Apesar das características insalubres do sistema prisional, que acabam favorecendo a disseminação das doenças respiratórias, a propagação do novo coronavírus entre a massa carcerária de Mato Grosso do Sul está sob controle, levando em consideração principalmente a inexistência de óbitos.
As unidades prisionais registravam, em seu último boletim, 466 casos confirmados de Covid-19, sendo 363 entre internos e 93 entre servidores do sistema. Os números são completados por dez outros detentos, que estão fora das unidades, sob monitoramento eletrônico. São três recuperados e sete em tratamento.
Conforme a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), entre os internos, 245 já se encontram sem sintomas e 118 estão em tratamento. Quanto aos servidores, 45 recuperados e 48 em tratamento. Não há registro de óbito no sistema.
Nesta quarta-feira, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, manifestou a sua preocupação com a situação do avanço do novo coronavírus dentro dos presídios. Ainda que haja um controle com o número de casos, a situação representa um novo desafio a ser enfrentado pelas autoridades de saúde, tanto do Estado quanto dos municípios.
AVALIAÇÃO
Diante dos números, nesta quarta-feira, por exemplo, dados do Comitê de Gestão e Acompanhamento das Medidas de Enfrentamento à Covid-19 nas unidades prisionais indicavam que os casos recuperados representam 66,4% do total de casos confirmados. Somente nesta semana, 111 reeducandos do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) já retornaram ao convívio social.
Dois solários foram reservados especificamente para casos positivos dentro da unidade penal. Além disso, o horário do banho de sol também é diferenciado dos demais, não possibilitando contato com os assintomáticos.
Os trabalhos contam com o apoio e a fiscalização do Comitê instituído pelo Tribunal de Justiça de MS para acompanhar as medidas de prevenção à pandemia do coronavírus no sistema prisional, no qual a Agepen também faz parte. O grupo é presidido pelo desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, que também é o supervisor da Coordenadoria das Varas de Execução Penal de MS e do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário.
Para o presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, a resposta imediata, os cuidados preventivos e a integração com órgãos ligados à saúde e de execução penal têm garantido seriedade e medidas eficazes contra a disseminação do vírus dentro das unidades penais.
“Esses resultados nos permitem avaliar de forma positiva todas as ações que temos tomado para garantir tratamento digno aos internos, possibilitando uma recuperação rápida e o controle da doença”, afirmou o dirigente, destacando a atuação responsável dos policiais penais.