As notas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) saíram na última sexta-feira (6). Em resumo, estudantes fazem uma prova para medir o conhecimento em português e matemática. O resultado é comparado com a lista de conteúdos que, em tese, eles deveriam saber.
Uma escala organiza os graus de proficiência nessas duas disciplinas. O objetivo do indicador é auxiliar os gestores a formular políticas públicas para melhorar a qualidade do ensino.
Em Mato Grosso do Sul, o teste revelou que 14,94% dos alunos que terminaram o terceiro ano do ensino médio em 2019 na rede pública não atingiram sequer o nível um em língua portuguesa, o mínimo de conhecimento esperado a quem passou mais de dez anos nos bancos escolares. Eles não sabiam, por exemplo, identificar elementos narrativos em uma história em quadrinhos ou encontrar o sentido das palavras em uma letra de música.
No teste de matemática, 15% foram incapazes de interpretar uma tabela, relacionando-a a algum texto.
Por outro lado, apesar de serem significativos os porcentuais que apontam para o revés, metade dos participantes ficou entre os níveis três e cinco em ambas as disciplinas (a escala vai até oito).
A doutora em educação Ângela Marques afirma que o Saeb reforça também o abismo de qualidade entre a educação oferecida pelo governo e a privada, já que apenas 4% dos estudantes de escolas particulares terminaram o ensino regular com nível zero em português e 3% em matemática. Além disso, a maioria atingiu entre quatro e seis nas disciplinas.