Cidades

Vai falar tudo

A+ A-

Narcotraficante ameaça governo
paraguaio para evitar extradição para MS

Em entrevista, Pavão fala sobre amizade com Rafaat, morto em julho

JOÃO GABRIEL VILALBA

15/09/2016 - 13h29
Continue lendo...

Cumprindo o restante da pena no quartel da Força Nacional após descoberta de plano de fuga da Penitenciária de Tacumbu, em Assunção (PY), o narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão continua fazendo ameaças no país vizinho.

Em entrevista à imprensa estrangeira, o narcotraficante faz ameaças contra o governo paraguaio caso for extraditado para o Brasil. Se a extradição for confirmada, Pavão deve ser encaminhado para Mato Grosso do Sul, onde tem condenações por tráfico.

Acompanhado de sete advogados, Pavão disse que ameaça entregar documentos que comprovam retirada de dinheiro para comprar equipamentos para a Inteligência da Força Tarefa Conjunta (FTC), órgão do Governo.

Jarvis revelou também que a pedido do governo paraguaio participou da negociação para libertar o brasileiro de 17 anos Arlan Fick, que era mantido como refém pelos guerrilheiros do Exército do Povo Paraguaio, no dia 25 de dezembro, 2014, quando foi libertado.

Segundo a reportagem, com ajuda de uma equipe jurídica, dentro da Penitenciária de Tacumbu, Jarvis negociou com membros do EPP e pagou US$ 500 mil pelo resgate. "Fui obrigado a cumprir uma série de situações para libertar Arlan”, disse Jarvis.

Ainda na entrevista, Pavão elogiou o trabalho do presidente do país, Horácio Cartes e afirmou que não é ´"estúpido" o suficiente para atacá-lo. "Eu nunca permitiria que o presidente sofresse uma tentativa de homicídio ou quem quer que seja. Isso eu nunca permitiria”, comentou.

Para Rádio Cardinal, o narcotraficante desmentiu que mandou matar Jorge Rafaat, no dia 15 de junho, em Pedro Juan Caballero, cidade que faz divisa com Ponta Porã, e falou sobre a visita inesperada do "amigo". "Rafaat era meu melhor amigo, até recebi visita dele meses antes de morrer. Nossos filhos tem negócios juntos e sempre o defendi. Nunca fiz nada contra ele”, comenta.

Questionado sobre a crise que se instalou no Paraguai, Pavão pede desculpas ao povo paraguaio. “As pessoas que me conhecem sabem como eu sou, que tipo de pessoa que eu sou. Quero aproveitar este momento para pedir desculpas ao povo paraguaio. Eu também sou paraguaio e quero pedir desculpas por todo este desconforto".

TRANSFERÊNCIA

Em junho, o Presidente Horácio Cartes determinou a transferência de Jarvis Pavão após a descoberta de um possível plano de fuga, que incluía a explosão de dinamites no muro do presídio de Tacumbú. O caso gerou uma crise política no país e a então ministra da Justiça Carla Bacigalipo foi demitida do cargo por não cumprir ordem presidencial.

Após saída de Pavão, o governo descobriu que o narcotraficante vivia no luxo dentro do presídio e ocupava espaço vip com salas luxuosas e usava o espaço para administrar seus negócios. A cela foi demolida no início de agosto.

Jorge Rafaat Toumani, apontado como um dos principais chefes do narcotráfico na fronteira, foi executado em atentado na noite do dia 15 de junho, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã. De acordo com os principais jornais paraguaios, Rafaat morreu depois de ter o carro atingido por mais de 200 tiros de armamento militar, calibre .50.

No mês passado, Josiane Vanessa Zilio, de 32 anos, que teria envolvimento amoroso com pistoleiro que já prestou serviços para o chefe do narcotráfico Jorge Rafaat, também foi morta em Pedro Juan.

Josiane foi morta quando chegava em casa, no bairro Virgem de Caacupe. Pelo menos 16 tiros de fuzil e pistolas de vários calibres atingiram a cabeça de Josiane, que morreu na hora. Dois filhos dela estavam em casa e presenciaram a morte da mãe. Segundo a imprensa regional, a morte pode ter envolvimento com queima de arquivo.  

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

Continue Lendo...

A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).