Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados no começo do mês pelo Ministério da Educação, revelam quais municípios avançaram, quais retrocederam e quais permanecem estagnados na qualidade do ensino público oferecido aos alunos. Em Mato Grosso do Sul, três cidades não bateram nenhuma das metas (ensino fundamental anos iniciais, fundamental anos finais e ensino médio).
Cada localidade recebe uma determinada pontuação de acordo com uma série de fatores, como censo escolar, Prova Brasil e Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Algumas não têm alunos suficientes em algum dos níveis considerados e por isso não têm a média daquele seguimento específico calculada.
SEM AVANÇO
Entre as que foram avaliadas em todos os quesitos, Bandeirantes não atinge o mínimo desde 2015, lembrando que o Ideb é divulgado somente em anos ímpares. Em 2019, o ensino público daquele município tirou 5.2 enquanto deveria ter chegado a 5.6 em uma escala que vai de zero a dez.
Cassilândia, por sua vez, deu um passo atrás nos anos iniciais do ensino fundamental. A cidade havia atingido todas as metas preconizadas pelo Ministério da Educação, mas em 2019 amargou pontuação de 5.3, enquanto o esperado era 5.4. Já nas séries finais, a cidade está há dois Idebs sem marcar um gol, e no ano passado teve resultado de 4.3, enquanto deveria ter tirado 4.6.
A situação é parecida com Chapadão do Sul, que pela primeira vez deixou de alcançar o resultado aguardado nas séries iniciais. Tirou 5.4 enquanto deveria ter chegado a 5.6. Considerando a média para oitavo e nono anos, a cidade não bate a meta desde 2011.
CAPITAL
Em Campo Grande, somente a nota para o ensino médio foi dentro do estabelecido pelo Governo Federal. O município tirou 4.1, o que corresponde à meta cravada.
Já nas séries iniciais, a cidade deixou de cumprir o nível desejado pela primeira vez desde 2007. Já nas séries finais, a Capital não chega ao patamar desde 2017 e ano passado obteve nota 4.9 para uma meta de 5.2.
ABAIXO
Considerando apenas o nível fundamental, 16 cidades não bateram nem as metas dos anos iniciais como dos finais. Dessa lista, além daquelas que já foram citadas, estão Coronel Sapucaia, Dourados, Itaporã, Jardim, Maracaju, Miranda, Paranaíba, Rio Negro e Sidrolândia. Todas essas conseguiram se salvar no quesito ensino médio, já que todas bateram a meta nesse seguimento.
Juti, Porto Murtinho e Tacuru só foram avaliadas no ensino fundamental e também não alcançaram resultados desejáveis nem para o quarto e quinto ano como oitavo e nono.
Considerando apenas os anos iniciais, 23 cidades não atingiram as metas. Além daquelas já citadas estão Cassilândia, Bandeirantes, Vicentina, Pedro Gomes, Paraíso das Águas, Selvíria, Bodoquena, Jaraguari e Japorã.
Nota-se um fato interessante na situação de Coronel Sapucaia. A cidade não bate a meta há três anos, mas depois de travar em uma nota 4.7 por dois anos seguidos para os anos iniciais, conseguiu subir para 5.3, que apesar disso são insuficientes diante da meta de 5.4.
Com relação aos anos finais, somente 25 atingiram a meta: Nova Andradina, Figueirão, Batayporã, Costa Rica, Guia Lopes da Laguna, Amambai, Bataguassu, Glória de Dourados, Naviraí, Aparecida do Taboado, Ivinhema, Paraíso das Águas, Selvíria, Fátima do Sul, Itaquiraí, Três Lagoas, Sete Quedas, Camapuã, Douradina, Inocência, Japorã, Jateí e Rochedo.
Também constam na lista Bodoquena, que voltou a bater meta após dez anos e Jaraguari, que desde 2007 não atingia os valores mínimos do Ideb.
ANALISANDO RESULTADOS
Segundo a doutora em educação Ângela Costa, o Ideb é o principal indicador de qualidade da educação brasileira. “É importantíssimo porque estabelece metas para serem cumpridas, uma para cada etapa do ensino, obrigando as políticas públicas a melhorarem e dar suporte para a educação”.
A nota é de zero a dez e seis já é uma educação de qualidade. A intenção do Governo Federal é que o resultado geral das séries iniciais alcance seis ano que vem. Os anos finais têm que chegar a esse patamar em 2025 e o ensino médio até 2028.
“Nós (Mato Grosso do Sul) ultrapassamos a meta dos anos iniciais e estamos aquém nas séries finais e ensino médio”, comenta Ângela.
Cada estado tem seu desafio, segundo ela. “Nós consideramos que o brasil é grande, norte e nordeste têm mais problemas, então não é todo mundo que tem que tirar a mesma nota”, completa.