25 milhões a um dos proprietários, como punição à conduta de um dos proprietários. A ação contra a propriedade tramita na Vara do Trabalho de Corumbá. 

Os autos da ação narram várias evidências que apontam para uma sucessão de vítimas de trabalhos análogos à escravidão na propriedade de Moacir Duim Júnior e de sua esposa, Cristiane Kanda Abe.

Em fevereiro deste ano, foram resgatados quatro trabalhadores na fazenda em condições análogas à escravidão, vindos de um longo histórico de exploração de mão de obra. 

Um dos proprietários é reincidente na prática de violação de direitos dos trabalhadores, o que leva a expropriação da fazenda a ser uma punição justa a essa conduta, segundo o MPT.

A Carandazal deverá ser destinada à reforma agrária e a indenização monetária por danos morais será revertida a instituições e projetos de interesses sociais, caso os pedidos dos MPT sejam acolhidos pela Justiça. 

O procurador do trabalho Paulo Douglas Moraes defende que a ação do MPT busca reverter as punições em benfeitorias para a sociedade. “A ação na vara do MPT visa atingir vários objetivos: o de punir a conduta da redução de trabalhadores ao trabalho análogo ao escravo, mas vai além. Busca ressarcir a própria sociedade com dano moral coletivo, para que possamos reverter para a sociedade os valores que compensam os danos causados por esse fazendeiro e, nesse caso, dada a gravidade da situação, onde houve uma tentativa deliberada de ocultação de provas, há, também, o pedido para expropriação da propriedade.” 

Em agosto de 2015, um dos donos da Fazenda Carandazal recebeu cinco autos de infração da Fiscalização do Trabalho. Destes, um deles por manter empregado sem registro e outro por deixar de fornecer Equipamento de Proteção Individual (EPI) aos seus empregados. Os mesmos autos foram registrados em fevereiro deste ano. 

Para o MPT, essa postura de menoscabo decorre do grande lapso temporal sem novas abordagens e as penalizações brandas soam como um estímulo ao descumprimento das normas trabalhistas. “Percebemos ao longo do tempo que há uma falta de sensibilidade, sobretudo dos empregadores rurais do estado com relação a necessidade de revisar e superar questões culturais que envolvem e levam à naturalização do trabalho escravo.” 

Devido a essa insensibilidade somente com a aplicação de multas e danos morais, o MPT decidiu "lançar mão deste novo expediente que é a expropriação da terra e assim buscar e atentar um reposicionamento dos empregadores em relação a esse crime que é um crime que não pode ser tolerado”, explica o procurador. 

Segundo a Assessoria do MPT, desde o resgate destes trabalhadores, foram realizadas duas tentativas de se chegar a um acordo extrajudicial das questões cíveis e trabalhistas, mas, em ambas as audiências, além de não comparecer e apenas enviar representantes legais, o dono da fazenda informou não haver interesse em assinar o acordo, alegando não ser o responsável pela contratação da equipe. 

A orientação do Ministério Público do Trabalho às vítimas é o de aguardarem as notícias quanto ao andamento das ações judiciais. Nenhuma verba rescisória ou acerto financeiro foi acertado aos trabalhadores. 
 

Cidades

Olheiro de pistoleiro do narcotráfico é preso em Campo Grande

Homem teria indicado a posição de Thiago Leite Neves, conhecido como 'Diabolin', no dia do crime

25/03/2025 18h14

Olheiro de pistoleiro do narcotráfico é preso em Campo Grande

Olheiro de pistoleiro do narcotráfico é preso em Campo Grande Divulgação

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No terceiro dia de desdobramento dos casos de homicídio por narcotráfico em Campo Grande, as investigações realizadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontaram que o suspeito de assassinato de Thiago Leite Neves, conhecido como Diabolin, ocorrida no último dia 10 de março, teria um olheiro, preso na manhã desta terça-feira (25). 

Na ocasião, Thiago e sua companheira estavam em frente à residência do casal, quando foram atingidos por disparos de arma de fogo, realizados por um desconhecido, que estava na garupa de uma motocicleta. 

Durante a investigação, foi descoberto que os executores contaram com o auxílio do olheiro, que indicou a posição da vítima no dia do crime. O homem foi localizado no Parque Lageado. 

Ao ser abordado, ele estava na companhia de outro indivíduo que, ao ser checado nos sistemas policiais, verificou-se ser também um foragido da Justiça.

Ambos receberam voz de prisão e foram conduzidos até a DHPP, onde foram interrogados.

Morte em confronto

Na noite da última quinta-feira (20), um homem, de 22 anos, apontado como o principal suspeito de assassinar Thiago Leite Neves, morreu em confronto com policiais militares do Batalhão de Choque (BPMCHoque), na região da antiga estação Guavira, próximo a BR-060, saída para Sidrolândia, zona rural de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, militares estavam em diligências para apurar uma série de homicídios na Capital, quando localizaram dois homens no local citado, momento este que o criminoso tentou fugir e pulou em uma residência. Os policiais o perseguiram e deram voz de abordagem, mas ele desobedeceu, sacou a arma e atirou contra os militares.

Para se defenderem, revidaram, balearam e desarmaram o homem. Ele tinha mandado de prisão em aberto, estava evadido do sistema prisional e possuía diversas passagens pela polícia, como quatro homicídios, roubo, furto e receptação.

Polícia Civil, Polícia Científica e funerária estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

Participação em outros homicídios

Nesta segunda-feira (23), foi identificado que o cúmplice do atirador morto no último dia 20 de fevereiro, identificado como M.S.R, seria o coautor de outras duas mortes num período de 50 dias.

O primeiro aconteceu no dia 1° de fevereiro, Filipe Augusto de Brito Correa foi morto no interior de uma oficina mecânica, de acordo com M.S.R, o crime teria sido encomendado por um traficante de drogas, que afirmou que a vítima estaria prejudicando-o.

Nesse caso, M.S.R afirmou ser o autor dos disparos, no entanto, ele não revelou a identidade do piloto da motocicleta que o levou até o local do crime, bem como a do mandante.

Já no dia 8 do mesmo mês, Douglas Cosme dos Santos Rocha, conhecido como Cuiabano foi morto com a justificativa de que estaria com dívida por aquisição de drogas. Da mesma forma, M.S.R confessou ser o autor dos disparos, mas não forneceu informação sobre o indivíduo que pilotava a motocicleta utilizada na empreitada.

Em ambos os casos foi utilizada uma pistola calibre 9mm e efetuados múltiplos disparos contra as vítimas.

Outro caso em que M.S.R também está envolvido é no da morte de Thiago Leite Neves, conhecido como Diabolin - executado em frente a sua casa, no bairro Dom Antônio. Neste, M.S.R disse que estaria sendo ameaçado pela vítima, pontuou ainda que ele o monitorou e pilotou a motocicleta que levou o verdadeiro atirador ao local dos fatos.

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