Cidades

PRESERVAÇÃO

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O que esperar da relação entre poder público, sociedade e meio ambiente em 2021?

OCDE apontou necessidade de um desenvolvimento sustentável. Será que país fará lição de casa?

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A pandemia não foi capaz de ofuscar as notícias sobre temas ambientais em 2020. Entre fatos ruins, como queimadas no Pantanal e Amazônia, e a redução das emissões de contaminantes em razão do isolamento social, a natureza esteve entre os assuntos mais comentados ao longo dos últimos 12 meses, mas o que será do setor no ano vindouro?

Já é certo que as ações ambientais terão menos dinheiro federal. Houve corte de R$ 184 milhões no orçamento, o que equivale a uma redução de 5,8% em comparação com a verba usada neste ano. Contudo, O cuidado com a natureza e a promoção de um desenvolvimento sustentável está entre as recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para a recuperação da economia. Isso quer dizer que o poder público não pode fechar os olhos para o assunto. 

Para o órgão, com 60% da floresta amazônica localizada dentro de suas fronteiras, lar da maior biodiversidade do mundo, o Brasil tem potencial para liderar o caminho da remodelação, reconstrução da economia global mais sustentável, resiliente e inclusiva, diz a OCDE

Os bens naturais, se usados de forma sustentável, podem ajudar a criar novos empregos, aumentar a renda e levar um solido crescimento econômico, disse o relatório da entidade internacional. 

Para especialistas, o país precisa reforçar ações, como combate ao desmatamento. Dados gerados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o valor estimado de área desmatada na Amazônia legal é de 11.080 quilômetros quadrados entre agosto de 2019 a julho de 2020 (monitoramento mais recente). Esse valor representa um aumento de 9,5% em relação a taxa de desmatamento apurada em 2019. 

O Brasil terá que se esforçar se quiser reverter essa situação ano que vem, reduzir os índices e fazer a lição de casa passada pela OCDE.

Porém, falar de meio ambiente não quer dizer apenas pensar nas queimadas. Existe também a preocupação com a emissão dos gases do efeito estufa. Como signatário do Acordo de Paris, o país deve continuar perseguindo a meta de redução prevista. 

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, garantiu que o pacto será cumprido até 2030, mas ano que vem a pasta deve pressionar o cumprimento de uma cláusula do acordo que prevê ajuda financeira. Segundo ele, são necessários pelo menos U$ 10 bilhões por ano, o que inclusive anteciparia os resultados. 

SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE

Para a advogada ambientalista de Mato Grosso do Sul, Clara Kaplan, em que pese todos os esforços do país com a questão ambiental, é necessário também que a sociedade se mobilize. Para ela, 2020 mostrou que os seres humanos e o meio ambiente constituem um só organismo e que sem engajamento, não há preservação.

“Os impactos e os reflexos de toda ação ocorrida neste planetinha azul são sensíveis a todos, razão pela qual esperamos mais esmero em 2021, afinal, não há ‘lado de fora’. O que se pratica aqui, aqui se instala. Que venha o ano da sensibilidade e da racionalização para com este nosso único e exclusivo lar”, afirmou ao Correio do Estado.

Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

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A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

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