A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), em parceria com o Aché, promove em setembro o mês do Alzheimer para conscientizar a população sobre a doença e alertar para a importância do diagnóstico precoce. Em Campo Grande, serão entregues materiais educativos no próximo sábado (19), na Praça Ari Coelho. No total, serão 150 iniciativas em 18 estados em que a ABRAz atua.
Hoje, estima-se que 45 milhões de pessoas sejam impactadas pela doença no mundo e 1,2 milhão no Brasil.
“As ações promovidas em todo o Brasil buscam chamar a atenção da sociedade e dos governos para a situação da Doença de Alzheimer no país e para os direitos dos doentes. É fundamental alertar para os problemas enfrentados pelos cuidadores, que são pessoas que contribuem com o tratamento dos pacientes, sejam familiares ou profissionais”, explica Maria Leitão Bessa, presidente da ABRAz.
Em 2015, a ABRAz está presente nas cinco regiões do país, atendendo uma média de quatro mil familiares por mês. “Queremos desmistificar preconceitos, concluir sugestões para o Plano de Demências no Brasil, propor sua publicação e divulgá-lo na sociedade de forma ampla e eficiente. Por isso, esperamos obter recursos e ampliar as unidades de atendimento, bem como levar a qualificação de profissionais para o diagnóstico precoce da doença”, conclui.
Segundo Mário Luiz Bochembuzio, diretor médico do Aché, a campanha é fundamental, pois leva informações para as pessoas lidarem da melhor forma com a doença. “A DA responde por cerca de 50% das causas de demência no mundo, que leva à perda do funcionamento cognitivo. Inicialmente, a doença acomete regiões do cérebro relacionadas à memória, mas ela evolui comprometendo funções de linguagem, cálculo e execução de tarefas”, explica.
Enfrentando a DA
A Doença de Alzheimer (DA) preocupa a comunidade médica devido ao aumento de novos casos. De acordo com a organização Alzheimer's Disease International (ADI), o crescimento da incidência na população com mais de 65 anos praticamente dobra a cada 20 anos. Estima-se que a cada 4 segundos um novo caso de demência seja detectado no mundo – e a previsão é de que, em 2050, haja uma ocorrência a cada segundo.
Segundo Ivan Hideyo Okamoto, neurologista do Núcleo de Excelência em Memória do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto da Memória da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a forma mais eficaz de minimizar os impactos da DA é com o diagnóstico precoce da doença. “O mais importante é que as pessoas saibam que o envelhecimento não significa perder memória. O esquecimento normal da idade não atrapalha, já o Alzheimer compromete a vida do paciente e da família. Se detectado no início da doença, a DA pode ser estabilizada e a pessoa pode viver com maior qualidade de vida”.
De acordo com o especialista, o único fator de risco comprovado para a DA é a idade avançada. “Com o tempo, países em desenvolvimento, como Brasil, China, Indonésia e índia, terão cada vez mais quantidade de idosos, o que potencializará o número de impactados. Por isso, é importante o tratamento logo no início da doença”.