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ANÁLISE

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Para especialista, deixar de usar Sisu no primeiro semestre de 2021 é um grande erro

Ingresso na UFMS será excepcionalmente por vestibular e programa se avaliação seriada

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O ano letivo 2021 no ensino público brasileiro será polêmico. Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) só devem sair em março, tarde para os cronogramas das instituições. Em Mato Grosso do Sul, a alternativa encontrada pela Universidade Federal (UFMS) foi descartar o sistema do Ministério da Educação como forma de ingresso para o primeiro semestre e apelar para avaliações próprias (vestibular e PASSE), o que na opinião de uma especialista é um grande erro.

“Ninguém vai morrer se não entrar na universidade mês que vem. Podemos pensar nisso em 2021. As pessoas não querem mudar o calendário e também não estão apresentando soluções”, disse ao Correio do Estado a doutora em educação Ângela Costa.

Aprender alguma coisa em 2020 foi uma tarefa complicada com o ensino remoto. Muitos estudantes desapareceram, mas há quem tenha se esforçado para garantir a mínima chance de cursar ensino superior. 

“Eu penso nos alunos da escola pública que com algum sacrifício conseguiram estudar pensando nessa pontuação do Sisu. É uma atitude muito radical”, opinião à equipe de reportagem. 

Ângela acredita que o vestibular elitize ainda mais o ingresso na UFMS no primeiro semestre do próximo ano. “Já temos uma desigualdade absurda no ensino brasileiro. Nas universidades públicas só entram em cursos A os alunos que têm condições de fazer cursinhos caros. Os alunos de escolas públicas não entram nos cursos A. Sabemos disso há décadas. Isso só piora”.

Muitos estudantes já pagaram inclusive pelas inscrições no Enem pensando em entrar na UFMS, e que agora terão que repetir o protocolo com o vestibular. 

EXCEPCIONAL

Em nota, a UFMS esclarece que a decisão não é permanente. No segundo semestre (nos cursos que antigamente eram conhecidos como de inverno) o Sisu será uma das opções de entrada. 

Atrasar o começo do ano letivo não afetaria somente os calouros, mas até nas colações de grau das turmas 2021. A decisão foi tomada pelo Conselho Universitário. A proporção de aceite será de 80% para o vestibular e 20% pelo Programa de Avaliação Seriada Seletiva (Passe).

Para Ângela, seria perfeitamente possível e aceitável manter um porcentual de cadeiras para os estudantes que farão Enem, ainda que os resultados sejam mais tardios do que os outros mecanismos. 

Além disso, a especialista em educação lembra que sequer é possível prever, por enquanto, se a pandemia vai estar controlada até fevereiro.

Sobre essa possível elitização do ensino superior público no Estado, a nota da UFMS rebate dizendo que “desde a adoção de processos seletivos independentes em 2017, como o PASSE e Vestibular, tem se aumentado o número de estudantes de escolas públicas de Mato Grosso do Sul que conseguem realizar o sonho de ingressar em cursos extremamente concorridos, como Medicina, Direito e Engenharia. Além disso, a UFMS possui o Programa Vem pra UFMS que com visitas e dicas para escolha dos cursos e o Cursinho UFMS em todos os campi da UFMS, que tem preparado milhares de estudantes para a seleção em todo Mato Grosso do Sul”.

A instituição garante ainda que usará o Enem em um processo seletivo complementar para preencher todas as vagas. 

PAC

Capital espera que União confirme obra na Ernesto Geisel até junho

Projeto encaminhado pelo município prevê investimento de R$ 150 milhões para drenagem e manejo de águas fluviais, instalação de calçadas e de ciclovias

24/04/2024 08h30

Da Avenida Manoela da Costa Lima até a Campestre projeto prevê instalação de calçadas e ciclovias Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Anunciado no começo deste ano pelo governo federal, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC)  – Seleções já anunciou diversas obras em Mato Grosso do Sul.

Em Campo Grande, um dos principais projetos é a revitalização da Avenida Ernesto Geisel e do Rio Anhanduí. Porém, o governo ainda não confirmou a obra, o que a prefeitura espera que aconteça ainda neste semestre.

De acordo com a Prefeitura de Campo Grande, ainda há a necessidade de aprovação do Mnistério das Cidades, do governo federal, para que a obra na avenida seja efetivamente confirmada e para que, a partir disso, o contrato seja firmado e o recurso, para contratação de empresa que fará o serviço, seja enviado.

“A expectativa é de que a análise seja realizada neste primeiro semestre para posterior elaboração do termo de compromisso .

A proposta é de R$ 150 milhões do orçamento geral da União (Ministério das Cidades) para a recuperação e adequação de drenagens e manejo de águas fluviais em Campo Grande/MS (Prevenção a desastres no Fundo de Vale do Rio Anhanduizinho)”, afirmou a Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe), por meio de nota.

O projeto enviado pela prefeitura busca a revitalização de boa parte da extensão da avenida. A ideia, que surgiu em 2011, prevê a construção de paredões de gabião no trecho do rio entre a Rua do Aquário e a Avenida Manoel da Costa Lima. 

A partir dali, a ideia é que até a Avenida Campestre, onde a Ernesto Geisel termina (sob o nome de Thyrson de Almeida), seja feito um serviço de controle do canal do rio, com escadarias, dissipadores e obras pontuais para controle de águas da chuva, para evitar que o extravasamento chegue aos bairros e cause enchentes. 

Além disso, esse projeto também prevê o recapeamento da avenida e a instalação de áreas de convivência, com quadras de esportes, pista de caminhada e ciclovia. 

“A proposta também inclui ações de trabalho social que visem a sustentabilidade socioeconômica e ambiental do empreendimento, tais como atividades de educação ambiental e promoção da participação comunitária, conforme manual de diretrizes e recomendações do Ministério”, completa a nota da Sugepe.

PROBLEMA DE DÉCADAS

Há mais de uma década o poder público promete revitalizar a Avenida Ernesto Geisel, que além dos problemas com relação a drenagem, tem várias trechos de pista interditada por causa de erosões nas margens do Rio Anhanduí, além da pista estar desgastada em função também dos alagamentos e problemas causados pelo rio.

O projeto original da revitalização, porém, foi perdido ao longo das gestões e, em 2017, foi licitado apenas um trecho menor, entre as ruas Santa Adélia e do Aquário.

As obras do trecho todo ainda não foram concluídas em virtude de atrasos nos repasses e da desistência de uma das empresas vencedoras da licitação. 

Do projeto inicial, que previa 7,5 quilômetros de revitalização, foram concluídos apenas 2,6 km. Isso porque o trecho que estava sob a responsabilidade da Dreno Engenharia não foi concluído.

Com o abandono, a prefeitura teve de relicitar o trecho entre as ruas Bom Sucesso e do Aquário, etapa que tem recursos provenientes de emendas federais e do governo do Estado. 

A licitação, no entanto, não teve empresas interessadas e terminou deserta. A prefeitura retirou o projeto para reavaliá-lo.

NOVO PAC

Em setembro do ano passado os ministros da Casa Civil, Rui Costa, do Planejamento, Simone Tebet, e das Pequenas e Médias Empresas, Márcio França, estiveram em Campo Grande para apresentar algumas obras do Novo PAC.

Foi anunciado um repasse de R$ 327 milhões para obras de infraestrutura e mobilidade urbana na Capital.Valor que seria ser para trabalhos de drenagem e pavimentação em 20 áreas da cidade.

SAIBA

A Prefeitura de Campo Grande apresentou os projetos para o Novo PAC em setembro do ano passado, em Brasília. Entre as prioridades na solicitação estavam a revitalização no Rio Anhanduí, a pavimentação de ruas e a mobilidade urbana.

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Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

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