Por conta dos altos registros diários de casos confirmados e óbitos da Covid-19 que Campo Grande vem enfrentando, representantes do Ministério Público Estadual (MPMS), prefeitura e hospitais da Capital se reuniram nesta sexta-feira (14) para discutir a possibilidade de aberturas de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar de possível, a criação desses leitos esbarra na dificuldade em conseguir equipamentos e insumos para mantê-los.
De acordo com a promotora de Justiça, Filomena Fluminhan, apesar do município já estar instalando novos leitos, foi discutida a questão da criação de mais leitos, já que não se sabe se a Capital está realmente enfrentando o pico da covid-19.
"Houve várias manifestações de que atualmente há sim falta de medicamentos; bloqueadores neuromusculares e anestésicos. Isso a Secretaria Municipal de Saúde já está viabilizando junto ao Ministério da Saúde, os particulares ainda estão com dificuldade de adquirir", disse ela após a reunião. Uma nova reunião discutirá esta necessidade.
Atualmente Campo Grande conta com 312 leitos de UTI, sendo que em março, no começo da pandemia, eram somente 116. Os últimos 10 leitos foram instalados no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) na semana passada e a prefeitura prometeu mais 30 a serem instalados nesta primeira quinzena de agosto no Hospital do Pênfigo.
Diretora do HR, Rosane Leite, comentou que um dos principais problemas enfrentados na unidade é a falta de profissionais para manter os leitos. "Nós chegamos no nosso limite, não só no limite estrutural, mas também no limite de recursos humanos", disse ela, citando que a prefeitura e governo do Estado estão viabilizando também o aumento do efetivo.
Nesta sexta-feira, a prefeitura de Campo Grande convocou mais 35 médicos para atuar no enfrentamento ao coronavírus, 14 deles plantonistas em regime de 24 horas diretas de trabalho, além de um clínico geral para atendimento em saúde mental e outros 10 profissionais para atendimento ambulatorial com a mesma carga horária.