O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), não vai subir ao palanque de José Serra (PSDB) em Mato Grosso do Sul na disputa presidencial por considerar “traição” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra- chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que têm ajudado muito Campo Grande. Mas Nelsinho não deixará de se empenhar na campanha de reeleição do governador André Puccinelli (PMDB). O problema dele é com Serra. O prefeito pretende ficar longe do palanque do candidato tucano para não atrapalhar a campanha de Dilma à sucessão presidencial. O prefeito confidenciou a amigos a sua admiração por Lula e Dilma. Os dois sempre abriram as portas do Planalto para recebê-lo e ajudar na solução dos problemas de Campo Grande. Hoje, as grandes obras na cidade são investimentos feitos com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). E não param por aí. O presidente Lula assinou, recentemente, medida provisória liberando mais R$ 55 milhões por meio de linha de crédito Pró-Transporte. O dinheiro será aplicado no projeto de mobilidade urbana. Nelsinho pretende promover o recapeamento das vias públicas, padronização das calçadas e construir novo sistema no quadrilátero formado pelas avenidas Mascarenhas de Moraes, Eduardo Elias Zahran, Tamandaré e Ceará, para facilitar acesso às pessoas portadoras de deficiência. Com todo esse apoio que vem recebendo do Planalto, o prefeito reiterou a sua disposição de não acompanhar a eventual decisão do governador André Puccinelli de apoiar a candidatura de José Serra. O prefeito considera ingratidão de sua parte se envolver numa campanha em favor do principal rival de Dilma. Além disso, ele não quer desmontar o elo que criou com Lula e Dilma. A decisão de Nelsinho pode isolar André no palanque de Serra, na campanha presidencial. Isto porque nem todos os peemedebistas estarão engajados na eleição do candidato tucano em Mato Grosso do Sul. O governador, no entanto, declarou aos líderes tucanos a sua indefinição na sucessão presidencial. A tendência dele é apoiar Serra, porque não vai defender a candidatura de Dilma Rousseff quando estará em guerra, sem trégua, com o ex-governador José Orcírio dos Santos (PT). Se André se mantém numa posição de indefinição, Nelsinho já decidiu não apoiar José Serra. Mas também não abriu o jogo se vai fazer a campanha de Dilma Rousseff. Ele apenas declara a sua admiração, respeito e amizade pela ministra que tem ajudado a sua administração. “Eleição estadual é uma coisa. Estarei totalmente envolvido na reeleição do governador André Puccinelli. A presidencial é outra conversa”, afirmou o prefeito.